O módulo seis vem tratar sobre situações de sofrimentos rotineiros que temos dificuldade em resolver. Essas situações que podem se assemelhar a uma ‘pedra no sapato’, incomoda e a gente sabe que ela está ali, mas podemos acabar nos acostumando. Mostra que esses sofrimentos nos ligam ao nosso sistema. Além de nos mostrar que esses sofrimentos podem ser memórias pessoais ou memórias transgeracionais.
Na última aula do módulo a Professora Olinda aborda sobre os contos de fadas e explica algumas lições sistêmicas que os contos de fadas possuem.
Um conto de fadas que sempre mexeu com a minha imaginação infantil e foi um dos meus preferidos foi a história da “Branca de Neve e os sete anões”.
Lembro de ter o filme em fita VHS e de pedir sempre a minha mãe para que eu assistisse. Lembro de ficar encantada com a doçura da Branca de Neve e a fofura dos anões. Tudo ali me encantava.
A história retrata a vida de Branca de Neve que vivia com seu pai e sua madrasta. Por inveja da madrasta, que encomenda a sua morte, é obrigada a fugir para não morrer e viver na floresta na casa dos sete anões. Os anões então permitem que a branca de neve fique na casa deles em troca dos cuidados com a casa, isto é, dos afazeres domésticos.
Os contos vêm para nos ensinar sobre inveja, ira, orgulho, família, medo, confiança, dentre outros. O conto de Branca de Neve não seria diferente. Órfã do amor materno, Branca de Neve se vê sozinha e tendo que lutar pela própria viva, assim vai totalmente para a esfera do masculino procurar proteção. Quando surge novamente o feminino e ela confia, a bruxa quer envenená-la, e somente pode ser salva através do masculino (príncipe).
A orfandade de Branca de Neve pode gerar identificação com várias crianças que se sentem órfãs de mãe e se sentem totalmente vulneráveis aos perigos do mundo.
Hoje a fábula me encanta mas sei que para sermos adultos funcionais e estarmos ‘seguros’ e instalados na realidade, tanto o masculino e feminino tem papel fundamental na nossa vida.
O amor de mãe e a segurança de um pai presente faz com que não precisemos ficar a sós com os riscos da vida lá fora, pois dentro de nós temos esse apoio.
O apoio que faltava a Branca de Neve.
Talvez salva pelo masculino a Branca de Neve possa ter tido a oportunidade de construir sua família funcional e ter tido para sempre um ‘final feliz’.