Muitos dos meus antepassados eram comerciantes: proprietário de hotéis, musicistas, tocavam violino, piano, acordeão, gostavam de teatro, declamar poesias, outras eram costureiras, ensinavam corte e costura, donas de casa e empresários de frota de ônibus.
Professores em escolas municipais e estaduais e advogados. Também haviam promotores e juízes.
Neste módulo, relembro fatos da infância, onde vejo três crianças, ainda pequenas brincando, à noite, no quarto dos pais, de pedrinhas, varetas, escolinha, onde minha irmã mais velha era a professora e eu e meu irmão os alunos.
Depois trocávamos, eu era professora e minha irmã e irmão os alunos.
Meu irmão gostava de cálculo e foi ser um bem sucedido engenheiro. Mais tarde quando íamos brincar de casinha com coleguinhas gostávamos de ficar na vendinha.
Aos dez anos mais ou menos comecei a aprender pintura em tecido, pintava camisa em malha, e oferecia aos vizinhos. Tínhamos também uma vizinha, que possuía um salão de cabeleireira e passei a ficar algumas horas nos finais de semana ajudando a lavar os cabelos dos clientes e a enrolar com bobes, isso por volta dos onze anos. Aprendemos também a fazer ponto de cruz, alinhavar.
Nos reuníamos com os coleguinhas e fazíamos teatros; o palco era a carroceria de caminhão. Ali, nós cantávamos, representávamos, declamávamos e éramos muitos aplaudidos pela plateia; nossos vizinhos, tios; enfim, os moradores da nossa rua. Era muito divertido.
Aos dezoito anos incompletos fui emancipada pelos meus pais, pois havia terminado a escola normal, fiz concurso, passei e fui trabalhar na zona rural, local insalubre, com duas professoras na mesma sala.
Mais tarde cursei pedagogia, fui para uma escola maior na sede do município. Lecionando para primeiro e segundo grau, chegando a diretora de jardim de infância e pré escolar.
Aposentei muita nova e fui trabalhar com pintura em seda.
Com a morte de meus pais, irmãos, e separação matrimonial, vivendo a noite escura da alma, perdi o sentido pela vida.
Hoje sei que olhava para trás, para o chão.
Resolvi deixar tudo para traz e fui passar uns meses em Porto Seguro na Bahia, e lá tive oportunidade de conviver com os índios Pataxós em Monte Pascoal, por dois anos, ajudando na área pedagógica.
Foi uma experiência incrível!
Ficávamos em alojamento no alto do morro e a aldeia mais a baixo. Íamos nas casas dos índios conhecer de perto seu modo de vida: religião nativa, alimentação, o convívio entre eles.
Com as aulas de Constelação sistêmica passei a acreditar ter sido um resgate ao meu sangue indígena.
Pretendo continuar os estudos com nossa querida Mestra, contribuir para o crescimento do próximo, tornando-o pessoa mais desperta para o conhecimento e autoconhecimento, propiciando para que esteja em paz e tenha êxito. Levando-o a desenvolver o gosto pelo trabalho e pelo estudo.
Como diz nossa mestra: “Quem gosta de trabalhar gosta de estudar ; quem gosta de viver, quem gosta de viver gosta de si.”
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