Quando ouço meu pai, ou minha mãe, relatando como foram as noites escuras, as quais chamam de problemas graves que tiveram que enfrentar com seus familiares, fico atentando para alguns detalhes em suas falas, que vertem como um sentimento de dor, por entenderem o sofrimento de nossos antepassados, e mesmo os deles, e quererem profundamente que eles não tivessem passado por tamanhos traumas.
Confesso que por vezes, pensava assim também e, se pudesse, estenderia a minha mão para ajudá-los, e até mesmo sofrer com eles no intuito de livrá-los de tamanha dor, tamanha dificuldade em seguir pelos caminhos da vida que traçavam.
Meus antepassados passaram por “pestes” como eles chamavam, junto à outras doenças, muitas vezes sem as mínimas condições financeiras, com isso, perderam crianças, pais de família e amigos.
Falta de condições e não podendo darem o mínimo necessário aos seus, também, por não terem acesso a produtos que pudessem amenizar a dor e, talvez até curá-los, seguiam acreditando que Deus queria assim, e de fato queria, porém, também gostaria que florescessem com essas dores e evoluíssem em busca da paz eterna do Divino Pai.
Obviamente que hoje, estudando nesse módulo, bem como fazendo leituras indicadas, consigo perceber melhor e entender que devemos olhar com empatia para essas dores que passaram, honrar a luta e as batalhas que travaram sempre buscando o melhor para nossas famílias, e acima de tudo, entender que elas eram necessárias para suas evoluções.
Quando li na obra A Noite Escura do autor São João Da Cruz, onde ele afirmava que os bens não sobem do homem a Deus, ao contrário, descem de Deus ao homem, foi que consegui refletir sobre tantas coisas que fazemos acreditando estarmos levando a Deus nossas conquistas, nossos bens, quando na verdade Ele é tão Grandioso e onipotente que não espera nada de nós, a não ser que aprendamos e evoluamos cada vez mais.
Assim, certamente quando passamos por nossas noites escuras, nossos momentos difíceis, é muito comum implorarmos a Deus que nos alivie, ou até mesmo nos exima de qualquer dor, quando do contrário, deveríamos apenas pedirmos forças para passar por essas noites com muita coragem e fé, e cantarmos com a nossa alma para recebermos o lucro que vem do alto por não termos sucumbido à dor que nos foi imposta.
Saber que pessoas que sofrem não é castigo vindo dos céus, conforme muitos pensam, dá um alento aos familiares, de modo especial aos pais, pois sofrem com filhos problemáticos, doentes, muitas vezes tentando escondê-los da sociedade e, mal sabem eles que tem um herói na família trabalhando para o sistema, que busca em outro tempo e espaço traumas que aconteceram com outros membros e vivem na atualidade o problema de forma que contribuem para a cura do sistema.
Por isso reitero que devemos ter mais empatia com aqueles que carregam muito para curar o sistema, e o mesmo conosco, quando passamos por nossas noites escura, vivendo situações difíceis, nesse momento é que devemos nos respeitar mais, pois, se caminhássemos e agíssemos sempre querendo realizar as nossas vontades, não restaria tempo para as vontades de Deus, e no final é a vontade Dele que conta.