Eu estava refletindo dias atrás como a força costuma ser associada ao homem pelo seu físico, raramente dizemos o quanto o homem é forte emocionalmente.
Por outro lado quantas vezes escuto as mulheres ser qualificadas como fortes…
Ser chamada de guerreira, batalhadora e forte pode ser, sim, um elogio. Mas, existe também o outro lado. Quando se presume que uma mulher “por ser forte” vai dar conta de todos os afazeres que aparecem em sua vida, há uma desumanização da sua existência.
E então isso não vem como um elogio, mas sim como um pressão para que continue seu caminho sem resistir…como uma forma mascarada de dizer que deve continuar aguentando tudo. Que deve suportar mais, por que é forte.
O que muitas vezes nós vemos como uma palavra de motivação, no além do aparente é um empurrão para o fundo do poço.
É uma forma de ser explorada, de adiar a sua própria felicidade.
Cuida dos filhos sozinha? Nossa que forte!
Trabalha em dois empregos para dar conta? Uau! que forte você é!
Você dá conta dos afazeres da casa, trabalha fora e ainda cuida as crianças? Nossa, você é muito forte!
Muitas vezes querem que a mulher trabalhe como se não tivesse filho e cuide do filho como se não trabalhasse… isso é ser forte? Bom, a conta não fecha!
E então é assim que as viagens são adiadas, as férias são adiadas, os pequenos prazeres da vida como sentar em uma rede no final do dia e descansar foi adiado, como viver uma vida autoral foi sendo adiado dia após dia, noite após noite… tudo isso por que era forte e não podia desistir, devia aguentar firme.
Desconfie de algumas palavras de motivação, elas são sinônimo de trabalho dobrado, de sentimentos como insuficiência, de abuso, de tristeza…
Cuide com os elogios mascarados.