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CONTOS DE FADAS E HISTÓRIAS - FILME O JARDIM SECRETO (1993)

CONTOS DE FADAS E HISTÓRIAS - FILME O JARDIM SECRETO (1993)
Talita M. M. Yokoyama
jan. 14 - 5 min de leitura
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Neste módulo seis foi estudado sobre os contos e histórias. Sobre como falam da vida e o quanto é possível curar através deles.

Observando bem é possível perceber que em diversas fases de nossas vidas tivemos aquele conto que marcou de uma forma diferente do que os outros, que o assistíamos ou o ouvíamos várias e várias vezes.
Aprendemos que os contos, os filmes, as histórias podem nos mostrar muito de nossas memórias pessoais ou transgeracionais.


O que marcou minha infância foi o filme " O Jardim Secreto", que é uma adaptação do clássico contos de fadas do francês Hodgson Burnett.

Uma menina de 10 anos, Mary Lennox, morava com seus pais na Índia, que após ter ficado órfã foi enviada para morar com seu tio Craven e o primo Colin na mansão Misselthwaite na Inglaterra, uma casa cheia de segredos.

Ao tomar conhecimento de um primo doente que nunca soube da sua existência, Mary se torna determinada a trazê-lo de volta à vida e descobre também um jardim abandonado.

Logo ela que havia crescido sem receber carinho e atenção de seus pais, tornou-se uma criança apática, irritada e infeliz.

Bem depois da morte de seus pais, encontra seu tio, Sr. Craven e seu primo Colin na mesma vibração, em consequência da morte da Sra. Craven, sua tia, irmã de sua mãe.

Sendo uma menina curiosa e destemida, Mary começa a investigar os mais de cem cômodos da mansão, descobrindo assim o quarto do primo que vive lá sem se levantar, além também de um jardim secreto, escondido na mata, descuidado e fechado. Ela então passa a cuidar deste jardim e a visitá-lo percebendo que ainda havia vida neste lugar .

Mary visita também às escondidas o seu primo, hipocondríaco, que sofre muito porque pensa ter matado a mãe no parto. Este menino em seus 10 anos de vida, viveu e cresceu dentro de seu quarto, pensando ser incapaz de andar ou de conviver próximo de pessoas porque todos na casa o achavam muito frágil de saúde e que poderia morrer se tivesse contato com outros.

Com o tempo e a convivência, Colin e Mary passaram a ser mais amáveis e felizes. Assim, todos os que conviviam com eles puderam perceber a transformação da menina e o bem que foi a presença dela na vida de Colin,  já que conseguiu sair de seu quarto. Depois de um pouco mais de tempo, passou a andar e brincar tornando-se uma criança sem amarras e sem limitações, livre para seguir.

É um linda história de amizade, esperança, amadurecimento, fé e recomeços. As crianças se tornaram tão amigas como eram suas mães. Esse é um filme sobre conexões imediatas entre pessoas parecidas e entre pessoas completamente diferentes. É também sobre amor, dedicação, lealdade cega, perdão e cuidado.

Primeiramente identifiquei-me com a bravura, determinação e a ousadia de Mary que se fez forte para seguir a vida com o que tinha, mesmo com sua orfandade ainda de pais vivos e após o falecimento destes pais, ela era uma menina forte.

Mary trouxe vida àquela casa, para aquela família e possibilitou que todos ali pudessem olhar para a dor, que não havia tido seu lugar até então, e assim tudo e todos foram renascendo, reaprendendo a viver, dando lugar a dor e ao amor. Devido a isto, floresceram não somente as flores do jardim, mas também todas aquelas pessoas que puderam se sentir livres para viverem seus sentimentos, chorar e sorrir para viverem plenamente.

Não sou órfã. Tenho e tive em minha infância pais funcionais, amáveis e zelosos. Às vezes um tanto rígidos, mas posso dizer que tive bons pais. No entanto, muitos de meus antepassados ficaram órfãos e tiveram de guardar suas dores sendo duros e bravos para suportarem a dor do que era viver. Outros “escolheram” não seguir com a vida, pois não havia alegria, não havia cor, não havia vida!

Trago em mim uma dor não sentida e dores guardadas.

Tenho incansavelmente e de diversas maneiras que “salvar” as crianças, principalmente as do meu sistema familiar. Dar o colo que faltou lá atrás, olhar a dor delas e dar um lugar para que se sintam acalentadas, vistas e respeitadas. Sinto-me a serviço delas para que possam encontrar cor na vida, a doçura de uma voz que lhes fala com amor e que lhes escuta com atenção. Segurá-las nas mãos e mostrar que não estão sós.

Se estou caminhando pelo caminho correto não sei, mas sigo pelo caminho que meu coração me convida, acreditando que se buscamos um mundo melhor, não há meio mais interessante para começar se não pelas crianças.

Escrever sobre este filme foi muito forte para mim, pois havia me perdido em minhas dores e prejuízos. 

Um pouco desta bravura que tanto admirava em Mary estava adormecida em mim e é esta energia que preciso ativar.

Como sou grata pela oportunidade de aprender um tanto mais e poder olhar de uma nova maneira para as histórias que fizeram parte de minha vida.

 

#mod06

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