Este módulo bônus foi muito especial, cada aula mais rica que a outra. Fui aprendendo e pegando carona em cada encontro. Ao final deste módulo não só aprendi como também me constelei o tempo todo.
O que é constelação épica? Eu fiquei me perguntando quando ouvi o nome pela primeira vez. Assim que comecei a assistir as aulas fiquei encantada com o conteúdo, pois é realmente incrível como trabalhar esses temas traz uma plenitude para nosso sistema. Incluir os que foram excluídos, dá um lugar para aqueles que fazem parte da nossa grande alma familiar.
Nesta parte do curso estudamos muito sobre aborto, seja ele provocado ou espontâneo, e esse estudo me fez perceber como isso acontece em praticamente todos os sistemas familiares.
Um aborto tido como segredo, para o qual ainda não foi dado um lugar à aquele que não pôde nascer e ainda permanece como um excluído do sistema, pode trazer algum sintoma para alguém da família, isso é muito comum que chegue através de seus irmãos, afim de que olhem para eles e os incluam, pois eles também pertencem a família.
Os sintomas sequentes podem ser uma grande tristeza, uma melancolia, uma sensação de vazio, um sentimento de perigo...
Um dia alguém que carrega alguma memória transgeracional como sintoma, pode através de uma terapia sistêmica tomar consciência dessa dinâmica e, quando a pessoa olhar para os excluídos, sejam irmãos, tios, tios avós... (aqueles que por algum motivo não puderam nascer) e fazer o movimento de inclusão, isso vai reverberar no sistema familiar trazendo uma harmonia uma sensação de leveza e de completude.
Em uma das aulas Olinda Guedes diz:
“O significado sistêmico de aborto espontâneo pode ser uma tentativa do sistema de prantear aqueles que partiram sem pranto, sem lamento, sem saudade. Um dos grandes erros é que o sistema continua tomando como invisível a morte a forma de fazer isso é dizer: eu tive dois filhos e quatro abortos espontâneos.
Por isso, o Cristo disse: 'Pai, perdoa-os, pois eles não sabem o que fazem' – a forma correta da pessoa falar seria: eu tive seis filhos”.
Segundo Olinda Guedes, as constelações épicas são estruturadas no perdão.
Então eu fiquei pensando que enquanto não for liberado o perdão genuíno, sem culpa, sem julgamento, aceitando o que foi, da forma como foi e incluir todos aqueles que pertencem, mesmo estes tenham ficado apenas alguns dias ou meses – eles têm o direito de pertencimento.
Num olhar terapêutico, é de suma importância que o terapeuta jamais perca o foco em trazer para o cliente a oportunidade deste recuperar o sentido da vida.