Assim como os animais se organizam em suas colônias (muitas vezes de forma impressionante, como os cupins), nós humanos também fazemos parte de um todo, que é nossa grande família.
Através da pesquisa sobre o campo morfogenético, desenvolvida por Rupert Sheldrake e outros biólogos e também estudando outras culturas, compreendemos a métrica terapêutica das Constelações.
Bert Hellinger, teólogo, filósofo, desenvolveu o método das Constelações Familiares a partir de observações sócio-culturais: a segunda guerra mundial, os Zulus.
Recebemos a vida através de nossos pais e, de forma consciente ou não, queremos demonstrar lealdade a eles e a todos do sistema. Isto pode ser demonstrado de forma leve ou mesmo em forma de dor, depressão, vícios, ou outras doenças ou sintomas que não sabemos de onde vêm. E que muitas vezes carregamos como um peso ao longo da vida.
Por quê isso?
Estamos vinculados ao sistema através do que Bert Hellinger chamou de Leis do Amor e todos desequilíbrios estão relacionados à necessidade de Pertencimento, que é a Primeira Lei do Amor. Todos precisamos pertencer! E às vezes, de forma inconsciente, criamos mecanismos (no corpo ou em algum comportamento) para nos sentirmos incluídos.
Aqui quero fazer uma referência ao simbolismo da Lua na Astrologia: ela representa nosso lado emocional (feminino), o primeiro contato com a mãe (como fui acolhida), e está associada à memória do passado, à nossa ancestralidade.
" O passado se deposita dentro de nós em muitas e intrincadas camadas. O seu mundo interior é cheio de relacionamentos complexos, pois contém não apenas o passado tal como ocorreu, como também todos os modos pelos quais você gostaria de revisá-lo." Dr. Deepak Chopra
Tudo que foi vivido e sentido pelo sistema fica registrado na memória ou na penumbra do subconsciente. Então quando temos o sintoma é necessário trazer à luz para que aconteça a cura.
Reprimir adoece.
Damos luz a esses sintomas, através do nosso olhar a eles, da inclusão com generosidade e compaixão com todos, porque os bons e os maus, todos pertencem. O que não é uma prática fácil, mas acredito ser possível, principalmente através da constelação, que acrescentei no meu dia a dia juntamente com outras práticas e o resultado tem sido surpreendente!
A Lei da Compensação é a segunda Lei do Amor, que atua em nossa alma sempre desejosa de dar e receber, porém, muitas vezes isto não ocorre na mesma medida e uma das partes se torna devedor, o que resulta em emaranhamentos.
Através dos nossos pais recebemos a vida, que é nosso bem mais precioso . Então, no fundo da nossa alma sentimos a necessidade de compensar de alguma forma, através da continuidade por meio de nossos descendentes ou de alguma criação que marque nossa passagem por aqui.
Também em nossos relacionamentos afetivos ou de trabalho se torna necessário buscar o equilíbrio entre o dar e o receber, de modo que a harmonia do sistema seja mantida.
A terceira Lei do Amor é a Ordem. O sistema deve ter uma organização para que permaneça vivo, seja ele qual for, uma hierarquia onde cada indivíduo ocupe o seu devido lugar, porque caso contrário este lugar será ocupado por alguém.
Por exemplo, um filho pode estar ocupando o lugar do pai na tentativa de ajudar. Se este tiver sofrendo alguma doença ou alcoolizado e não consegue trabalhar. Então o filho abre mão de seus sonhos para sustentar a família.
Mesmo sabendo que é por amor, há um desequilíbrio no sistema, pois:
"A Ordem precede o Amor, que só pode se desenvolver dentro dela"(Bert Hellinger em seu livro Ordens do Amor).
Gratidão,
Rute Ribeiro