Foi a partir destas aulas que muitas luzes se acenderam clareando meu passado e me direcionando ao futuro.
Como era bom na infância, ver meu pai todo feliz organizando nossas festas de aniversário, minha mãe, avó e tias que passavam 3 dias confeccionando doces e salgados.
As festas já começavam às quintas-feiras, preparando os doces, às sextas os salgados e o bolo, e nos sábados a organização. Lembrando que na década de 60, tudo era feito em casa, não havia as facilidades de hoje em comprar pronto e colocar nos freezers.
Nós crianças, sem dúvidas entrávamos na dança ajudando em tudo que podíamos, como enrolar salgados e doces, lavar louças, mas a melhor parte era fazer as balas de coco, que tinham que serem puxadas nas mãos ainda quentes e depois de frias, embrulhar em papéis coloridos e provar ainda molhadas. Era a melhor parte!
Papai saía para comprar bebidas e as novidades de músicas em LPs (discos de vinil), os discos da época. Ah, as músicas que nos envolvem e nos transportam como num passe de mágica, num tempo e espaço, em uma época, onde podemos fechar os olhos e rever em pensamentos cenas onde estavam nossos entes queridos que já se foram e ainda são importantes para nós.
Continuando...
Bom mesmo foi lembrar da família toda unida e muitas conversas, risadas e brigas também.
Os Natais não eram comemorados como se deveria e eu ainda bem pequena questionava este fato. Era sempre um almoço em família em casa de minha avó e papai Noel deixava os presentes em nossa casa.
Quando me casei, minha família não era mais tão unida. Foram muitas brigas e separações e avós que se foram. Foi quando decidi que seriam diferentes nossos natais e passei a dar um sentido e mais alegria incorporando as orações, louvando o verdadeiro anfitrião da noite, o menino Jesus, e envolvendo a todos no preparo da festa incluindo a decoração natalina.
Muitas outras festas organizei, trazendo sempre algo de muito significado, principalmente os momentos de orações e bênçãos, pois foi assim que via minha avó fazer quando eu dormia com ela.
Antes de dormir ela rezava um terço inteiro para toda a família e eu ficava olhando e pensando... "Como ela conseguia ficar tanto tempo rezando e me perguntava se ela não ficava com sono?". Eu só ficava ouvindo os sussurros dela, e caía no sono.
Sempre dei muito valor à família e à religiosidade, assim como minha avó e meu pai.
Para mim era claro como as coisas mudaram com a modernidade e as facilidades, mas sendo mais clara ainda, não se dão mais os verdadeiros valores passando a ter o olhar voltado aos valores materiais e pouco se faz com a família unida e com o envolvimento dos filhos e quase nada de valor sentimental ou significativo ficam em nossas memórias.
Agora vendo estas aulas magníficas de Cerimônias Sistêmicas, vejo como tudo se completa. Era exatamente isto que faltava, este entendimento sistêmico a valorização destes momentos que podem nos transportar no tempo trazendo nossos antepassados para participarem nos pequenos detalhes e trazer curas e momentos de magia.
Poder levar este entendimento a todos os convidados, encaminhando e tocando os corações de quem estiver ressoando nesta energia. Era isto que realmente eu buscava!
GRATIDÃO IMENSA!