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DOIS MUNDOS DISTINTOS

DOIS MUNDOS DISTINTOS
ÁUREA MARIA ABRANCHES SOARES
abr. 27 - 3 min de leitura
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Só posso contar a história da vida conjugal dos meus pais biológicos, a partir de mim mesma e de poucas informações que possuo.

Assim, meditei e até sonhei com estas cenas que passo a relatar.

Vejo ao longe um homem atraente e sedutor a se aproximar de um grupo de pessoas que estão a festejar, chega alegre a conversar com todos.

O lugar era próximo a uma plantação de milho, ali todos eram conhecidos.

O jovem rapaz cortejava muitas moças, mas havia apenas uma que ele realmente se sentia comprometido e o qual ele se casaria.

Veio de uma tradicional família mineira de comerciantes que desde cedo aprendeu o ofício familiar da compra e venda, seu pai homem de negócio exigia dele com rigidez, mas a mãe o acobertava seus atos o tanto quanto podia.

Na infância a presença materna era sua companhia com os demais irmãos.

Maria da Conceição era uma moça bonita, mas totalmente despreparada para a vida, tímida e sem traquejo social, foi criada na roça enfrentando trabalho duro e sem fim.

Aprendeu desde cedo o peso da enxada e que tinha que trabalhar para sobreviver.

Pouco ou quase nada recebeu de afeto de seus pais, não sentia neles um ponto de apoio ou segurança, pois era entregue a situações de risco e vulnerabilidades. Cresceu e ficou menina moça e foi levada para a cidade para trabalhar em casa de família e logo passou a ser alvo fácil.

O primeiro homem que ela amou eu não sei, mas sei que com pouca idade já era mãe, desta primeira filha veio logo outro filho, ambos morreram na roça aos cuidados de seus pais.

Ela ficou na cidade e teve outros bebês alguns morreram e outras foram adotadas.

Em uma festa eles se conheceram ela ainda bela e atraente cativou a atenção do rapaz que agora já era homem feito com família para sustentar.

A paixão tomou conta de ambos e desta união eu nasci e foi dada adoção.

Com menos de um dia de convivência mas carregando os registros morfogenéticos, vivi uma vida com emaranhamentos familiares. Disfuncionalidades foram detectadas e com muita terapia cada coisa foi tomando o seu lugar.

Meus pais eram duas crianças que agiam como adultos e quando as situações apertavam passam a questão para os pais ou para outras pessoas.

Quando percebi isto de início senti raiva e me veio um sentimento de desproteção total; mas consegui cair em mim novamente e entender que eles não tinham nada para dar como pais cuidadores; mas tinham por amor me dado a vida e me encaminhado para outra família.

Hoje conheço apenas a minha mãe biológica que está com 76 anos de idade e ainda procura emocionalmente seus pais.

Finalizo agradecendo aos meus pais pela vida e tudo de bom que veio com ela e que aquela paixão de momento valeu a pena, pois estou aqui para deixar um legado bom, honrando o que foi da forma como foi e seguindo o meu caminho com a bênção de fazer diferente.

 

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