Falta da mãe
A criança precisa do olhar dos pais para se sentir pertencente a um sistema, ao lar, ao mundo. Quando não recebemos este olhar, nós nos sentimos invisíveis.
Mas, vamos levando a vida de qualquer jeito, como diz o ditado "empurrando com a barriga".
Até que a vida trava. É quando os traumas, a dor e o sofrimento nos sufocam .
Entramos em um estado de anestesia e de invisibilidade diante da vida.
Passamos a Sobreviver no automático.
Há alguns anos, conheci Olinda Guedes e as constelações. Ela me olhou nos olhos e disse: Eu Vejo Você. Eu sinto muito por sua dor e sofrimento, eu realmente não teria dado conta, não mesmo, minha querida.
Esse olhar e essa frase me levaram ao sentimento de pertencimento.
Esse primeiro movimento foi como um resgate a vida, pois eu não tinha forças e nem conseguia olhar para os meus pais. Muito menos honrar e dar um bom lugar em meu coração para eles. Eu havia sido abandonada pela minha mãe e abusada pelo meu pai.
É claro que fiz muitas sessões de terapias de renascimento com respiração consciente. Fiz constelações e fui começando a olhar para a história deles.
Só então, neste segundo momento, consegui acolhê-los em meu coração.
E me senti plena, forte, feliz, completa, segura.
Como nos ensinou Bert Hellinger: "o perdão chega quando se reconhece que nunca houve o que perdoar, e sim havia algo para compreender".
Edna da Silva Telles