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CARTA AOS MEUS ANTEPASSADOS

CARTA AOS MEUS ANTEPASSADOS
Maria José Oliveira
dez. 27 - 10 min de leitura
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 Meus queridos Antepassados, sou eternamente grata a todos vocês.  Neste agradecimento vou lá atrás, em vocês, meus tataravôs. Sou muito grata aos que deram vidas para os meus bisavós, que sonharam seus sonhos, teceram caminhos. Respeito seus destinos e peço suas bênçãos.

 Quero agradecer a vocês, meus bisavôs maternos. Tenho apenas uma foto de vocês: bisavô João e bisavó Maria Thomazini. Nesta foto junto com vocês estão dois filhos e duas filhas já moças e uma delas é você, Avó Carolina. Apesar de não saber qual das duas é você, minha querida avó Carolina, guardo esta foto como  uma relíquia, pois nela consta seu pai e sua mãe, meus bisavós. Todos vocês têm um lugar especial em meu coração.

Quanto a vocês, bisavô Marcus Parro e bisavó Maria Madalena, sei que tiveram treze filhos e que vieram da Itália. Sou grata pela vida que vocês deram ao meu Avô José Parro. 

Avó Carolina, a senhora faleceu muito nova, com 33 anos. Eu imagino a falta e a saudade que minha mãe, a tia Helena, tio Hermínio, tio Deolindo e o avô José sentiram da senhora e a senhora  sentiu deles. Quando você se foi minha mãe tinha apenas seis anos de idade. Sabe, às vezes, de repente em um dia qualquer tenho vontade de chorar o dia inteiro, como a minha mãe fazia, acho que eram muitas saudades da senhora, avó Carolina.

 Mas hoje, enquanto escrevo esta carta de amor para todos vocês, estou chorando por mim, pela minha mãe e por você. Não sabemos quase nada da sua vida, só sei que a senhora devia ser muito amorosa, linda e uma mulher prendada, pois minha mãe tinha mãos de fada, ela era muito habilidosa, bordava rechilie, fazia crochê, frivolete, inhanduti e as suas comidas então! Sinto os sabores de algumas comidas até hoje, estão cravados em minha memória, sem falar na devoção que tinha à Nossa Senhora Aparecida.

 Acho mesmo que a minha mãe, por ter tido este amor interrompido, em direção à senhora, avó Carolina, ela elegeu Nossa Senhora Aparecida pra ficar no seu lugar aqui na Terra, pois ela sempre dizia que Nossa Senhora Aparecida intercedia por ela e por todos nós. Eu sinto muito, avó Carolina,  pelo seu destino e eu o respeito muito, o deixo com você e faço algo muito bom da minha vida em sua homenagem, em homenagem a todo este feminino do meu sistema. Você faz parte e tem um lugar especial no meu coração.

Sinto uma gratidão enorme pela senhora e pelo meu avô José Parro, por vocês terem dado a vida para a minha amada mãe Nair. Sabe, avô José Parro, quando o senhor faleceu eu tinha oito anos de idade e estava na 2ª série escolar. Foi muito triste ver a minha mãe chorando a sua ida para junto de Deus. Mas você sempre era lembrado por ela e pelos meus tios, irmãos dela.

Tenho algumas fotos suas e também guardo como uma relíquia. Sua terceira esposa, a avó Dindinha cuidou muito bem da minha mãe e dos meus tios, os quatro filhos que ela teve com você, avô José. Sou grata a ela por tudo que ensinou. Muita gratidão a você, avô José Parro, por ter dado continuidade a sua vida com todos os seus filhos. Gratidão enorme a meus avós maternos, José e Carolina. Eu vejo vocês e agora têm um lugar especial em meu coração.

A vocês, meus bisavós paternos: Joaquim Del’Arco Martins e Maria Ignácia Sanches Martins, quero deixar registrada aqui minha imensa gratidão por  terem dado vida ao meu avô Jerônimo. Sei que tiveram nove filhos, dos quais sete nasceram na Espanha e dois no Brasil. E no ano de 1896 imigraram para o Brasil e vieram os filhos: Matheus, Casimiro, Augustina, Josefa, Jerônimo e Laura. Nesta data o bisavô tinha 42 anos e a bisavó 31 anos.

Nasceram aqui no Brasil os filhos: Amélia e Ignácio. A bisavó ficou viúva aos 38 anos. Dos filhos que nasceram na Espanha, Francisco Antônio, nascido em 24.11.1888 veio a falecer em 30.04.1889.

Inicialmente meus bisavós foram com a família para São Carlos (SP), mas logo se mudaram para Taiúva, localidade próxima a Jaboticabal (SP). Ali fizeram um contrato de parceria para plantarem café (1896 a 1902), mas em 1900, no quarto ano de trabalho, haviam juntado dinheiro suficiente para adquirirem seu próprio quinhão e quando do término do contrato, toda a família se mudou para lá. Cinco alqueires de terra no Distrito de Marcondésia, município de Monte Azul Paulista (SP) e ao qual deram o nome de Fazenda Santa Inácia.

Neste ínterim, nasceram os dois últimos filhos: Amélia e Ignácio.  A  bisavó Maria Ignácia, já viúva, se uniu aos filhos Matheus, Jerônimo e Inácio e em sociedade, compraram as fazendas Santa Rita, município de Cajobi (SP) e Santa Maria em Marcondésia (SP).  

Ao conhecer estas histórias fico muito grata a Deus por ter me colocado nesta família e também sou grata aos meus bisavós Joaquim e Maria Ignácia por terem dado vida ao meu avô Jerônimo, que segundo contam, era um homem muito saudável e disciplinado, comia e dormia sempre nos mesmos horários. Era uma pessoa muito alegre e bem-humorada. Gostava de contar casos aos netos e sobrinhos, era capaz de achar graça e de fazer comentários divertidos nas mais diferentes situações. Gostava de ler romances escritos em espanhol, fumava cigarro de palha, tinha um olho castanho e um verde. Morreu faltando quatro meses para completar os 100 anos.

Bisavós paternos: João Sanches Lousano e Carmen Gimenes, quero lhes agradecer muito por terem dado a vida para a minha avô Joana Antônia Sanches.

Da senhora, bisavó Carmen, sabemos muito pouco, você também faleceu cedo deixando seus filhos: Joana, José, Dionísio e Antônio, sendo a avó Joana, a única mulher de sua família. O bisavô João ficara com a responsabilidade de criar os filhos, ainda na Espanha, casou-se de novo. Desta feita, com uma viúva de nome Maria Navarro, mãe de três filhas: Antônia, Úrsula e Maria Josefa. Desta união e já aqui no Brasil, tiveram um filho, o tio Sebastião.  

Conta-se que durante a viagem marítima da Espanha para o Brasil, a avó Joana contava com doze anos de idade e o irmão José tinha quatorze. Os dois tiveram a felicidade de não enjoar na viagem, enquanto o resto da família penava. Assim, eles percorriam todos os locais possíveis do navio e se divertiam satisfazendo suas curiosidades. Em uma dessas vezes, viram um cadáver envolto numa mortalha branca, ser jogado ao mar. 

A avó Joana, havia herdado da falecida mãe, algumas joias de valor. Entretanto, ao tentar lavá-las, durante a viagem de navio, teve as mesmas sugadas pelo cano da pia, perdendo-as totalmente.

O avô Jerônimo veio a se casar com a avó Joana e desta união nasceram os filhos  Joaquim, meu querido pai, tia Carmen, tio João, tia Maria, tio Antônio e tio José. Conta-se que a Avó Joana talvez tenha tido uma depressão pós parto, no parto do meu tio José e como não conseguia se recuperar e cuidar do seu bebê, aconselharam meu avô Jerônimo interná-la em um hospital psiquiátrico, ficando internada lá por muitos anos.

Já meu pai Joaquim, como filho mais velho, todos os meses acompanhava meu avô Jerônimo até este hospital, sendo que meu pai e seus irmãos e o avô Jerônimo ficaram muito tempo sem o seu convívio, querida avó Joana. Todos sentiram muito a sua falta neste tempo de isolamento, em que viveu neste hospital.

Lembro muito de você, avó Joana, quando voltou para casa e como era grande a sua preocupação com a alimentação de todos nós, sua vontade era nos empanturrar de comidas. Sinto muito pelo seu destino, avó Joana, eu o respeito muito, muito e o deixo com você, faço algo muito bom da minha vida em sua homenagem e em homenagem a todo este feminino do meu sistema. Você faz parte e tem um lugar especial no meu coração. 

A vocês, meus queridos avós maternos e paternos, gratidão imensa por terem tido os meus queridos pais, Joaquim e Nair. A você, minha amada mãe, juntamente com o meu amado Pai, minha eterna gratidão por terem me dado a vida e a vida das minhas irmãs Marlene e Sirlene. Vocês foram os pais certos para nós, suas filhas.

Vocês estão na memória afetiva de todos os seus netos e vocês conheceram todos,  Cinara, Marco Aurélio, Ieda, Maristela, Iara, Melina, Renan e Mara Lívia. E nossa família, graças a vocês, continua crescendo, sete bisnetas e dois bisnetos, Sofia, Gabriela, Cecília, Helena, Joaquim, Flora, Ana Júlia, Marília e Antônio.  

Mãe, a senhora também morreu cedo com 64 anos de idade e fez muita falta. Como era gostoso chegar na sua casa com meus filhos e como você e o meu Pai os paparicavam.

Pai, o senhor conseguiu acompanhar o desenvolvimento dos seus netos até ficarem moços e curtia muito cada uma das suas conquistas e todos têm um carinho especial por você. Você também conheceu sua primeira bisneta e foi ela que conseguiu arrancar um sorriso do senhor, mesmo estando já muito adoentado.

Amados pais, vocês deixaram um lindo legado para todos nós. Sou muito grata a Deus por ter me dado vocês como pais, por isso, meus queridos, a vocês minha eterna gratidão.

 

 

 

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