Nesta tarefa nos foi proposta uma opção pelos contos de fadas e histórias mais significativas em fases de nossas vidas.
Para mim é difícil escolher entre tantas que me alegrava ou me fazia chorar, engraçadas e outras em que ficava apreensiva.
Posso citar exemplos de sobra: Cinderela, João e Maria (os dois irmãos perdidos na floresta, sem papai e sem mamãe), João e o pé-de-feijão (puxa! não tinha ninguém para ajudá-lo a subir? eu pensava; mas ele era forte!), Rapunzel (que cabeleira linda, cabelos longos, ah, que sonho!), enfim, mas cá estou a mergulhar na história do Patinho Feio!
Sempre fui muito impressionável e sensível demais (além da conta!), tudo era, e às vezes ainda é, percebido como muito sofrido, muito trágico, muito...muito... tudo muito, então, na minha memória, hoje as lembranças me trouxeram de volta essa história.
Como achar tão feito o coitadinho do Patinho, só pela cor? Ou forma? Ou som da sua voz? (pequena voz). Será mesmo que não tinham compaixão ou amor pelo lindinho? Era isso que eu pensava, todas, todas as vezes que resolvia ler de novo e de novo.
Ao mesmo tempo lembrava também da similaridade (no meu entender) com a história de Fernão Capelo Gaivota, e daí, me dava uma sensação segura de que Deus criava esses seres, e pessoas claro, para serem diferentes mesmo, com toda sua lindeza, ou beleza, ou belezura, pensava, meditava, ia longe pensando e pensando e meditava horas assim.
Essa segurança e certeza sempre tive de que nós, talvez alguns de nós, nos espelhamos e vemos o quão maravilhoso é sermos (ou sentirmos assim, talvez ser e sentir seja a mesma coisa) e aquele feioso e sofrido, sempre é o mais forte, o mais lindo, o mais inteligente, o mais corajoso, o mais insolente as vezes, pois ser insolente também tem a ver com coragem (será?), mas era isso que pensava, ou talvez ainda pense.
Enfim, estas personagens e personalidades nos remetem ao mais fundo, indescritível e o mais secreto de nosso espírito, em pensamentos que nos fazem nos sentir "gente", ou espécie rara, mas que estão e estamos aqui para aprender e muito, muito, muito com os demais iguais (ou seríamos todos diferentes?) e fazermos parte destas manadas, várias manadas e muitos coletivos diversos nessa nossa jornada terráquea.