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REFLEXÕES

REFLEXÕES
Maria Claudia Cordova Soares
abr. 8 - 4 min de leitura
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Ao terminar esse módulo lembrei de um texto do Padre Fábio de Melo que fala sobre a inutilidade e o amor. Em seu texto ele diz que “só nos ama, só vai ficar até o fim, aquele que, depois da nossa utilidade, descobrir o nosso significado” e ainda vai além, “ só o amor nos dá condições de cuidar do outro até o fim e feliz aquele que tem ao final da vida, a graça de ser olhado nos olhos e ouvir do outro: "você não serve pra nada, mas eu não sei viver sem você".

Sempre que leio esse texto eu faço uma reflexão sobre as pessoas que eu amo, a quem eu sou leal, e para quem coloco, antes da minha felicidade, a lealdade por elas. E a lealdade, conforme essa aula 2.2, sobre as relações parentais,  me fez enxergar inclusive o meu esforço em pertencer a algum lugar, renunciando a minha própria felicidade.

Sempre tive medo de ser rejeitada, talvez esse seja o motivo de eu nem tentar o novo; não tento novas amizades, não tento novos amores, pois quem está comigo eu enxergo que estará presente até à minha inutilidade.

Agora eu vejo, quanta ignorância de minha parte.

Eu sou a mais nova de três irmãos, e somos muito próximos em idade, ou seja, meus pais tinham dois filhos (uma filha de 2 anos e 2 meses e um filho de 1 ano e 3 meses) quando eles engravidaram de mim. Estavam bem apertados financeiramente e eles já tinham conversado que não era a hora certa de ter mais um, mas aí já era tarde demais.

Minha mãe já me contou essa história e disse que, por poucos minutos me rejeitou, e já me pediu perdão inúmeras vezes, no entanto acho que ainda falta ela se perdoar por ter pensado que não seria uma benção me ter.

Talvez , mais importante seria eu dizer que falte a mim perdoá-la por isso.

Isso ficou na minha cabeça até que uma amiga disse que eu seria a pessoa que ficaria ao lado dela e que seria a filha mais presente. E de fato eu sou a filha mais presente, sou a que moro em Campo Grande para estar perto deles e cuidá-los da melhor forma.

Meus irmãos criaram asas, construíram suas famílias e eu continuo no meio da relação dos meus pais.

Eu sou casada com meu pai e com minha mãe. Não tenho espaço para outra pessoa.

Na aula 2.3 sobre a ordem que liberta, eu pensei muito na frase que ouvi da professora Olinda Guedes: “Para você ser feliz, você precisa ser um pouco desleal”. E conclui que realmente eu preciso ser desleal e começar a olhar mais para mim, a viver mais minha vida, e mostrar que estou por perto sempre que precisarem, mas eu preciso ter um relacionamento comigo primeiro para, aí  sim, construir a minha família.

Por muito tempo achei que seria uma traição da minha parte eu me mudar da casa dos meus pais.  Eu achava que eu os estava abandonando, tinha tudo na casa deles e mesmo assim, por ingratidão, decidi abandoná-los.

Mas hoje eu vejo que eu tomei a decisão mais assertiva.

Ainda tenho muito a caminhar, preciso ter empatia e compaixão com a minha história, com a minha pessoa e além disso criar um diálogo de amor assertivo com meus pais para que entendam que a minha lealdade precisa ser desleal em certos momentos, pois no fundo, tanto eu sei quanto eles sabem, que nós vamos nos amar na nossa inutilidade, independente de qualquer circunstância.

#Mod 02 #conclusão

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