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CONSTRUINDO A PAZ

CONSTRUINDO A PAZ
Márcia Campos
fev. 12 - 8 min de leitura
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Com a paz em nós ajudaremos a construir a paz dos outros. (Emmanuel in Palavras de Vida Eterna, Ed. FEB, 20ª edição, 1995, por Francisco Cândido Xavier).

Todos queremos viver em um mundo pleno de belezas naturais e com belezas criadas pela ação humana; em um mundo com recursos múltiplos que possibilitem realizar com comodidade as tarefas indispensáveis à manutenção da vida e que facilitem as relações humanas, em meio à harmonia geral.

Será que isso é possível? Ou tal pretensão é utópica, visto que nos dias atuais a vida na Terra revela distopias que causam tantos sofrimentos e injustiças?

Em verdade, tudo na Natureza convida o homem ao seu desenvolvimento, ao seu aprimoramento e à sua perfeição, posto que ele - o Homem! - é obra da Eterna Perfeição que criou a Vida, permitindo que ela fosse repassada em um movimento igualmente eterno, cuja Amorosidade está indelevelmente impressa nele.

Por que então o homem vive infeliz e sem paz? O que ocorre que não lhe é permitido vivenciar a sua própria plenitude?

Tais perguntas foram, no curso linear do tempo, objeto de extensa perquirição filosófica e religiosa, com abundantes resultados nesse sentido. Sendo que um desses filósofos, conhecido por Bert Hellinger, de nacionalidade alemã e de alma universal, delineou um novo modelo de abordagem investigativa para a questão, a qual denominou Constelações Sistêmicas Familiares.

Abordagem que extrai da fenomenologia que ela investiga os postulados dinâmicos e atuantes nos relacionamentos humanos, os quais podem, em muitos casos, auxiliar na obtenção da tão almejada paz, tanto pessoal quanto do grupo, inclusive entre grupos.

Utiliza-se aqui o termo paz como ideia daquilo que pode gerar, no campo individual e coletivo, bem estar, saúde e prosperidade, e cuja falta pode ocasionar o oposto disso.

Como toda vida é exitosa, já o disse Bert Hellinger, os seus movimentos - os da vida! - me conduziram à Escola de Formação Real de Olinda Guedes, onde encontrei a rica plataforma Saber Sistêmico e seu conjunto de facilidades, a qual promove as vidas daqueles que nela buscam e encontram respostas, e que lhes oferece estímulo para avançar sempre mais, através do amor próprio e com empatia pelo próximo.

Ordens da Ajuda é o título do Módulo 8, o qual finaliza a parte teórica do Curso de Formação Real em Constelações Familiares e cujo relato de conclusão é materializado neste texto.

Módulo que foi complementado com muitas horas bônus de aulas-vivências síncronas e assíncronas, constituindo assim generoso manancial de valiosas experiências, nas quais as emoções são afloradas, reconhecidas e atendidas em suas necessidades básicas, em amplo trabalho sistêmico. 

Para chegar nesse módulo, uma longa jornada foi feita, exigindo-se permanente esforço de autodescobrimento, de autosuperação, de autorrealização, e, de autoajuda. Daí a razão da imagem escolhida para este post, porquanto o que quero fora de mim precisa antes existir dentro de mim! É o princípio 'bertiniano': só posso dar daquilo que tenho.

Ou seja, com a paz em mim então poderei contribuir para que a paz de um cliente também seja alcançada.

Com Bert Hellinger e outros facilitadores do conhecimento, tive contato com os estudos sobre as ordens do amor e as ordens da ajuda, e sobre as dinâmicas existentes nas relações pessoais, parentais, conjugais, sociais, profissionais e organizacionais.

Com todos eles descobri que somente estando em harmonia com a vida tal como a recebi - o dizer sim para ela! - é que poderei sentir-me em verdadeira paz íntima e, por via de consequência, só assim serei capaz de deixar de exigir dos outros a paz que eles ainda não conseguiram conquistar em si mesmos, e aqui repousaria o princípio da paz, como disse o querido filósofo.

Com Olinda Guedes, porém, conheci um plus no processo de ajudar, que ouso afirmar ser indispensável na tarefa de ajudante, qual seja a real postura empática que olha com carinho e respeito para o sofrimento daquele que lhe busca a ajuda, sem receio de contaminar-se pela 'maldição' que o outro carrega em face do seu sistema.

Sei que Bert Hellinger prescreveu essa humildade empática do ajudante e que a exemplificou durante todo o tempo, no entanto percebo que muitos facilitadores de constelações familiares hoje se esquecem de ser verdadeiramente empáticos no atendimento e adotam postura medrosa senão arrogante, o que, se não desajuda, tampouco ajuda.

A colaboração didática da professora Olinda Guedes foi essencial no meu processo de aprendizagem das Constelações Familiares, o qual ainda não se completou; entretanto, um pouco mais do horizonte já foi visto com e graças a ela.

Agora as condições que estabelecem os limites da ajuda se revelaram mais claramente. "Agora eu sei!", seria uma boa frase nesse momento.

Agora as ordens da ajuda ficaram claras: 1) dar o ajudante apenas o que tem e exigir que o ajudado somente espere e tome o que de fato necessita; 2) o ajudante  submeter-se às circunstâncias e somente interferir e apoiar à medida que se é permitido isso; 3) o ajudante se colocar como adulto perante outro adulto; 4) o ajudante não envolver-se pessoalmente com o cliente; e, 5) dar um lugar no coração ao cliente, ao seu sistema e ao seu destino.

Agora tornou-se mais fácil entender as formas de apreender o conhecimento, que, no livro Ordens da Ajuda foram chamadas de: observação, percepção, compreensão, intuição e sintonia.

Agora os conceitos de boa e má consciência, inocência e culpa, identificação e representação, transferência e contratransferência, expiação por culpa pessoal e por outrem, benção e maldição, vazio e completude fazem sentido; bem como, resta esclarecida a importância das falas sistêmicas e das ações descritas nos livros de estudos sobre constelação familiar, que tomam colorido de realidade.

Já não é mais mera teoria. É sentir na pele o ardor da carne esfolada porque a vida que nela pulsa exige atenção, cuidados e profunda reverência diante da sua grandeza.  Já não é mais apenas uma imagem. É gente em sofrimento real!

Creio que o adjetivo escolhido para definir o curso de formação (real) é muito oportuno pois as ordens e as respectivas desordens foram realmente vivenciadas na jornada de aprendizagem, com exibições respeitosas de sofrimentos, de perdas e tragédias, de destinos difíceis decorrentes do vínculo de destino ou das culpas pessoais, cujos protagonistas eram pessoas reais que humildemente compartilharam as suas vidas. 

Aprendemos sobre a gramática das constelações, ou seja, sobre o que está além do aparente, sobre o que ajuda e o que não ajuda, sobre o que é essencial e o que é superFulo, sobre o que leva adiante e o que impede isso. Aprendemos a observar, a perceber, a compreender, a intuir e a sintonizar. Aprendemos a ter compaixão e respeito pelo sofrimento alheio.

Em especial, nessa jornada afastou-se de mim a concepção mecanicista de vida e fui convencida, não por imposição, diga-se, mas sim pela lógica dos fatos, de que a minha ancestralidade e a minha comunidade de destino não são um peso a ser carregado, mas uma força a ser aproveitada, de que a minha liberdade decorre da plenitude que eu possa alcançar e que ela está inelutavelmente condicionada ao SIM para a vida tal como ela me chegou, pois o essencial eu já recebi dos meus pais, o que de mais eu precisar eu conseguirei por mim mesma.

Encerro este relato de conclusão de curso já com muitas saudades das longas horas de saudável reflexão que ele me proporcionou; das muitas lágrimas vertidas ao acompanhar os quadros dolorosos vivenciados pelos participantes do curso, liberando as minhas próprias emoções longamente aprisionadas; dos muitos insights; das muitas gratas recordações evocadas pelas músicas utilizadas nas vivências; e, em especial, das vezes sem conta em que a minha criança interior foi socorrida.

Por tudo isso, repito algo que foi dito tantas vezes antes no transcorrer do curso:

Gratidão Olinda Guedes e gratidão Saber Sistêmico! 

#RCCFR 

 

 

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