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NOSSAS VIDAS: PAI, MÃE E FILHA

NOSSAS VIDAS: PAI, MÃE E FILHA
Adriana Hey Gondin da Cruz
mai. 27 - 5 min de leitura
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Meus pais contraíram matrimônio em 1963, um casal muito lindo, vindos de família abastadas, deram início na vida conjugal com muitas dificuldades; 

Meu pai com 22 anos realizou vários trabalhos para sustentar a família os mais humildes possíveis, mas, sempre com dignidade e respeito.

Minha mãe aos 20 anos de idade, companheira e sempre ao lado do meu pai nas empreitadas da vida e fazendo tudo que era necessário para darem o melhor para os filhos. Tiveram 07 filhos, a primeira partiu com poucos meses devido a meningite, meus irmãos não nascidos João e Pedro e vivos somos em três mulheres e um homem.

Apesar das dificuldades, meus pais sempre permaneceram unidos, o maior lamento da minha mãe é que o meu pai era frio na forma de expressar o amor, que ele nunca a defendia quando a família dele a maltratava. Os lamentos com relação ao meu pai eram constantes e passamos a vida escutando minha mãe falar: “Seu eu falo pau, teu pai fala pedra”, triste porque minha mãe com tanto amor para dar e meu pai na espera do amor materno que nunca teve.

Meu pai era o quinto filho, descendente de famílias portuguesa e italiana. Quando pequeno, um senhor que trabalhava na fazenda, não viu meu pai e acertou a cabeça dele com um tijolo, meu pai ficou muito mal, contraiu meningite e teve a visão afetada e, com o passar dos anos, foi enxergando cada vez menos.

Foi professor na escola rural da localidade em que moravam, veio estudar e servir o Exército no Quartel da 5ª Infantaria Blindada na cidade de Castro/PR  onde veio a conhecer a minha mãe, passado alguns anos contraíram matrimônio, sendo o único que se casou e foi embora para outra cidade. Meu pai foi um pai rigoroso e amoroso, ele sempre falava: “Filhos tinham que ser como pássaros, criar asas e voar”.

Minha mãe teve três irmãos não nascidos e eram em sete filhos vivos, descendente de famílias de alemães e portugueses. Sempre ajudou nos afazeres da casa, a relação com seus irmãos era de puro amor, porém, em relação às suas três irmãs traz recordações de mágoa e ressentimento desde a infância, e muitas que vieram vindo com o passar do tempo.

Filha amorosa, obediente, gosta de fazer tudo com perfeição, sempre pronta a ajudar o próximo, ótima costureira, tinha e têm gosto por fazer negócios, os chamados “rolos, barganha”, herdada do seu pai que tinha vários negócios na cidade, foi e é mãe amorosa e presente com seus filhos.

Então, agora eu me dou conta que sou os dois, que não trago somente a genética, os meus traços, mas seus costumes, aprendizados e memórias transgeracionais.

Do meu pai trago o desejo de adolescente, o de ser professora, nunca consegui realizar, mas estou trabalhando na escola o que eu gosto muito. Criei asas e voei longe do ninho em busca de oportunidades, sendo a única filha que mora longe.

De minha mãe trago a busca pela perfeição, o respeito que ela tinha pelos pais, o horror a conflitos.

Escrevendo sobre a vida de meus pais, as lembranças são como um flash, hoje tenho consciência que a relação do meus pais não tinha o equilíbrio entre o dar e receber, a busca do meu pai pelo amor materno, as reclamações deles um do outro com os filhos, ocorrendo a inversão de ordem, porque passamos a dar conselhos aos nossos pais de como agir um com o outro, tentando apaziguar.

Me dou conta que a relação da minha mãe com minha irmã mais velha é conflituosa devido a uma moça que era apaixonada pelo meu pai e não era correspondida. Minha irmã assumiu a posição de esposa do meu pai, porque gostava de falar mal da mãe para o pai e mesmo agora, com ele falecido, ela, que se colocou na posição da matriarca da família, embora tenha um coração bondoso e generoso, quando contrariada, não hesita em dizer palavras de baixo calão e atirar o que tem pela frente, a falta de respeito com a minha mãe é assustadora.

Hoje o sentimento que prevalece é de medo por suas atitudes, ficando difícil separar a relação de amor e medo.

Então me dei conta do quanto o meu sistema familiar precisa de cura para ser feliz e que as gerações futuras podem ser felizes, seguindo as Leis do Amor.

#mod03#conclusão

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