Passei por um processo intenso há 4 anos. Foram muitas noites escuras, seguidas. Alguns meses de medo, de tensões e dores emocionais. Vitimismo e falta de amor próprio.
Fui convidada por minhas noites escuras, para reconecção com a minha luz, com a minha sabedoria divina. Com a minha naturalidade e espontaneidade.
Já consegui acessar tudo isso na íntegra? Não. Mas saí de um lugar e vim para outro bem diferente.
Neste momento em que vivemos, durante essa pandemia, acredito que noites escuras estão chegando com maior intensidade e periodicidade para muitos.
E acrescento que também acredito que estamos sendo convidados a olhar para nossas sombras para compreender as nossa luzes.
De todos que estamos aqui, cada um já viveu uma sacudida intensa, regada de noites escuras, ou está vivendo ou ainda irá viver. Cada um da sua maneira: física, mental, espiritual ou emocional…
As noites escuras possuem suas grandezas, e os aprendizados são certeiros.
Percebo que passamos por situações simbólicas para curar algo em nós. Para descobrir algo de glorioso em nós.
E as situações nos são apresentadas gradativamente. Cabe às nossas escolhas definirem como viveremos esses aprendizados. Oro a Deus para que eu sempre possa aprender no amor, na luz. Isto, para que findemos a crença (quem ainda a tiver) de que só se aprende na dor.
Na raça.
Minha avó materna faleceu recentemente. Há exatos três dias.
E antes da passagem dela, ficou cinco anos acamada com alguns problemas de saúde. Era como se a alma dela estivesse passeando e de vez em quando pousasse no corpo.
Ela não reclamava de nada. Mas só falava se perguntássemos algo. E quase sempre parecia que não tinha consciência da condição na qual estava vivendo.
Durante esse processo dela, que não era só dela, mas do nosso sistema, alguns ficaram mais próximos e outros mais distantes. Esse momento "dela" trouxe reflexões e revisões de atitudes para muitos do nosso sistema. Tanto durante quanto posterior a passagem dela.
A minha avó partiu e deixou o seu legado. Sempre foi guerreira, alegre, acima de tudo, leve, pacífica. Sempre foi casa cheia e porta aberta, dança nos pés e coração gigante.
Ela ensinou sobre humildade, sobre partilhar o pão e a vida. Teve dez filhos e adotou uma filha. Não tinha muita estrutura física e financeira, mas tudo que tinha, partilhava.
Só ela e Deus sabem as noites escuras que viveu. Tudo em prol do nosso sistema. E talvez nem ela tivesse consciência disso.
Ciente, através deste módulo, de que todos os seres que passam por situações de muito sofrimento, estão beneficiando todo o sistema, trazendo-lhe curas, confirmo o que eu já intuía. E ela com certeza era o ser vivo que mais se doava por todos deste sistema.
Situação parecida aconteceu com meu pai, porém, o tempo de duração foi menor. Meu pai esteve doente por quatro meses e faleceu em seguida, em janeiro de 2020. Todo o meu sistema paterno foi mexido. O momento da doença e pós passagem do meu pai trouxe aprendizados enormes e o ensinamento de que ele estava a serviço.
A minha família paterna é pequena e cada ser do nosso sistema foi sacudido. Cada um de uma maneira. Cada um na sua particularidade, seja ela pequena ou grande.
A mim, infinitos aprendizados que ainda chegam em insights.
Muitos aprendizados vieram com ele, e através dele.
Meu pai me ensinou sobre verdade. Sobre ser de verdade. Sobre falar o que tiver de dizer, porém, escolher a melhor maneira de dizer. Sobre ser transparente e ver a grandeza disso. A leveza disso. Sobre comemorar cada vitória.
Seja ela de qual tamanho for.
Sobre saber se doar e ajudar, mas estar atenta quando a ajuda for solicitada e até onde vai o auxílio. Estar atenta para não fazer por alguém que precisa aprender. E sobre e minha possibilidade e disponibilidade para essa ajuda.
Sobre que quando ajudo alguém e me prejudico, não estou ajudando ninguém. Sobre estar unida mesmo estando distante fisicamente.
Gratidão mestra Olinda, gratidão Escola Real.
#MOD07 #NOITESESCURAS