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É JUNHO. É TEMPO DE FALAR DE AMOR

É JUNHO. É TEMPO DE FALAR DE AMOR
Neiva Maria de Mattos
jun. 25 - 8 min de leitura
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Na verdade todo dia é tempo de falar de amor, mas neste mês as pessoas estão mais motivadas a ouvir sobre o assunto, então eu também aproveito para refletir um tantinho mais sobre essas questões tão bonitas e merecedoras de atenção.

Amar e ser feliz não é uma mágica, pode até ser um milagre, mas pode e deve ser aprendido.

Eu penso que na escola deveria haver uma disciplina chamada AMOR, e essa seria a disciplina mais importante do currículo, desde a Educação Infantil até o último ano da Universidade.

É verdade que em algumas escolas, em alguns conteúdos chamados transversais, esse tema aparece, mas exatamente assim, como tema. Apenas um assunto a ser estudado, discutido, alguns até chamam de refletidos, o que já é bom, mas não é tudo que precisamos.

Necessitamos muito mais que esse lampejo de informação.

É urgente aprendermos que nós existimos num transbordar do amor de Deus, E que desse Amor brotam todos os amores, com os milhares de nomes que quisermos, Amor Ágape, Amor Fraternal, Amor Sororal, Amor de Graça, Amor do Coração, Amor Conjugal... etc... etc... etc... Só não me falem de “amor verdadeiro”, pois se é Amor é verdadeiro, se não for verdadeiro não é Amor.

E quando aprendemos o amor tudo passa a ter um outro sentido, um outro valor. (veja eu disse aprendemos o amor, e não sobre o amor). Conheço gente que sabe tudo sobre o amor, conhece todas as teorias, mas amar é fazer a experiência, é sentir...

E, eu acredito, que se eu não fiz a experiência de me saber amada por Deus, esse trajeto é um pouco mais difícil, mas se você teve pais, ou uma outra figura parental que lhe entregou “amor de graça”, também tem possibilidade de amar e ser amado. Mas se você não se ama, aí é impossível amar o outro. A Sagrada Escritura diz “Se dizes que ama a Deus e não ama o seu irmão, é um mentiroso”, e mais... “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”... e ainda, “amai ao próximo como a ti mesmo”.

Penso que seja  por falta de conhecer esse amor como Um Todo  que muitos relacionamentos conjugais se rompem. Nesse sentido eu quero lembrar que em todo relacionamento, mas principalmente no relacionamento conjugal, não posso ficar esperando que o outro me faça feliz.

Eu preciso aprender a ser feliz comigo mesma.

Eu preciso gostar da minha companhia, eu preciso conviver prazerosamente comigo. Quando eu sou feliz e vou para um relacionamento com alguém que é feliz então, nós juntos, seremos felizes.  Isso porque quem está feliz, pode se ocupar de fazer o outro feliz. Quem está carente e vai para o relacionamento com a expectativa de que o outro vai suprir a sua carência, vai frustrar-se.

Penso que quando as pessoas dizem “eu só quero ser feliz”. É preciso se perguntar, mas... o que é ser feliz para você? Você já tem o seu desenho de felicidade? Se você já tem esse desenho, o que você está disposto (a) a fazer (por você) para construir esse projeto? Pois se você não está disposta(o) a fazer nada por você, porque você acha que alguém deveria fazer?

Para entender melhor, cito como exemplo, a minha história real:  o meu desenho de felicidade sempre foi uma casa com muitas irmãs, na minha infância eu já tinha muitos meninos, irmãos e primos. Eu desenhava uma casa com uma chaminé e um coqueiro do lado, podia até não ser muito organizadinha, mas não tinha homens espalhando roupas sujas pela casa.

E com essas irmãs eu até poderia ter algumas diferenças, mas jamais exigiria delas mais do que elas poderiam me oferecer, mas eu ofereceria tudo de mim, meus talentos, meus saberes, meu tempo e meu ser. Nesse meu desenho de felicidade, eu e minhas irmãs conversávamos muito, pois eu teria irmãs mais velhas e também irmãs mais novas.

Até então eu tinha uma única irmã, e ela nasceu uns cinco anos antes de mim, e era para nós, os irmãos menores, um pouco mãe. Ah! Que delicia pedir conselhos para as irmãs que nasceram antes e aconselhar as irmãs que nasceram depois. Que alegria, contar e ouvir histórias. Que beleza cantar juntas. E se precisasse chorar, elas afagariam os meus cabelos e me confortariam.

Eu faria o mesmo por elas!

Esse meu desenho de felicidade chegou de mansinho e se concretizou com tudo isso e muito mais. Deus, o universo, as forças do além do aquém, (chame da forma que o seu mapa de mundo permite), eu insisto dizendo que Deus me entregou além de tudo isso e um pouco mais, a bênção de rezar juntas.

Ah... quer saber... meus pais não adotaram essas filhas todas. Talvez até tenham adotado, não sei. Mas eu as escolhi quando optei por ser Irmã de Jesus Adolescente. Hoje, depois de 36 anos de Vida Religiosa Consagrada, eu vejo o meu desenho de felicidade concretizado e já começo a buscar lápis e papel para continuar desenhando, ampliar o desenho, pois não sinto necessidade de criar um novo desenho.

E quem sentiu-se chamado, chamada para a vida conjugal já tem o seu desenho de felicidade? E eu insisto em dizer desenho em vez de mapa, porque mapa eu sempre comprei pronto, agora desenho é outra história, é preciso tomar o lápis nas próprias mãos se eu quiser ter o “meu”  desenho.

E quando você então encontra a outra pessoa que faz o seu coração bater mais forte, compare o seu desenho com o dela, quanto mais figurinhas em comum houver entre os dois desenhos, maior a chance desse relacionamento ser duradouro.

Figurinhas do tipo, quer ter filhos? Gosta de crianças? É capaz de oferecer “amor de graça” a elas? O que pensa de casamento oficial, papeis, Igrejas? Quanto a viagens, estudos, famílias? E outras coisas que cada um julga importantes.

Entenda bem, eu não estou dizendo para você sair por aí com uma listinha procurando a pessoa perfeita. Eu estou falando sobre você ser a pessoa interessante que você quer encontrar. Estou falando de não entrar em um relacionamento em que um dos dois tem que se “virar no avesso”, abrir mão da própria vida para se encaixar na vida do outro.

Eu estou falando que quando se tem sonhos e projetos em comum,  caminhar juntos torna-se mais leve. E nem estou dizendo que as pessoas vão ser sempre a mesma, que não haverá mudanças, é claro que vamos nos transformando a cada dia que passa, e quando vivemos relacionamentos funcionais, saudáveis e prazerosos, essa transformação resulta em um envolvimento do qual os dois podem afirmar: “crescemos juntos ”.

E como diz a minha querida professora Olinda Guedes, “a vida não é fácil para ninguém”, e como a mesma ensina,  quem está se sentindo carente, vazio, não consegue amar a si mesmo e nem reconhecer suas qualidades e valores, melhor procurar primeiro ajuda profissional, fazer terapia, curar-se um pouco mais, para depois investir em um relacionamento conjugal.  

E é da mesma professora uma afirmação, no mínimo engraçada, mas creio que todos entendem bem o que ela quer dizer, por isso repito que não estou dizendo que tem que esperar ser uma pessoa perfeita para buscar um relacionamento saudável, mas é preciso “estar próprio para o consumo”. Mas não se esqueça, esteja do jeito que estiver, em toda e qualquer circunstância , Deus ama você.

Acreditar nisso já é um bom começo.

 

 

 

 

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