Trepidando estrada afora lá estou eu, um sábado do ano de 1986 às 5 horas da manhã, deitada no fundo da carroceria de um caminhão procurando no céu o Cometa Halley. Estávamos eu e minha mãe indo trabalhar como “boia-fria” na colheita de algodão.
Minha jornada profissional iniciou-se mais ou menos aos 13 anos quando minha mãe conseguiu um emprego como ajudante na confecção de cobertores que eram feitos com lã de carneiro. Enquanto ela e a patroa ficavam no oficio eu cuidava dos filhos da patroa.
Os outros dois empregos seguintes também foram de babá, confesso que não foram experiências boas, pois eu era muito nova para cuidar de um ser tão frágil e dependente.
Quando tinha 14 anos, sempre que podia, acompanhava minha mãe na colheita de algodão.
Foi nesta ocasião que consegui ver o Cometa Halley.
Com 16 anos consegui meu primeiro emprego formal. Trabalhava de copista atendendo ao público numa grande papelaria no centro da cidade. Foi uma experiência muito rica que abriu caminho para meu próximo emprego.
Estava terminando o ensino médio quando fui trabalhar como auxiliar de escritório em uma transportadora de cargas. Tudo o que aprendi neste emprego me impulsionou a fazer cursos e faculdade na mesma área. Três anos depois fui trabalhar numa empresa importadora, foi meu primeiro contato com o comércio exterior.
Quando estava no segundo ano da faculdade de Administração com Habilitação em Comércio Exterior fui trabalhar no Paraguai numa transportadora marítima onde pude estagiar colocando em prática meus conhecimentos acadêmicos.
Logo depois recebi uma proposta para trabalhar no setor operacional numa transportadora internacional multimodal.
Gostava muito do trabalho que fazia, porém era desgastante ter que cruzar a fronteira todos os dias, muitas vezes a pé, pois nesta época o trânsito na fronteira era muito intenso para cruzar de carro ou de ônibus.
Contando os dois empregos foram seis anos trabalhando no país vizinho.
Meu esposo tem uma transportadora de cargas, e na época resolveu ampliar seus serviços abrindo uma empresa de despachos aduaneiros. Saí do Paraguai para trabalhar com ele na parte de despacho aduaneiro. Ficamos dois anos prestando esse serviço, foi uma experiência que não teve êxito. Paramos com esse serviço e ficamos apenas com o de transporte rodoviário de cargas.
Passei a fazer parte do quadro social da transportadora e assumi a parte financeira da empresa.
Foi uma parceria que não deu muito certo, pois meu esposo era muito centralizador.
Junto com o nascimento de meus filhos, nasceu em mim um forte desejo de mudar de profissão. Fiz pedagogia, e comecei a trabalhar em escolas particulares conciliando meio período em casa com meus pequenos e outro período lecionando.
Em 2016 prestei concurso público municipal, fui aprovada e hoje atuo como professora numa pequena escola municipal no bairro onde moro.
Sinto-me realizada profissionalmente, pois educar para mim é um ato de amor. Sigo servindo a vida contribuindo com muito amor a formar outras pessoas nesta jornada da vida.
Honro cada trabalho que tive, pois agora numa visão sistêmica, percebo com muita gratidão que eles me ensinaram o que precisava para ancorar o faço hoje.
Nesta etapa de minha vida, através da busca do autoconhecimento deparei me com as constelações familiares que tocou profundamente meu ser trazendo muita clareza para os emaranhamentos de meu sistema familiar.
Também nasceu em mim um forte desejo de estudar as constelações sistêmicas e com ela, vislumbro uma NOVA PROFISSÃO.