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EXERCÍCIOS SISTÊMICOS

EXERCÍCIOS SISTÊMICOS
Neiva Maria de Mattos
abr. 3 - 7 min de leitura
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Eu tenho um jeito estranho de estudar, gosto de ter uma ideia do todo, faço um caminho de ida muito rápido, pois tenho pressa em ver até onde vamos. Depois volto bem devagar, fazendo a “leitura mineira” que aprendi com Olinda Guedes e a “escuta amorosa” que a vida me ensinou.

Neste curso de Formação Real Master em Constelações Sistêmicas para Terapeutas, não foi diferente. Num primeiro momento foram onze aulas, com aproximadamente duas horas de duração. Algumas eu consegui participar ao vivo, outras eu acompanhei pelas gravações que ficam à disposição na plataforma do curso. Todas elas repletas de poesias, músicas, metáforas, meditações e tudo o mais que fazem parte do repertório de uma professora romântica. Mas toda essa delicadeza da metodologia não faz por perder um nada da profundidade e seriedade dos conteúdos estudados. Pelo contrário, imprime uma certa leveza a emaranhamentos e temas tão pesados, doloridos,e traumáticos.

Exatamente por ter esse formato, me permite essa aventura de “maratonar”. Escolhi uma noite, véspera de feriado e assisti todas as aulas, inclusive as que eu estive presente e, como professora que sou, fui registrando no caderno de anotações os momentos mais impactantes ou que necessitassem de um olhar mais atento. Depois voltei revendo, como nas meditações dirigidas, “profunda e suavemente”.

Durante esse período os conteúdos foram estudados a partir de um exercício sistêmico que deixa fluir em cada participante o seu campo de dor e de cura. Com eles trabalhamos a identificação, o acolhimento e a cura do feminino e também do masculino em cada um (a) de nós.

Tivemos a oportunidade de encontrar com nossas avós, bisavós e outras mulheres de nosso sistema, reconhecer as lutas vividas por essas ancestrais e perceber a força e vitalidade que nos vem dessas jovens senhoras, em seus vestidos de chita, seus cabelos longos, suas lágrimas e sorrisos. Cada uma recebeu o seu reverberar de cura. Eu, particularmente, encontrei mulheres que cantavam, dançavam, rodopiavam e sorriam, mas também eram valentes, guerreiras, quando precisavam brigavam, e iam à luta, principalmente para defender os seus homens.

Na aula que trabalhamos a cura do masculino, voltamos na linha do tempo, encontrando todos os homens do sistema, começando pelos pais, avós e bisavós.

Observar os rostos, as roupas, a idade, e outras características como as expressões faciais, os desafios e sonhos desses homens trouxe saudades, insights e informações que puderam ser celebradas e também compreendidas.

Essas informações aflorando na mente consciente trouxe lágrimas e risos, mas no final tudo se torna um grande momento de cura.

Um recurso muito bem utilizado nesse momento foi o desenho ou confecção de vestimentas, que fez com que pudéssemos ressignificar a vida de cada um e de todo o masculino e feminino do sistema.

Uma outra aula que me impactou profundamente foi a que tratamos sobre Cura de sintomas e cura da profissão. Essa “aula de número 10, foi muito dez”. Percebi que as profissões cumprem um papel totalmente sistêmico em nossas vidas. Papel de completar aquilo que ficou em aberto.

É comum, em sistemas onde houve exclusão, onde houve tortura, captura, ter muitas profissões voltadas para o ativismo, voltadas para ajustes, para consertos.

É comum, em sistemas onde houve fome, ter profissionais que trabalham com alimentação.

A Mestra recomenda que cada vez que olharmos para a profissão observemos o seu rosto, a sua face.

  • Masculina ou feminina?
  • Qual a idade?
  • O que essa face exige de cada um de nós?
  • O que ela necessita?
  • E o que ela entrega?
  • E o dinheiro, como ele e a profissão interagem, são colaborativos?
  • Qual a expressão facial?

Esses questionamentos trouxeram à minha mente um turbilhão de informações, lembrei que “profissão é mãe, dinheiro é pai”.

Olhei para a Educação e vi minha mãe e meu avô paterno, eles se olhavam com respeito e admiração. Talvez pela influência de tudo que se vive e se houve nos dias atuais, a minha mente consciente teve vontade de dizer sinto muito, por você ser tão criticada, tão pouco valorizada e muitas vezes julgada e condenada pelas mazelas do mundo. Mas o meu coração não conseguiu ficar muito tempo nessa lamúria e saltou-me aos lábios em alto e bom tom o “eu sou grata”. Sim minha querida profissão, eu amo ser educadora, ensinar e aprender é a realização do meu sonho de menina.

Você me trouxe tantas oportunidades. As pessoas maravilhosas que conheci, os lugares que visitei, a chance de conviver com gente que entregou a vida por acreditar que a transformação passa pelos seus ensinamentos. E os meus alunos e ex-alunos que até hoje me dão tanta alegria.

Ah! Você minha querida profissão, dá um sentido todo especial à minha vida. Não sei se eu seria capaz de viver sem você. Penso que em outro ofício, meus dias seriam sem cor e sem sabor.  E juntas olhamos para o dinheiro, parece-me que um não reclama do outro. Nada está sobrando e nem faltando. Há o suficiente para viver com dignidade e contribuir com os que precisam. Profissão e dinheiro se completam e ambos me completam.

Nesse curso há também uma vasta bibliografia entre livros, autores e filmes.

Alguns dos livros eu já li, outros estão na estante me olhando e esperando a sua hora.  Dos filmes, eu saboreei “Chocolate”, “Validação” e “Viva! A vida é uma festa”. Os outros estão por vir.

Embora eu goste de ler e também de filmes, o que mais me prende e me liberta é o escrever. Por isso gostei tanto, quando numa determinada aula a mestra ensina que “escrever é muito curativo, podemos expressar o nosso amor e a nossa dor”. Mesmo reconhecendo que certas formas de escrita são verdadeiros códigos de exclusão, somos chamadas, como terapeuta a praticar a linguagem poética como ferramenta que nos permite tocar o coração do cliente.

Finalmente, vale a pena ressaltar, mais uma vez, que os alunos da Escola Real são exortados a não conduzir constelações de forma mecanicista, e sim praticar um diálogo amoroso com o cliente, expondo a sua forma de trabalho, as pesquisas, tarefas que contribuem para a cura, sabendo que é jornada, processo e não um simples episódio.

Por tudo isso e muito mais... uma vez mais, GRATIDÃO!

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