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CHAPEUZINHO VERMELHO

CHAPEUZINHO VERMELHO
Maithê Luiza Girardello
mar. 8 - 2 min de leitura
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Chapeuzinho vermelho sempre foi um conto infantil que me atraia muito.

Ainda hoje, recordo da história com muitos detalhes.

Claro que eu sempre gostei de muitas histórias, mas quando questionei a minha mãe sobre qual conto era o meu preferido, ela sem dúvidas, respondeu:

-Chapeuzinho vermelho.

No meu sistema familiar, a ausência da figura paterna é notória.

Minha mãe não teve um pai presente, meu pai, da mesma forma, também não.

Eu, por infelicidade ou destino, fui órfã de pai por muitos anos.

A profissão do meu pai sempre exigiu muito dele.

É caminhoneiro e apaixonado pela estrada.

Então, pouco ficava em casa e quando ficava, na maioria das vezes estava alcoolizado.

Foi mamãe quem sempre cuidou de mim.

Desde pequena era ela quem era responsável por mim.

Até mesmo para buscar o boletim na escola quando o papai é que precisava ir (no dia dos pais).

Mamãe sempre carregou muito, praticamente me cuidou e educou sozinha.

Então não foi novidade para mim descobrir que este conto refere-se a ausência do masculino.

Entretanto, não tenho conhecimento de que no meu sistema familiar houve algum episódio de abuso sexual entre familiares, embora a minha impressão seja outra.

Quando eu tinha sete anos de idade eu conheci um senhor na minha cidade.

Esse senhor sentava-se na frente do cartório, todos os dias.

Ao passar pelo local, ele me chamava e conversava comigo, comprava doces e picolés.

Um certo dia, esse senhor me levou até os fundos de uma farmácia.

Lá, num galpão velho, ele tirou a sua roupa e tirou a minha e, então, começou a se esfregar em mim.

Não sei como eu consegui fugir.

Naquela noite eu contei para minha mãe o ocorrido que, desesperada, no outro dia, encontrou o senhor e gritou muito com ele.

Eu lembro vagamente da situação.

Sei que esse senhor sumiu e nunca mais retornou.

Hoje em dia, no meu trabalho, lido diariamente com processos sobre estupro, especialmente de vulnerável.

A cada processo eu me recordo da cena e sinto empatia pelas vítimas.

Não é fácil contar, até porque, na maioria das vezes os estupradores são inocentados por falta de prova.

Depois do curso de constelações sistêmicas eu entendi que vítima e abusador são apenas polaridades distintas de um acontecimento.

Aquele que é o agressor hoje, foi a vítima de ontem.

Por isso, tem sido mais leve, de certa forma, lidar com esses casos.

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