A construção da minha jornada na terapia sistêmica tem me completado, à medida que me conecto ao amor mais profundo dos meus pais.
Para aqueles que iniciam na jornada dos conhecimentos sistêmicos, seja através das constelações ou de outra terapia, deparam-se, inevitavelmente, com as figuras do pai e da mãe como base para o sucesso e a prosperidade, em qualquer aspecto da vida.
A experiência das constelações em grupo, vivenciada na formação real, despertou em mim o desejo de aprender mais e mais, e não parar de evoluir e contribuir para o movimento de transformação, por meio do amor que cura. Ao participar como representante, entrei em sintonia com o campo, e as percepções foram chegando sem que eu tivesse qualquer controle da situação.
Nesse sentido, pude entender o que dizia a teoria sobre a total isenção de expectativas e de se colocar a serviço para ser instrumento do campo.
Durante as constelações em grupo, muitos insights e elucidações a respeito da minha experiência intrauterina, infância, ralação com os pais, relacionamentos, esferas profissional e financeira. Simplesmente, me entrego ao movimento e deixo que as coisas aconteçam, como tem que ser, sem cobrar nem esperar absolutamente nada em troca.
O resultado de tudo isso é que, aos poucos, estou encontrando meu lugar sistêmico. Isso mesmo! Depois de 52 anos de idade, posso dizer que finalmente voltei para casa. Que o amor me trouxe de volta. Que agora encontrei meu lugar no mundo.
Como dizem por aí, cada dia tiro uma casca da cebola e me conecto com a minha real essência e encontro a luz.
O aprofundamento no tema das constelações me despertou para a diferença entre genitores e pais, e que nem sempre temos condições de aceitar os genitores como pais, e que a criança não necessariamente precisa fazer as pazes com uma mãe que nunca lhe deu nada além de violência, ou com um pai que abusou sexualmente e bateu diversas vezes, sem nunca demonstrar afeto.
Existe uma diferença entre aceitar a vida e aceitar pais disfuncionais, pois a vida, essa sim, veio dos genitores mas, em alguns casos, outras figuras de referência materna e paterna podem ser, então, adotadas pelo cliente, para que cure a orfandade.
Com relação à estagnação e/ou problemas financeiros do meu sistema, descobri que desordens das gerações anteriores estavam reverberando nas minhas finanças, como forma de chamar a atenção para que o acolhimento de tudo que foi ocorresse, e uma profunda correção se operasse na nossa família.
O campo trouxe à tona, dívidas sistêmicas que acorrentaram membros familiares em problemas que se repetem em gerações.
Ao mergulhar no campo, consegui ver esses “segredos” que hoje ressoam na família em falências, golpes financeiros, e diversos problemas desta ordem, e permiti que os emaranhados fossem deixados a quem deve pertencer no sistema.
Assim, a liberação dos membros do sistema, de dívidas de ancestrais, ou qualquer outro problema pode enfim ocorrer.
Somente quando somos capazes de dar lugar a quem o sistema mostrar que está excluído, podemos desatar os nós e fazer com que o fluxo da vida, não só dessa pessoa, flua, mas de toda a família à qual ela pertence. É um trabalho lindo e de muito resultado.
Todos aqueles que fazem parte daquele sistema são beneficiados.
Pois é como se tivéssemos tirado correntes que aprisionavam a todos em problemas repetitivos, até que alguém conseguisse resolver.
Os emaranhados estão naquilo que desagrada, que deixa inquieto, que inicialmente se julga, se critica, se exclui. Aquilo que se gosta, que traz paz, já está certo, já fluiu. A partir do momento que olhamos com amor para as atitudes e comportamentos ou "defeitos" dos nossos familiares, tudo se torna certo, tudo foi como tinha que ser. Paramos de julgar e passamos a amar. É aí que a cura acontece.
A solidão é sintoma de falta de amor, mas não porque ele não existe, e sim porque não é encontrado, não é lembrado, é cego e disfuncional. Se você se sente só, encontre os seus pares, encontre outros.
Lembre-se de que é amado.
Pois só se pode atrair o amor quando se emana amor.
#mod09