Olá, Olinda!
Gostaria de entender qual a dinâmica sistêmica de um relacionamento à distância.
Percebi nos atendimentos que isso é um padrão no sistema de uma conhecida. Pais, tios, avós, até mesmo ela tiveram relacionamentos à distância.
Uns deram certo, outros não. Atualmente me encontro nessa situação.
Por conta da pandemia, meu namorado foi transferido no trabalho para outro estado. Fiquei intrigada se isso pode ser um sintoma e como trabalhar isso.
Gratidão à todos
Vivian Dias
Resposta:
Querida Vivian!
Não me parece que este seja um tema ou um sintoma. É parte da natureza da vida. Vejo como bastante favorável um certo distanciamento no início dos relacionamentos, por vezes, até mesmo durante o relacionamento é importante um tantinho de distância.
Faz me lembrar o poema de Khalil Gibran:
Então Almitra falou novamente e disse:
E quanto ao casamento, Mestre?
E ele respondeu, dizendo:
Nascestes juntos, e juntos ficareis para sempre.
Estareis juntos quando as asas brancas da morte acabarem com os vossos dias.
Ah, estareis juntos mesmo na memória silenciosa de Deus.
Mas que haja espaços na vossa união e que os ventos celestiais possam dançar entre vós.
Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor uma prisão; deixai antes que seja um mar ondulante entre as margens das vossas almas.
Enchei a taça um do outro mas não bebais de uma só taça.
Parti o vosso pão ao meio mas não comais do mesmo pão.
Cantai e dançai juntos, mas deixai que cada um de vós fique sozinho.
Como as cordas de uma lira estão sozinhas embora vibrem ao som da mesma música.
Entregai os vossos corações mas não ao cuidado um do outro.
Pois só a mão da Vida pode conter os vossos corações.
E ficai juntos mas não demasiado juntos:
Pois os pilares do templo estão afastados, e o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro.
Do livro “O Profeta”
Isto faria sentido para si?
Um abraço com carinho,
Olinda Guedes