Um dia eu acreditei que depressão é uma doença genética e incurável. Sentia-me uma pessoa sem escolha. Esse era o meu destino e de tantas outras mulheres do meus sistema.
Apesar de sofrer, não conseguia compreender como eu poderia estar condenada àquele sofrimento.
Esse é um relato sobre meu processo de cura da depressão.
Conheci Olinda em meio a muita dor e desespero. Após pedir tanto a Deus, um anúncio apareceu na minha rede social. Era uma chamada para um curso sobre êxito na profissão e na relação com a mãe. Não entendia nada de constelação familiar, mas comprei as passagens, fiz a malas e fui.
Confiei e entreguei!
Tive altos e baixos durante o processo inicial. O primeiro ano foi extremamente desafiador, mas entendi que, com tantas gerações de dor, realmente iria levar um tempo para tudo se equilibrar.
Estou em meu terceiro ano desde que iniciei meu processo de cura. Há 1 ano, sinto que essa doença não me pertence mais. Eu dizia, "eu tenho depressão". Até entender que precisaria mudar a forma como eu falava dela.
Passei a dizer "eu tive depressão", e incrivelmente, quando abri mão dela, ela pode ir.
Dei um bom lugar no meu coração a ela e a todos no meu sistema que tiveram esse mesmo sintoma. Olhei para o sofrimento e disse "eu sinto muito". Por meio da depressão, pude olhar para o feminino, para a dor, para os excluídos, para a mãe.
Um sintoma é sempre uma bênção. Então, quando conseguimos ver e conversar com a mensagem que ele traz, podemos também nos despedir.