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COMO MEUS PAIS

COMO MEUS PAIS
ERIKA CRISTIANE KATO
abr. 17 - 3 min de leitura
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Até bem pouco tempo, não só no meu sistema, mas de uma forma geral, os casamentos eram arranjados pelas famílias. Determinados por comodidade, necessidade ou interesse.

Mesmo parecendo coisa do passado, percebo que muitos de nós acabamos nos casando por comodidade. Apenas por acharmos que era hora ou até porque pensávamos que estava passando da hora, porque era preciso casar e cumprir as normas da sociedade.

Afinal, o normal era terminar a escola, se casar e formar família. Não seguir esse roteiro causava estranheza. Gerava preocupação por parte da família.

Mas, independente disso, tenho comigo que algumas coisas acontecem porque têm que acontecer... alguns relacionamentos tiveram que acontecer, porque através deles a vida poderia seguir em frente. Como parte de um plano maior.

Acredito que assim foi o casamento de meus pais. Até acredito que meu pai realmente amava minha mãe (e ama até hoje). Mas, acho que era mais para agradar a família. Meu pai era bem aceito pelos meus avós maternos.

Desde criança me assustava a ideia da separação de meus pais. Muito antes de acontecer, eu tinha essa certeza comigo; alguém havia me contado que minha mãe um dia se separaria de meu pai.

Nesse mesmo período, todos os meus tios se separaram. Como eu estava iniciando a faculdade e estava morando bem longe, aproveitei para não ficar muito por perto. Percebo que as separações na família mexeram de formas diferentes com cada um e cada um carregou de alguma forma um pouco da dor.

Logo em seguida, minha mãe se uniu ao meu padrasto. Um relacionamento mais longo e em que ela foi muito mais feliz. No entanto, que não era aceito pelos meus avós e que afastou um pouco mais os filhos (já estávamos na faculdade).

Eu também me deixei ficar no que era mais fácil, ficar como estava, com quem estava, pela necessidade de não ser diferente e fazer parte, com o propósito de ter um filho. E foi bem assim, com o nascimento do filho, veio a separação e acabei ainda mais apegada ao meu pai, que sempre foi o esteio da família dele, quando o pai dele saiu de casa e da nossa, quando minha mãe o colocou para fora de casa.

Houve até um tempo em que eu acreditei que era um relacionamento para a vida inteira. Demorei um pouco a perceber que estava enganada.

Notas da escola, amigos, atividades extras, escolha de carreira e faculdade, tudo tinha que passar por aprovação. Boa parte do que parecia fazer sentido no coração foi reprovado. Era muito difícil atender às exigências e expectativas. Além disso, a necessidade de ser bem vista e aceita também fez com que a autocrítica sempre fosse muito presente e pesada.

Com certo esforço, fizemos o exigido. Um grande exemplo disso é o diploma acadêmico por uma das melhores faculdades do Brasil guardado no armário. Aliás, no meu e no da minha irmã. Mas, precisávamos disso, afinal nossa mãe tem quatro formações universitárias. Enfim, tudo por amor, para sentir pertencente.

Hoje acredito que há um amor ainda maior que pode curar e libertar dos emaranhamentos, da lealdade e conduzir a uma vida mais simples e feliz.

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