Começo meu olhar pela questão.
O que você quer ser quando crescer? Segundo Edward Bach, quando somos crianças através de nossas brincadeiras já identificamos a resposta para essa questão. Na maioria das vezes, a brincadeira do faz de conta já nos revela o que vamos “ser” na vida adulta.
Sempre gostei muito de cuidar e estudar.
Fui sempre muito curiosa, detalhista e exigente em tudo que faço. Até hoje tenho a fama de perfeccionista. As minhas primeiras brincadeiras sempre foram em relação a casa. Os presentes eram sempre, panelinhas, xícaras, bonecas, ferrinho de passar roupa, enfim tudo que lembrasse uma mini dona de casa. Nesse ponto acho que me tornei uma boa “cuidadora do lar”. Amo minha casa e minhas filhas. Segundo uma terapeuta amiga, desempenhei muito bem essa missão.
Estudar sempre foi outra paixão. Lembro que não tinha idade para ir à escola, mas a ansiedade era tanta, e por morarmos em uma cidade pequena ficou fácil para minha mãe deixar eu experienciar a escola. Eu ia pela manhã levando um lanche, a professora, uma amiga da família, deixava eu acompanhar a aula da sua turma, devia ser uma segunda série, mas isso era só para que eu pudesse sentir como que era ir à escola.
Fui por algum tempo, então tive que esperar o meu tempo. Naquela época não tinha pré escola, mas finalmente chegou o meu dia de ingressar na primeira série. No primeiro dia tudo parecia tão grande, mas não assustador.
Senti que aquele era meu tempo e meu lugar. Ia para aula no período da manhã e voltava à tarde para ajudar minha professora com a turma da tarde. Ela era rígida e ao mesmo tempo gentil. Tinha um doce perfume que acolhia e deixava tudo muito suave. Me fez também amar a música. Com sua gaita e sua voz, entoava belas melodias. Ensinava com amor.
Ser professora era o que queria ser quando crescesse.
E tudo aconteceu nessa mesma ordem. Primeiro fui dona da minha casa, mãe e professora. Voltando a falar de Bach, porque hoje ele faz parte do meu propósito, identifico no seu floral Wild Oat, minha caminhada profissional. Wild Oat, cresce sabendo o que quer, mas em determinado momento ele inclina e perde a direção.
Trabalhei como professora por alguns anos, mesmo amando ensinar não persisti. Fui perdendo a direção. Até que em determinado momento da caminhada encontrei os florais de Bach.
Então me empoderei do potencial positivo do Wild Oat, de perseverança, para me direcionar com um propósito firme, e assim chegar onde quero. E segundo Carmem Monari isso traz: “A satisfação das escolhas e o encantamento de ouvir o som do coração.”
Respondendo aos questionamentos da mestra Olinda para esse módulo, acredito que não me desviei do meu propósito, apenas mudei a forma de realiza-lo. O que eu gostava de fazer quando criança era cuidar (casa, ter filhos para cuidar), ensinar (ser professora).
O som do meu coração continua sendo esse, mas colocado de uma forma diferente. Hoje sou uma terapeuta floral sistêmica, continuo estudando tudo que pode agregar a meu trabalho. Como coloco isso a serviço da humanidade. Cuidando do ser, através dos florais e das constelações.
Então continuo cuidando e ensinando.
Me faço outra pergunta:
O que eu trouxe da escola? Acredito que a escola e os mestres que passaram e continuam passando em minha vida, tiveram e têm um papel muito importante para minhas escolhas, nos meus valores, o que refletiu de forma positiva em minha vida.
Hoje agradeço a mestra Olinda, que com sua escola Real abriu novos horizontes nessa minha caminhada. Gostaria que meus netos também tivessem em suas experiências escolares, a oportunidade de encontrarem mestres como eu tive. Que me deram uma bagagem linda para levar para casa e para vida.
Gratidão professora Nelci Castelo Branco, por ter sido minha inspiração! (In Memoriam)
Gratidão Olinda, por ter cruzado o meu caminho e me mostrar que cuidar e ensinar vão muito além da escola. É um modo de viver!
Juliema Trein