Meus pais se conheceram numa empresa do Paraná chamada COPEL, que estava iniciando os trabalhos de construção de hidrelétricas. Meu pai era técnico formado no CEFET de Pelotas em eletrotécnica e minha mãe telefonista em Faxinal do Céu, próximo a cidade que moramos atualmente.
Eles namoraram e com 6 meses de namoro, minha mãe engravidou de mim. Receio que não foi fácil para ela, já que em meados de 1982 ainda havia muito preconceito com gravidez antes do casamento.
Então, pediram o desligamento da empresa e foram morar em Pelotas, RS. Chegando lá sei que foram morar com minha avó paterna e familiares.
Houve um outro acontecimento também, já que meu pai tinha uma noiva em Pelotas e precisou romper com ela. Devem ter sido tempos difíceis para minha mãe que passou a gravidez sem conseguir comer adequadamente, com muitos enjoos e vômitos.
Logo essa história chegaria ao fim. Casamento não deu certo e minha mãe voltou comigo para o Paraná.
Continuando a falar de relacionamentos conjugais de meu pai, houve um segundo casamento e o nascimento de meu irmão Pyerre. Casamento esse que não deu certo também. Os padrões de traição continuavam presentes.
No caso da primeira noiva e de minha mãe, foi meu pai que traiu, já nesse caso da segunda esposa, Mara, foi ela que o traiu com o noivo que ela havia supostamente rompido o compromisso.
Depois de tantos desencontros e traições, surgiu na vida dele uma pessoa especial, que considero minha boadrasta, Janecler, uma pessoa querida e com quem ele está até hoje. São quase 25 anos juntos.
Nesse meio tempo descobrimos uma irmã, filha de uma outra mulher que foi amante de meu pai. O nome dessa irmã é Cibele. O relacionamento entre ela e meu pai não é bom, não houve uma aproximação.
Essa boadrasta tinha o sonho de ter filhos, apesar que ele, meu pai, por já ter 3, não queria. Ela perdeu três irmãozinhos meus com abortos espontâneos. Mas, em meu coração já inclui todos os irmãos, vivos e falecidos.
Na história da minha mãe, foi completamente ao contrário. Pessoa com trauma, nunca mais casou. Quando digo nunca mais, é porque não teve nenhum tipo de relacionamento mais. Não gosta que fale nem brincando em encontrar outra pessoa. Nunca superou os problemas vividos com meu pai. Ela é uma ótima pessoa, moramos separadas dos meus 18 aos 36 anos, mas agora vivemos juntas na mesma casa, herança de meus avós já falecidos.
Sei muito pouco da infância de ambos. Sobre minha mãe lembro dela comentar que meus avós eram muito rígidos e ela teve que ajudar muito tanto nos afazeres domésticos quanto na criação de meus tios. Não gostava de estudar, mas fez magistério.
Gostava de esportes.
E da criança interior dela sei que ela gostaria de ter bonecas caras, com longos cabelos, mas não ganhou de meus avós porque eles não tinham condições nem interesse em realizar esse desejo. Atualmente dei de aniversário para ela um bicho de pelúcia que agradou muito a criança interior dela. Ela fica na sala, no sofá, com a boneca, vendo TV.
Do meu pai só sei que começou a trabalhar com 14 anos e sempre foi ressentido com isso. Sempre cobrou minha mãe do por quê eu estudava ao invés de trabalhar. Nunca me apoiou nos estudos, mas lembro que na época eu tinha muito apoio da minha família de origem materna e da família de meu esposo.
Olhando para trás vejo muitas semelhanças com minha história de vida. Casei 3 vezes. Engravidei antes de casar. Fui traída por 2 maridos. Repeti a vida de meu pai, com o número de casamentos e traições. Repeti o sofrimento da minha mãe quando fui traída.
Repeti até conhecer as constelações.
Não posso dizer que estou curada, mas hoje tenho a consciência do que estou fazendo. Cada dia é um novo aprendizado. Noto que me curando nesse um ano com Olinda Guedes, curo todos a minha volta. Mesmo que eles não acreditem em terapia, a cura chega para todos.
Presenciei minha mãe, que não acredita em terapia, ontem dizer a uma amiga que não via há anos: “Você está viva! Respondeu ela: sim! Estou viva e você também está! “ Achei aquilo fabuloso e estou maravilhada até agora!! Constelação ao vivo!!!
#mod03#conclusão