Como a professora Olinda Guedes pontua, as noites escuras são momentos da nossa vida em que mergulhamos em memórias transgeracionais. Às vezes, a pessoa encara de maneira empoderada e, às vezes, em sofrimento.
Sofrimentos como dificuldade financeira, medo de perecer e outros, disparam uma memória que estava guardada, por exemplo, de fome, injustiça. A pessoa não que consegue lidar com isso socialmente, não tem espaço livre consciente para perceber o que fazer.
Para que uma memória traumática seja acessada, basta um fato ter um mínimo de similaridade com o trauma gerador para que ela venha à tona e se adapte ao contexto.
O sintoma, do ponto de vista sistêmico, é curável. A psicogeanologia, a pesquisa da árvore genealógica, ajuda a ver o trauma e a intervenção sensorial que cura. Contudo, em caso é de noites escuras como a depressão e situações dessa natureza, não se dispensa a medicação psiquiátrica, porque a química do organismo está desregulada.
Outra questão que me chamou a atenção nessa aula, e me fez refletir muito a respeito das minhas noites escuras, é que os sofrimentos são oportunidades que a vida traz pra nós, para cura e transformação.
Quanto às noites escuras da alma dentro do meu sistema, eu não percebo uma regularidade, ou ainda não olhei para elas. Mas em alguns caso, há depressão, melancolia, destinos difíceis nas questões financeiras, na prosperidade. Os meus antepassados foram acometidos pela fome, miséria e escravidão.
Sinto que ainda preciso tomar mais consciência de manada, consciência coletiva, mas olhando para isso eu identifico as minhas experiências de noite escura da alma. Por exemplo, quando tive pancreatite por conta da intervenção médica ao retirar pedra na vesícula, eu tive a experiência de nascer de novo, já que os médicos falavam que a probabilidade de eu morrer era grande.
Além disso, sempre tive problema de estômago, gastrite nervosa, ansiedade e uma certa tristeza no decorrer da vida, que parece que ia além do que eu estava passando no momento. Agora eu sei que isso era um olhar para o sofrimento dos meus antepassados, e que essa complicações estomacais, e dos demais órgãos digestivos estão relacionadas à fome e miséria dos meus antepassados.
Agora eu sei que quando eu tenho problemas de estômago, eu estou acessando algo da minha transgeracionalidade, e agora eu serei mais humilde e benevolente ao transitar por essas noites escuras da alma.
Agora eu vejo, agora eu sei: a noite escura é uma oportunidade de irmos além. “É sofrimento? Tem cura! Tem cura, se é sofrimento”
#módulo7