Meus queridos antepassados, porque que eu me sentia, desde pequena com tanto medo e insegurança, nem sabia de onde vinha este travamento, vergonha de me aparecer, ler na escola.
Eu me sentia feia com aquelas sardas no rosto e depois maior um pouco, mais ou menos com 14 anos o medo parece que sumiu, mas depois, quando engravidei, esse medo me rondou novamente.
Depois de alguns anos tomei conta que meu irmão Márcio, falecido, tinha nascido um pouco antes de mim, e comecei a entender um pouquinho a história da minha mãe; o sofrimento e insegurança de quando ela esperava por mim, acredito que tenha a ver um pouco com esse medo.
E agora, pesquisando melhor sobre a vida de vocês, meus antepassados, imagino o quanto devem ter passado dentro daquele navio, ou melhor nem imagino o que devem ter passado.
Sou imensamente grata pelas suas histórias de vida; foram difíceis sim e também foram de muita coragem, garra e perseverança: deixarem seu país e virem para o Brasil!
Eu honro e agradeço todos vocês!
E amo muito cada um de vocês!
Gratidão por fazer parte dessa família: sem vocês eu não estaria aqui hoje!