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DOS ENCONTROS AO CAMPO DE CURA DO CONSTELADOR

DOS ENCONTROS AO CAMPO DE CURA DO CONSTELADOR
Igor da Silveira Berned
jun. 5 - 9 min de leitura
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Ao pensar sobre os acontecimentos e pessoas que encontrei durante a vida, eu percebo que ela está repleta de “antes e depois” dos encontros. Esses encontros são diversos: com pessoas, amigos, filmes, livros, poemas, novelas. E, sem sombra de dúvidas, o meu encontro com a Terapia da Constelação Sistêmica Familiar também se tornou um acontecimento divisor de águas na minha vida. E com ele, há muitos e muitos antes e depois das sessões de terapia.

Seus efeitos são magníficos em minha vida e percebo diariamente eles reverberando os processos de cura, desde quando levanto da cama pela manhã. Antes, por exemplo, eu acordava normalmente as 11h da manhã com preguiça e isso não me fazia bem.

Eu precisava me esforçar muito para acordar cedo e ir para o trabalho.

Hoje acordo às 6h com disposição ou pelo menos com tranquilidade. Levantar da cama sem despertador não é mais algo difícil e preocupante. Outra importante cura foi relacionada à dificuldade de falar e expressar-me diante de outras pessoas importantes.

Em muitas situações de conflito que era preciso tomar uma postura e falar para alguém algo que realmente desejava falar, eu não conseguia pronunciar qualquer palavra. O corpo tencionava tanto que o olhar paralisava, a boca paralisava, os braços paralisavam e o principal movimento que eu conseguia realizar com o meu corpo era ficar cabisbaixo e concordar, mesmo que a situação me prejudicasse.  

Eu percebo que os benefícios gerados por esta Terapia em minha vida reverberam na vida dos meus filhos, da minha companheira e de todas as pessoas que convivo. É muito bom libertar-se das ilusões, das dores, dos sofrimentos que eu carregava comigo e que tornavam a minha vida mais difícil em muitos aspectos, agora, posso afirmar que é muito bom sentir-me forte e leve o suficiente para buscar viver relacionamentos saudáveis, cuidar dos meus filhos, demonstrar o amor que tenho pela minha companheira, trabalhar e realizar-me profissionalmente, e perceber que o meu trabalho está cada vez mais sendo reconhecido.

Eu reconheço que tenho problemas, aqui, quem escreve é uma pessoa comum, mas, que está buscando seguir o seu caminho de cura. Desde que conheci a Constelação Familiar Sistêmica, algo que sempre ouvi nas terapias e nas orientações dos consteladores e frequentadores das sessões em grupo é a palavra “Campo”. Para ser mais exato, o campo mórfico, descoberto pelo cientista Rupert Sheldrake.

Mas, antes de falar sobre isso, eu desejo compartilhar algo que vi no documentário que me aproximou afetivamente do Rupert sobre o modo de produção do conhecimento. Eu me formei no curso de Química, anos atrás, trabalhei em um laboratório de bioquímica com ratos e fiquei fascinado com Rupert quando ele falou algo que era muito importante para mim na época, mas, que para meus colegas de trabalho era uma “bobagem o que eu sentia”. Naquela época fiquei muito atordoado, pois, meu corpo dizia para mim que aquele lugar me fazia mal, mas, a opinião de outras pessoas pesava muito sobre as minhas decisões e assim fui permanecendo naquele lugar até não aguentar mais devido à tristeza que tomou conta de mim e me ajudou a sair.

Eu assisti ao documentário sobre os experimentos de Rupert Sheldrake e percebi muitas semelhanças entre o modo de produção de conhecimento no curso que ele frequentou na Inglaterra com o modo de trabalhar e desenvolver pesquisas na universidade a qual estudei. Ele afirma que desde criança, ele percebeu sua conexão com animais e as plantas e a Biologia parecia ser o caminho para compreender ainda mais a natureza desses seres.

Mas, na verdade, sua experiência nas instituições de pesquisa mostrou a ele que quando um estudante está num laboratório, seja da biologia, química ou física, e o seu objeto de estudo é um animal ou uma planta, eles precisam ser mortos para serem estudados. Eles precisam ser cortados em pedaços e assim à vida desses seres pode ser estudada.

Nos laboratórios, ele descobriu que para estudar a vida, é preciso matá-la. O sistema tradicional de produção de conhecimento nas ciências exatas exige que o pesquisador seja emocionalmente frio em relação ao seu objeto de pesquisa a fim de que os resultados e as conclusões possam ser confiáveis e os experimentos possam ser passiveis de reprodução em outros laboratórios pelo mundo. Este método tem as suas razões para produzir conhecimento dessa forma e eu não me oponho a ele.

Assim como Rupert, eu apenas tomei consciência disso e decidi não seguir mais realizando pesquisas dessa forma.

Ao realizar o meu doutorado em educação, eu percebo que há uma diversidade de experiências e experimentos cuja pesquisa e produção de conhecimento não se adaptam aos critérios geração de conhecimentos das pesquisas e estudos fundamentados nos métodos científicos tradicionais das ciências exatas. Muitas pesquisas em ciências exatas são desqualificadas e excluídas por não estarem totalmente condicionadas a esses critérios.

Os experimentos de Rupert não se encaixavam nessas regras quando foi publicado pela primeira vez em seu livro “Sete experimentos que podem mudar o mundo” e por isso, ele foi muito criticado pelo diretor da revista “Nature” da época na Inglaterra. Muitos cientistas da época não estavam interessados em descobrir por que quando uma pessoa está de costa sendo observada por outra, ela logo virasse e percebe que está sendo observada. Isso é algo que muitos experimentamos durante a vida. Ele, então, decidiu seguir seus estudos e também a difundir seus conhecimentos em ambientes e grupos frequentados por pessoas que não estavam ligadas diretamente as ciências exatas ou a universidade.

O campo mórfico é uma hipótese que não se adapta a essas mensurações tradicionais. E Rupert, com certeza, é um cientista revolucionário, pois, também questiona os dogmas e crenças científicas que são tomadas pela comunidade cientifica mundial como verdades absolutas como, por exemplo, as constantes da velocidade da luz e as suas invariações pelos tantos locais do mundo. É muito interessante ver alguém questionar esses conhecimentos, pois, ao lembrar novamente sobre o período que estudei no curso de Química, lembro-me que se alguém questiona esses conhecimentos, logo, poderia ser chamado de louco por alguns colegas e professores.

Segundo Rupert, o campo mórfico são as memórias que os descendentes recebem dos seus ancestrais, sejam eles seres vivos ou não. Isso significa afirmar que os acontecimentos que geraram um ser ou um objeto e o afetaram durante a sua existência podem vir a estar presente no corpo dos descentes ou dos objetos que vieram depois. Ele afirma, em uma palestra , que se um cristal formar um segundo cristal e esse formar um terceiro, este último terá informações do campo mórfico sobre o primeiro que surgiu antes dele.

Ao aproximar sua teoria em direção a vida dos seres humanos ou dos animais, os genes desses seres possuem uma série de informações, mensagens e memórias de acontecimentos e fatos que são transmitidas, produzidas pelos antepassados e vão de geração em geração aos descendentes formando então o campo morfogênico.

Além disso, o campo de uma pessoa é capaz de afetar o campo de outros seres que estão a sua volta formando uma conexão emocional, por exemplo, um adulto que cuida de um cão ou de uma planta. É comum e pode vir a acontecer, por exemplo, cães, gatos ou plantas domésticas atrair para si doenças a fim de evitar que seus cuidadores possam vir a ficar doentes. Isso pode vir a ocorrer também quando as crianças adoecem para evitar que seus pais fiquem doentes ou parem de sofrer por algo.

Eu acredito que está é uma das dimensões que o terapeuta constelador sistêmico familiar, ao abrir um campo familiar do cliente, pode vir a acessar essas memórias presentes nas células do corpo do cliente, e atuar a partir do seu campo de cura em relação a questão ou ao problema trazido pelo cliente, pois, os campos morfogênicos são formados por padrões, ordens e dinâmicas que se repetem, estão presentes em todos os sistemas e que podem ser afetados e modificados pela cura das dores desses sistemas na medida que o constelador envolve-se em curar as suas dores.

Dessa forma, torna-se cada vez mais capaz de colocar-se a serviço da vida e ajudar outras pessoas a curar suas dores durante a terapia. Nesse sentido, entrar com a permissão do cliente e poder sair de uma forma saudável para ele e para o constelador e exige o seu comprometimento em estudar, pesquisar e fazer suas sessões de cura com outro terapeuta que possui campo de cura para as questões. Estudar o campo mórfico é fascinante.

São estudos que valem o esforço e a dedicação de envolver-se, pois, estão a serviço da vida.

Desejo amor e saúde a(o) leitora(o).

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