Queridos antepassados hoje percebo com clareza quanta riqueza existe em minha árvore familiar.
Sou a sétima filha de uma família mineira, a casa sempre cheia de amigos e parentes, uma mesa grande, cheia de meninos em volta e aquele cheiro de comida boa.
Claro que nem sempre foi assim, mas essas são minhas mais doces memórias.
Meu pai sempre sentado à cabeceira e ele era sempre o primeiro a ser servido por minha mãe.
Só começávamos a comer após ele dar sua primeira garfada.
Era como um ritual que foi passando de geração em geração.
Meu pai era um homem de hábitos simples, mas transmitia sabedoria, força e poder.
Seguiu sendo meu conselheiro até quando já estava adulta e seguia minha vida em outra casa com minha família.
Sinto demais a presença de meu pai em mim, tenho muito dele: sua personalidade forte, sua humanidade, sua força impressionante, nunca desistia, seu gosto pela leitura, sua impaciência, etc.
Um homem muito conservador mas que soube evoluir nos costumes com o passar dos anos.
Lembro bem o quanto foi difícil para ele entender e aceitar minha gravidez inesperada.
Logo sua filha caçula!
Mas no final foi contagiante ver sua alegria ao segurar seu netinho nos braços pela primeira vez.
Sou tão grata a esse pai que até dói meu coração quando lembro das tantas experiência vividas.
Experiências nem sempre muito fáceis, mas sempre experiências que impactaram minha vida e que deixaram sua marca para sempre.
Ele partiu há 17 anos e onde o senhor estiver receba meu abraço apertado de gratidão.
Minha mãe, uma mulher que ocupou o seu lugar dentro da família.
Na época os papéis eram bem definidos e na minha visão de criança e adolescente notava que ela estava confortável dentro do seu papel de esposa e mãe de sete filhos.
Cumpria com seus deveres e tinha lugar de fala dentro da família e dentro do casal.
Cada um tinha sua autoridade.
Como é diferente dos dias de hoje!