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TEMAS EXISTENCIAIS - CONTOS DE FADAS

TEMAS EXISTENCIAIS - CONTOS DE FADAS
Soraia de Araujo Victal
mar. 24 - 6 min de leitura
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Segundo o livro Ah! Que bom que eu sei! Uma história tem significado pessoal para nós quando não sai da nossa cabeça, quando nos comove, quando alguém nos pergunta quais são nossas histórias prediletas, quando nos amedronta.

Às vezes, uma história é bem marcante mas nós não lembramos propriamente dela, só de uma ilustração, ou de uma determinada cena ou do título. 

As histórias roteiros das nossas vidas nos contam muito de nós e dos nossos antepassados e com elas podemos esclarecer muitos emaranhamentos e melhoram nossa relação com nossos familiares e com nossa vida pessoal.

De acordo com a análise de roteiros originária de Berne é apropriado analisar quatro historias: uma para a primeira infância (mais ou menos até os cinco anos), outra para a segunda infância (mais ou menos até 12 anos), outra para o início da juventude e outra para o fim da idade adulta, não devendo essa última ser muito recente.

Então para o roteiro da minha história de vida vou seguir este roteiro de análise.

Minha história roteiro para a primeira infância foram os três porquinhos.

Segundo minhas pesquisas  o moral desta história é o exemplo do porquinho mais velho, as crianças aprendem que dedicação e trabalho valem a pena.

Eu interpretava e sinto esta história como se eu fosse o porquinho que construiu a casa mais firme de tijolos para se proteger do lobo mau, dos grandes perigos da vida.

Sempre vivi tendo a sensação de que precisava estar sempre me protegendo.

Me coloquei em uma armadura de ferro bem resistente para me proteger do lobo mau que era representado pela figura masculina.

No meu íntimo vinha uma voz que falava:

- Os homens são seres muito perigosos, não confie neles.

Fique sempre em alerta.

Para a fase da segunda infância o conto que me identificava era o da Cinderela.

Este conto trata-se de uma história de amor à primeira vista, que também trata de temas complexos como a negligência e o abuso familiar.

Apesar de todos os obstáculos, Cinderela continua sonhando e encontra a felicidade no final.

A jovem vestia roupas velhas e tinha que fazer todo o trabalho da casa, sendo excluída de todas as outras atividades.

Com uma vida bastante solitária, ela apenas podia contar com os animais da região, que surgiam para animá-la.

Apesar da vida dura que levava, a protagonista ainda se permite sonhar, ter esperança e confiar na magia do mundo.

É uma história de superação que atravessou os séculos.

Para mim, os contos de fadas que contam histórias do príncipe protetor, amoroso sempre me fizeram ficar confortável e imaginar que um dia eu não precisaria ficar sempre em alerta para me proteger porque existe a possibilidade de surgir o príncipe encantado que ajudaria a me proteger dos homens maus.

Hoje identifico estes protetores como o meu avô materno e o ex-sogro que estiveram sempre me protegendo.

Atualmente eles não fazem mais parte deste plano espiritual e eu me sinto muito desprotegida.

Para a fase adulta identifico o filme do homem invisível.

Não tinha lembrança do que ele retratava.

Mas eu queria ter o poder de ficar invisível para me proteger de qualquer tipo de maldade que possa existir.

Este filme retrata o homem invisível com poderes reais de invisibilizar o outro, devorando-o psicologicamente até restar somente o trauma de pisar na rua, alguém que, de um jeito invisível, vai adentrando em sua mente, devorando quem você foi, é, gostaria de ser até sobrar somente o cansaço, a incapacidade de reação.

É somente uma metáfora sobre a certeza de uma mulher que, mesmo cansada, decide pôr fim ao seu sofrimento: a morte do fantasma, o extermínio do mal como inicio de uma nova vida.

O homem invisível é o terror de peso para compreender relações abusivas.

Tudo isso para desenhar o poder destruidor do abuso sofrido por mulheres dentro de suas casas.

Livrar-se de uma situação abusiva não é fácil.

Minha mãe sofreu este abuso do meu pai e eu do pai das minhas filhas.

A recuperação deste tipo de abuso leva muitos anos de tratamento e talvez muitas gerações.

Para o fim da idade adulta me identifico com o filme Ghost  do outro lado da vida.

Este filme apresenta uma investigação poderosa sobre a solidão, o amor, o luto, a memória, a melancolia, a história e o tempo.

O filme fala sobre um casal que experiência o luto.

A dinâmica do casal e a importância que um tem pelo outro.

Este filme me faz lembrar de um sonho recorrente que depois de uma série de tratamentos psicológicos e constelações parei de sonhar.

Sempre sonhava estar na guerra com um menino por volta de uns cinco anos e um soldado nos protegia, nos levando no meio dos tiros para um local onde parecia ser um hospital improvisado onde existiam muitos soldados feridos deitados em macas.

Eu sempre acordava muito angustiada, com muito medo.

E sentia uma saudade imensa de alguém que não conheço, ou que talvez não faça parte deste plano espiritual.  

Os tratamentos psicológicos que fiz não abordaram as histórias roteiro como uma ferramenta de tratamento.

Eu tinha estas histórias em minha memória mas nunca tinha parado para refletir sobre elas e nem sabia o quanto elas são importantes para esclarecer os caminhos difíceis trilhados em minha vida.

Mas sei que estas histórias são portais abertos para um novo caminhar e preciso refletir, constelar e curar todo este roteiro para construir uma nova história de vida onde exista a paz, o amor, a segurança, a felicidade, a leveza do ser.

 

 

 

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