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COMO AS CRIANÇAS ERAM TRATADAS NO MEU SISTEMA FAMILIAR

COMO AS CRIANÇAS ERAM TRATADAS NO MEU SISTEMA FAMILIAR
Solange Gapski
jul. 9 - 4 min de leitura
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Vou contar como era os domingos de almoços com os nossos familiares, tios primos, meus irmãos e meus pais.

Geralmente aos domingos após a missa nós nos reunimos na casa da minha avó, as meninas brincavam em um espaço que nós chamávamos de terraço e os meninos brincavam na parte de cima que era chamado de sótão.

As meninas e os meninos eram separados para as brincadeiras, até que o almoço fosse preparado pelas minhas tias e enquanto os homens jogavam baralho.

E eu nunca entendi porque nós éramos separadas dos meninos, eu gostava muito do meu primo Paulinho e gostava de brincar com ele porém brincávamos às vezes quando havia algum descuidos dos adultos, pensava que esse era o jeito certo, enfim as crianças sempre acreditam nos adultos.

(Esse é o mundo machista que a professora Olinda cita na modulo 03 aula 02).

Quando o almoço ficava pronto a minha avó sempre ordenava que as suas filhas alimentassem primeiros os pequenos, neste espaço que a gente chamava de terraço tinha as mesas pequenas com as cadeiras pequenas que a minha  avó tinha mandado fazer para os netos, deixando tudo preparado e  organizado para quando os netos se reunissem e era lá que nós comíamos, nunca junto com os adultos.

E as crianças também não podiam entrar na conversa dos adultos, isso era algo muito importante e que quando tentávamos era chamado atenção com muito rigor.

Os nossos pais nunca bateram em nós, porém apenas um olhar do nosso pai ou da nossa mãe, aonde a gente sentia que eles estavam desapontados com alguma atitude que nós tivéssemos tomado, as lágrimas de vergonha escorriam no rosto.

A minha mãe era catequista na nossa comunidade. Sempre era muito comum ela pedir para nós que nos comportássemos com muita obediência porque nós éramos exemplo para todas as outras crianças.

Todos os domingos íamos para a missa, sem reclamar e muito bem comportados . Como era difícil para mim não olhar para trás, tinha muita curiosidade de ver quem estava chegado, porém a mãe não deixava.

Passamos por todos os rituais comuns entre as crianças católicas: primeira comunhão, crisma, grupo de adolescentes, grupo de teatro em que as peças eram sempre com textos relacionados aos textos bíblicos. Depois já passamos para o grupo de jovens, praticamente toda a nossa infância e a juventude foi dentro de uma vida em comunidade da Paróquia onde a nossa família pertencia. 

Éramos tão próximos que sempre tinham na nossa casa ou na casa da minha avó um padre almoçando junto como se fosse da família. Nas histórias da minha mãe, a infância dela foi exatamente igual. Acredito que ela seguiu os passos dos meus avós. Já do lado do meu pai eles tinham uma  fé mais mística apensar de serem católicos também, porém meu biso era curandeiro e passou seus ensinamentos para minha avó que era benzedeira, que por sua vez passou para o meu pai.

Minha mãe não gostava nada dessa história tinha um ar de vergonha e receio sobre esse assunto, mas por amor ao meu pai deixou suas crenças, só para ele, e para quem procurava com muita descrição, mas sempre praticou a sua fé.

Fui entender isso só quando já era adulta. Sempre ouvi minha mãe dizendo que foi ela que catequizou o meu pai. Então agora reconheço que tive boa educação religiosa, porém isso trouxe muitas crenças limitantes.

Daninha do casamento da minha madrinha Minha avó Chiquinha com alguns de seus netos e algumas filhas, dos onze filhos que teve!

Eu sou a primeira menina com a blusa vermelha de franjinha!

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