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CONCLUSÃO DO MÓDULO 3: RELAÇÕES CONJUGAIS E RELACIONAMENTOS PAIS E FILHOS

CONCLUSÃO DO MÓDULO 3: RELAÇÕES CONJUGAIS E RELACIONAMENTOS PAIS E FILHOS
Dândara Bomfim
mar. 15 - 3 min de leitura
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Meus pais se conheceram há mais de trinta anos. Minha mãe tinha quinze anos e meu pai vinte e quatro quando se viram pela primeira vez. Minha mãe morava com meus avós, em uma casa iluminada e espaçosa que mais tarde viera a ser da nossa família, aquela que construíra com meu pai. Ela estudava e ajudava minha voinha na escola que tinha no bairro.

Meu pai morou pouco com a mãe, a minha avó; antes da adolescência passou a viver com minha bisavó.

Perante a lei minha bisavó é mãe do pai. Ele não se dedicou aos estudos por muito tempo, parou no sexto ano do Ensino Fundamental e logo começara a trabalhar. Antes de atingir a maior idade trabalhava sem ganhar um centavo, o tio, que arranjara os trabalhos dizia para ele: “precisa tomar gosto primeiro, depois desfrutamos dos benefícios.”.

Minha mãe casou-se grávida, com 19 anos. Viveu tempos desafiadores com o esposo. Dado um ano e oito meses eles se divorciaram, minha mãe retorna para casa, Alex, meu irmão mais velho deixou de ter contato com o pai, e com seus 8 anos de idade foi morar com uma amiga da mãe, que mais tarde viera a se tornar minha madrinha. Meu pai era festeiro e namoradeiro, engravidou uma moça da qual teve que se mudar para São Paulo e dito por ele, não quis que assumisse a criança, e ele aceitou.

Depois de dois anos de separada da minha mãe com o pai do Alex, meus pais se reencontraram, e na lua de mel eu já estava a caminho, a famosa “filha desejada” (que me causou grandes impactos, por vezes, negativos) e depois de dois anos, meu irmão Cauã, o mais novo dos meus pais, nasceu. O casamento acabou tem doze anos. Meus pais foram permitindo que eu ficasse na casa da minha madrinha a partir dos meus três anos de idade, até que com os oito anos, assim como Alex, eu fui morar de vez com minha madrinha. Inicialmente sentia a presença da minha mãe, depois, nem a via.

Saia eu estava dormindo, chegava, eu estava dormindo.

Ela trabalhava longe e aos finas de semana ajudava a minha madrinha na vendagem; não tínhamos tempo para nada. Víamos nosso pai quase todos os dias quando ele sai do trabalho, mas era por cinco minutos, aos fins de semana e nem era todos porque minha madrinha não permitia, ficávamos na casa da minha vó paterna. Eu não queria ter crescido longe dos meus pais. Foi doloroso. Ter que me virar sozinha e dar conta dos arranhões e coração partido.

Ouvir coisas absurdas ao meu respeito sem fundamento nenhum.

Não queria ter me tornado uma dona de casa na puberdade/adolescência e ter de estudar em dobro para não reprovar e ser bombardeada. Não queria ter exigido muito de mim, quando na verdade aquilo não era essencial (aos olhos de uma criança).

Hoje, ainda carrego os olhos dessa criança. Me cobro demais, quero ser boa, tenho medo de ser largada de mão pelas pessoas que amo, tenho medo de vivenciar muita coisa de novo.

Mas em contrapartida, sinto que eu dou conta. Tudo me serviu de muito aprendizado.

Eu estou presente.  

 

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