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ERA UMA VEZ UM MENINO E UMA MENINA... MUITO TEMPO DEPOIS CHEGOU ATÉ ELES UMA MENININHA

ERA UMA VEZ UM MENINO E UMA MENINA... MUITO TEMPO DEPOIS CHEGOU ATÉ ELES UMA MENININHA
Márcia Campos
ago. 2 - 10 min de leitura
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Sobre o(s) relacionamento(s) do(s) meus pais: o que será que sei? Tudo seria mera suposição?

Havia um menino e seu nome era "J". Ele era o 2º de uma série de sete, todos filhos de "G" e de "D". Não se sabe se eram realmente sete porque, talvez, houve aqueles que não puderam chegar.

Como era comum naquele tempo de grandes penúrias, um dos sete foi embora ainda criancinha. Parece que o surto de gripe o levou. Era uma garotinha. Que posição ela ocupava dentre eles? Não se sabe. 

O relacionamento de "J" com a sua mãe parece que fora 'custoso' e que ele não se sentia amado nem respeitado por ela, nem pelos que formavam a sua família de origem. E, parece que os irmãos de "J" tinham também lá as suas queixas pessoais sobre a dinâmica familiar. Tudo indica que "J" era um menino que sofria junto com vários outros membros familiares que também sofriam.

Diz-se que, quando ele nasceu, a sua avó materna tinha partido recentemente e que deixara um bebê para a sua mãe cuidar dele. Assim, "J" e o tio também "J" - sim, eles tinham o mesmo nome! - foram criados como irmãos. E, parece que muito se estimavam.

O tio de "J" teve leucemia quando adulto e partiu logo. Provavelmente "J" e a mãe dele, que cuidara do tio "J", sofreram muito.

Um insight agora ocorreu: o ingresso do tio de "J" no grupo de filhos de seus pais, pois, afinal, o irmão da mãe foi criado por ela juntamente com a sua própria prole.

Ou seja, eles realmente não eram sete filhos.

Outro insight! Uma outra criança veio, posteriormente, incorporar o grupo de filhos dos pais de "J", quando estes eram já crescidos. E nunca se esclareceu o porquê os pais de "J" tomaram a guarda dessa criança, que nunca foi adotada por eles, e cuja mãe biológica era conhecida e podia cuidar dela. Por essa razão, havia especulação sobre qual seria a verdadeira origem do menino. 

A mágoa de "J" o acompanhou a vida toda e, atualmente, aos 95 anos de idade, totalmente lúcido, ainda recorda que a sua família não o amou, revelando falta de apreço por ele e desconsideração por sua família.

Pelo menos, foi assim que pensou.

"J", quando jovem adulto, era garboso e fazia sucesso com as mulheres que o achavam viril e atraente. E, embora a pouca afinidade geral com seu pai, certo é que os dois guardavam entre si uma perversa semelhança na sexualidade: eram ambos infiéis às esposas, as quais muito sofreram com isso. 

O segredo de família - a infidelidade recorrente - alcançou o primogênito de "J", a quem fora dado o nome de "J Junior".

Era a força do padrão!

"J" dera ao seu segundo filho o nome do seu pai ("G"), confirmando outro padrão, o qual novamente se expressou: agora no nascimento do seu sobrinho (filho do irmão de "J"), que também recebeu o nome do avô paterno.

Tanto envolvimento sistêmico trouxe graves consequências para todos, inclusive vícios e lágrimas abundantes para muitas pessoas, e cuja solução ainda está longe de ser alcançada.

Quando a esposa de "J" faleceu - seu nome era "T" -, ele deu plena vazão à volúpia que o consumia e, por fim, se consorciou a uma mulher 40 anos mais jovem que ele. Sim, ele continuava procurando a mãe no amor de uma mulher.

Isso foi constante na sua vida.

Tal união deu fruto, mas não foi feliz, pois a jovem mulher de 20 e poucos anos que se casara com o homem sexagenário também procurava o próprio pai e não o encontrou em "J"; como "J" não encontrou a mãe em "ML". Era um relacionamento disfuncional e, por isso, não traria felicidade nem paz para ninguém.

Mesmo assim ficaram juntos quase vinte anos, até que a morte levou "ML" aos 40 e poucos anos de idade. Então, "J" continuou cuidando do fruto desse tumultuado relacionamento, que era um adolescente de 14 anos, filho biológico de "J" e de "ML", e uma jovem de 21 anos, filha biológica de "ML" e adotada por "J".

Assim continua até hoje, sendo que "J" os sustenta materialmente e vivem todos em conúbio doentio e perigoso, visto que ambos os jovens, de 22 anos e 29 anos respectivamente, são disfuncionais e improdutivos.

O emaranhado apenas se agravou.

Em verdade, "J" muito amou, mas nunca respeitou a ordem e nem a compensação e, por isso, nunca se sentiu completo porque o movimento do amor interrompido aos pais ainda não se restabeleceu. E, infelizmente, a memória transgeracional já revelou estragos no filho caçula de "J" e nos seus bisnetos.

Quanto sofrimento poderia ter sido poupado!

Havia também uma menina e seu nome era "T". Ela ocupava a 6ª posição numa série de nove, todos filhos de "P" e de "D".

Não se sabe se realmente era essa a sua posição, pois, naquela época, de grandes penúrias houve aqueles que não puderam chegar. Aliás, um dos nove que chegaram partiu cedo. Era uma garotinha, que certa epidemia levou. Diz-se que foi um tempo muito penoso.

O pai de "T" era muito bravo e até o chamavam de mau, porque fazia muitos sofrerem. Ele estava muito emaranhado nos conflitos de sua ancestralidade e tivera um destino bastante pesado.

Um dia ele partiu com a outra família que já tinha constituído. E, somente quando as desgraças da sua vida culminaram no câncer, ele retornou e buscou os filhos da sua primeira união (a que tivera com "D") para obter alívio das dores emocionais que o acompanharam a vida toda.

Quando ele partiu com a outra família, "T" era apenas uma menina e teve que engolir o choro da perda. Ou será que, de certa forma, ficou aliviada? Afinal o pai espancava todos os filhos por qualquer contrariedade. Se um filho cometesse algum erro, a fila indiana para apanhar era formada até mesmo com o bebê de colo, para servir de exemplo para todos!

Assim, aos dez anos "T" já trabalhava em casa de família abastada da região, onde era a babá dos filhos mimados e abusados dos patrões. E, ali, por uma miséria de 'salário', era humilhada, explorada e passava fome.

Sonhos de menina? Possivelmente os teve, pois toda criança sonha. E ela aguardava que um dia chegasse o príncipe encantado para a resgatar de tantos dissabores.

Certo dia, o candidato a príncipe surgiu e se fez noivo da adolescente "T". Entretanto, ele teve que procurar serviço noutro estado e lá se encantou por outra jovem com quem se casou porque ela engravidara.

"T" estava novamente abandonada. Os seus irmãos mais velhos estavam atarefados com as suas próprias questões familiares (haviam se casado) e restavam "T" e "G", a caçula já envolvida na sua própria problemática de vida.

"T" também buscou serviço longe daquela localidade marcada por tantas dores e, então, encontrou "J". Os dois se apaixonaram e se casaram, apesar da família de origem de "J" preferir outra candidata.

Será que o relacionamento deles foi constituído à custa do sacrifício dessa outra jovem, a que teria sido preterida? Não se sabe.

 "J" e "T" se amaram muito, se magoaram e não encontraram o amor daqueles que buscavam, que eram o pai de "T" e a mãe de "J".

Em um dia inesperado, "T" partiu para outra realidade existencial, deixando "J" entregue ao próprio destino, o que foi sintetizado nos parágrafos acima.

Enquanto "J" e "T" se amavam, uma menininha lhes chegou e eles dela bem cuidaram. Deram-lhe amor e carinho. E muitos sacrifícios e renúncia fizeram para que ela e os seus irmãos, que chegaram antes, tivessem aquilo que eles, "J" e "T", não tiveram. Era a forma de demonstrar o seu amor e de atender às suas crianças interiores.

O nome da menininha que chegou é "M" e talvez seja o 3º fruto do relacionamento de "J" e "T", porque, talvez, alguns não puderam chegar. Mas não se sabe em que ordem estariam estes, se entre os que chegaram antes de "M", ou depois dela.

Na Constelação dessa menininha ("M") surgiu a pergunta: a sua gestação foi de gêmeos? Claro que ela não soube responder. E, certamente, nem mesmo a mãe de "M" teria sabido, porque parece que um dos gêmeos não se desenvolveu, segundo o campo informou.

"M" foi diferente das crianças em geral. Não gostava muito de ser tocada  e só aceitava aproximação física de poucas pessoas.

"M" tinha medo de ser abandonada (a sua mãe vivia doente e fora muitas vezes internada em hospitais) e nunca se sentiu totalmente segura de suas qualidades. A sua autoestima era frágil e, muitas vezes, duvidava de sua capacidade, embora muitos dissessem que ela era boa em várias coisas.

"M" achava as peculiaridades das pessoas algo muito estranho. Isso a desagradava e a fazia sentir-se deslocada. E, como seu pai lhe ensinara: era melhor bater que apanhar, se o argumento não convencesse ou se não se pudesse argumentar. Por isso, muitas vezes, "M" escolheu "bater antes de apanhar".

"M" até escolheu uma profissão de combate: formou-se em direito e trabalhou 36 anos como advogada, cujas causas lhe proporcionaram muitos aborrecimentos e enorme frustração ante os resultados obtidos.

Hoje "M" vislumbra outra profissão para o futuro e quer se tornar ajudante de almas, como o ajudante maior, Bert Hellinger, que a ajudou a enxergar a razão de certos problemas em sua vida, e, como Olinda Guedes e o Saber Sistêmico, que a estão ajudando a curar as suas feridas.

 

 

 

 

 

 

 

 

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