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CONCLUSÃO DE MÓDULO: MEU PAI, MINHA MÃE E EU

CONCLUSÃO DE MÓDULO: MEU PAI, MINHA MÃE E EU
Alessandra Teodoro Azevedo
set. 6 - 9 min de leitura
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O texto de hoje irá me ajudar a enxergar como autora e não como personagem o meu sistema desde a infância dos meus pais, para ver dessa forma, quais detalhes serão narrados a favor de me ajudar curar feridas e até mesmo me ajudar enxergar coisas que me incomodam e trazem um desconforto gigantesco e que até agora só trouxeram prejuízos, sem eu ter ao menos noção da existência desses problemas ou emaranhamentos em meu sistema.  

Vou começar pelo meu pai, meu pai se chama Sérgio, filho de Cristiano e Celeste. Sérgio tinha mais 2 irmãos, ele era o caçula, com 2 anos de idade seus pais se separaram e sua mãe ficou em Belo Horizonte, MG, com ele e sua irmã na casa de seus pais, o senhor Ovídio e a senhora Alzira; já seu pai, partiu para Pirapora, no interior do estado, com o irmão primogênito, afastando-se assim, ambos, dos outros familiares. 

Logo em seguida ao divórcio, o senhor Ovídio, avô de Sérgio, comandante da aeronáutica, pediu transferência para o Rio de Janeiro, e se mudou com toda a família, esposa, filhas e netos.      

Alguns anos se passaram e a família toda votou para Belo Horizonte, porém, a mãe de Sérgio, mudou-se para Sete Lagoas, interior de Minas Gerais, onde casou-se novamente, deixando Sérgio e a irmã, em Belo Horizonte continuando morar com os avós e uma tia, filha mais nova do casal. Nessa altura da vida seu pai, Cristiano, em Pirapora, também já estava casado pela segunda vez. 

Quando Sérgio completou 11 anos, seu avô o levou para Pirapora para reencontrar seu pai e o seu irmão mais velho;  já haviam se passado 9 anos da separação e eles nunca mais haviam se visto; ele não tinha nenhuma lembrança de como eles eram, visto que ele tinha apenas 2 anos quando foram separados.

O encontro foi maravilho, os irmãos logo viraram melhores amigos, o pai se encantou com o filho mais novo do primeiro casamento, pois já tinha mais filhos com a segunda esposa.

Dali em diante o contato entre os três jamais se perdeu e as férias escolares de Sérgio já tinham destino certo, a casa do pai em Pirapora.

Sua mãe então, ganha um filho, agora o seu irmão caçula por parte de mãe. 

Sérgio segue os estudos na capital mineira, torna-se jogador de futebol, que é sua paixão, mas o avô não permite que ele siga o sonho de ser um profissional dessa área e pede para ele seguir apenas com os estudos para ingressar na faculdade.

Com toda obediência que ele tinha ao avô que o criou, ele abandona seu sonho e seu talento e segue para a faculdade de Engenharia Mecânica, onde também se destacava por sua inteligência e dedicação.

Nessa rua que o Sérgio morava em Belo Horizonte desde sua  infância, conheceu uma linda menina que se chamava Marilene, minha mãe.

Marilene, filha de Ivone e Blair, tem 7 irmãos, perdeu o pai quando tinha apenas 13 anos; como era a filha mulher mais velha, antes dela só tinha 1 irmão e a irmã mais nova havia acabado de completar 1 ano de vida, Marilene teve sobre si a responsabilidade de ajudar a mãe a cuidar, de um modo geral, dessa família, assumindo desde cedo papéis de um adulto, trocando estudos por trabalho, brincadeiras na rua por atividades em casa com os irmãos.  

Talvez pela perda do esposo, sua mãe sempre foi muito séria e rígida, por ter crenças limitantes sobre a figura masculina, ela nunca mais se envolveu com mais nenhum homem, tendo o discurso que tinha medo que algum homem mexesse com suas filhas, dessa forma a criação dos filhos se limitou a pequena pensão do esposo falecido e o sacrifício da vida de seus filhos que não tiveram opção a não ser ajudar a mãe com as contas e os compromissos de toda família.  

Marilene sempre foi uma moça bonita, comunicativa, de muitos amigos, guerreira, criou a irmã que era um bebê quando o pai se foi, como se fosse sua filha, tendo uma rotina de mãe e filha, levando em escolas, preocupando com roupas e tudo mais; não atoa foi chamada pela mãe para batizá-la, foi uma irmã-mãe e então ganhou o título de madrinha.

Já seu pai, Blair, enquanto vivo era o rei da criançada da rua e o amigo de toda vizinhança, um homem do bem, com um coração gigante, que vivia para o outro, tinha o prazer em ajudar e servir, quando estava com a criançada era difícil saber quem estava se divertindo mais, se ele eu elas.

Quando a turminha foi crescendo, ele era o paizão que levava todos para os bailes de sexta a noite em seu caro que se "transformava em um ônibus", pois naquela época ia gente até no porta malas e ficava cochilando no banco esperando o baile acabar; um anjo que parecia que sabia que tinha que viver ao máximo a cada minuto porque sua passagem nessa existência seria breve, e assim ele fez.

Sendo vizinhos de infância, tenho o privilegio de ouvir historias do meu avô materno, Blair, pela minha mãe e pelo meu pai, Marilene e Sérgio, que a propósito o amava como um pai, um amigo, um grande companheiro, meu pai fala que foi uma das notícias de morte que mais o marcou até hoje em sua vida, foi realmente como perder um pai.

O grande pesar que meu pai tem é que o Blair, não o viu como genro, pois naquela época, Sérgio e Marilene, eram apenas crianças, e ele tinha certeza que Blair ficaria muito feliz com a união dos dois. 

Passado um tempo, Sérgio e Marilene, começam a namorar e  se casaram. Tiveram dois filhos, Bruno e Alessandra, com uma diferença menor de 2 anos entre eles.

Sérgio, como engenheiro mecânico, sempre trabalhou longe de casa, pois passou a maior parte da sua vida profissional trabalhando no meio de mineração, em lugares remotos, onde não tinha infra estrutura para a criação de seus filhos pequenos com escolas, saúde e etc, vindo em casa a cada 15 dias aproximadamente.

Graças a todo seu sacrifício, nunca faltou nada na infância de seus filhos, que estudaram em escolas particulares, fizeram atividades extracurriculares, atividades físicas; a mãe ficou em casa para acompanhar a rotina das crianças de perto, já que o pai ficaria ausente boa parte do tempo.

Marilene, como já falado, era muito animada, sempre foi com os meninos, com ou sem o marido, para festas de aniversários, shows infantis da Disney que vinham na cidade, show da Xuxa, circo, parques, trenzinhos as sextas-feiras na pracinha do bairro, passeios aos shoppings, ela sempre fez de tudo para os filhos terem uma infância feliz.

Eu me lembro que era muito fã da Xuxa e então no meu aniversário de 5 anos, meus pais me deram uma festa em um buffet grande, com serviço completo de garçons e tudo mais que tivesse direito, e contrataram a Xuxa e as Paquitas cover para me presentear; foi o maior sucesso entre todas as crianças e adultos também, pois quem não era fã da Xuxa, não é mesmo?   

Assim foram nossas infâncias, claramente não tenho direito de cobrar nada dos meus pais; a vontade que tenho agora é de reescrever a história deles e desmanchar toda dor, abandono, medo, perdas, frustrações, sonhos perdidos que eles tiveram.

Nitidamente dá para concluir que eles fizeram o melhor que puderam com a consciência que tinham e deram o que não tiveram e não receberam, para tentar fazer eu e meu irmão as crianças mais felizes possíveis. 

PAI, MÃE, AMO VOCÊS, obrigada por terem me aceitado como filha e por terem se superado tanto assim por mim.

 

OBS: Olinda, gratidão pela sabedoria dessa atividade. Incrível como só assim enxergamos o que achamos que sabemos. Somos todos iguais, acaba que dá vontade de colocar os pais no colo e fazer carinho, por tantos desafios que eles enfrentaram.

Assim, concluímos que eles se superaram por amor a nós. Lindo demais. Não há motivo para dor mais; eles sofreram tanto!

Gratidão, mestra. Que Deus continue guiando seus ensinamentos e seus atos.

Abraços. LÊ

#mod03#paimaeeu #ashistorias #meusistemadesdeainfanciadosmeuspais 

 

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