Talvez o título possa sugerir um breve discurso sobre o uso do tempo e do dinheiro em nossas vidas. Entretanto, o tema está além do aparente do aparente e diz respeito à nossa relação com aqueles que nos repassaram a vida!
Sim, aos pais, pois em constelação sistêmica familiar tudo se reporta aos pais, porque, afinal, tudo começa neles e, até, vai além deles muitas vezes.
É na constelação que o pano de fundo do palco da vida é levantado, sendo então expostas as tramas urdidas no sistema familiar que geram doenças, sofrimentos, fracassos, infelicidades e, às vezes, terminam em tragédias.
Tempo e dinheiro, as duas grandes energias a serviço da vida, juntamente com o trabalho que também a ela serve e ao qual devemos por nossa vez servir, totalizam significativa parte das nossas preocupações diárias.
Gastamos muita energia de vida nisso e quase sempre nos sentimos frustrados.
Mãe é tempo e pai é dinheiro, disse a professora.
Já aprendemos que somente a mãe abre caminho para o pai. Ora, para chegar ao dinheiro precisamos de tempo. Agora a luz se fez!
Em outras palavras, se não tomarmos completamente os nossos pais, não teremos acesso ao sucesso e ao êxito, e permaneceremos dando braçadas no mar revolto das adversidades infindas para, finalmente, morrermos na praia.
Como a professora pediu um relato pessoal a esse respeito, e, como ela também disse que “missão dada requer dever cumprido”, pus-me a olhar para o meu próprio umbigo, para nele buscar a gênese da minha dificuldade com o tal dinheiro e, até, com o tempo.
Percebi, então, que por muito tempo busquei as bênçãos secundárias - o dinheiro e o sucesso! - mas desprezei buscar a bênção essencial que é a reconciliação completa com a vida repassada pelos meus pais.
Por essa razão, todo o esforço resultante do meu trabalho redundava em frustração, e o dinheiro, tão dificilmente conquistado, fugia sem consideração. Era sempre uma dificuldade familiar inesperada, uma enfermidade repentina, ou um eco do sistema a socorrer.
Quando não, ele se extraviava antes mesmo de chegar.
Agora eu sei que tempo e dinheiro sempre estiveram à minha disposição mas eu não os reconheci e deles me apartei.
Como é a minha relação com o tempo e o dinheiro?
Resposta: estou aprendendo a ir ao encontro deles.