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FICHAMENTO: LIVRO "A FONTE NÃO PRECISA PERGUNTAR PELO CAMINHO".

FICHAMENTO: LIVRO "A FONTE NÃO PRECISA PERGUNTAR PELO CAMINHO".
Elisangela Borsoi Pereira
abr. 8 - 14 min de leitura
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Nome: Elisangela Borsoi Pereira

Inscrição: 14.12.2020

Autor: Bert Hellinger

Editora: Atman, 2005.

 

1 – Qual a mensagem global que o autor deixou para você?

A pertinência de todos e a precedência trazem ordem e isso possibilita o amor que cura. Todos pertencemos de forma igual. Quando há um excluído em seu clã, este sistema não hesita em sacrificar um membro mais jovem para que um que tem precedência seja devidamente representado e incluído. O amor sempre traz de volta!

2- A partir do que você leu, enumere 10 dicas para você criar excelência para sua vida. Obs.: cito passagens do livro.

  1. Viver consciente da existência das diversas consciências: Existe uma consciência pessoal, uma consciência coletiva e a consciências do todo. O equilíbrio entre as relações é mantido pelo dar e o tomar e é a consciência pessoal quem vigia também esse equilíbrio entre o dar e o tomar. Logo, a necessidade de compensação é uma necessidade da consciência. “Quem dá, espera receber algo; quem recebe algo, sente-se no dever de dar algo. Essa necessidade de compensação possibilita e fomenta o intercâmbio em um grupo”. Exceções são os pais em relação aos filhos e os professores em relação aos alunos, onde os maiores dão e os menores tomam e a única forma de compensar é o passar adiante.
  2. Lembre-se, Elisangela, do livro “O equilibrista" que a terapeuta da Vale dos Pinheiros leu e você se identificou imediatamente: Quando pertencemos sentimo-nos como em equilíbrio. Esta é a boa consciência. Seguimos o padrão do clã, pertencemos e ficamos na inocência. A consciência pessoal também está aqui. Quando tentamos sair de algum padrão sentimos culpa e a consciência nos lembra que nossa pertinência corre risco e ficamos com medo. Assim, tendemos a voltar à inocência do clã. Sair do padrão, da inocência, demanda esforço. Deve-se nadar até a margem, olhar a corrente até compreender o velho e reconhecer o novo e só então decidir-se o que fazer. “O equilibrista”, de Fernanda Lopes de Almeida, é uma boa leitura.
  3. É muito importante diferenciar os sentimentos que experimentamos e percebemos para só então haver evolução efetiva: O sentimento primário resulta da situação imediata e é condizente com ela. São atentos (com os olhos abertos) e direcionados para fora. Assim que nos entregamos totalmente a eles, logo desaparecem. As outras pessoas também o sentem como compaixão e isso nos torna fortes. Nos seguramos firmemente aos secundários porque servem para impedir a ação. Quem se ocupa de sentimento secundário não pode ajudar quem o experimenta. Nos sentimos impotentes, zangados e usados e por meio dos secundários, uma pessoa atrai a atenção para si (seguem uma imagem interna da qual retiram força), o que não ocorre no primário. No primário entramos com ele na situação que sentimos compaixão mas permanecemos centrados. Já os terciários são sentimentos adotados e a libertação é possível quando se torna claro de quem ou para quem ela assumiu esse sentimento. Tão logo haja, se coloque à frente dessa pessoa e possa vê-la, respeitá-la e ama-la tudo se resolve. Por trás desse terciário geralmente atua um amor primário. O quarto tipo de sentimento são os meta sentimentos ou intrínsecos. São superiores, sem emoções. São forças puras para a ação experimentadas por alguém confrontado com uma situação comovente. Parece insensível mas está totalmente centrado (do alto da montanha se tem uma visão maior, mas ao mesmo tempo solitária). Vamos ao centro vazio, onde estamos mais profundamente ligados a um campo de força e atuamos sem agir.
  4. “Querido papai, por favor! Querida mamãe, por favor!”: Sentimentos intensos como a raiva e o desespero originam-se, frequentemente, num momento em que houve um movimento de amor interrompido precocemente, no qual a criança não pôde prosseguir. Por meio dessa raiva nos colocamos, ilusoriamente, acima de nossos pais e, frequentemente, nos castigamos por isso. A raiva é o outro lado do amor e também uma posição de defesa. Quando não se consegue mais expressar a raiva, chega-se a uma ligação com o sentimento por trás dela e com isso, com o amor e com a dor. Esse amor é o sentimento mais doloroso que existe, porque é vivenciado junto com a sensação de total impotência. Quando expresso a raiva nego minha impotência. Quando alguém pirar, devo imagina-lo a minha frente aos quatro anos e pensar o que houve lá para que seja assim hoje. Devo lembrar também do que houve comigo e quem é que estou projetando e cobrando quando quero atenção.
  5. Preciso reviver minhas dores, chorar meus choros não chorados e olhar: Há um recordar que cura, um recordar que finaliza algo e, ao mesmo tempo, une algo que estava separado. Quando alguém experimenta ainda criança algo terrível, isso é frequentemente reprimido. A psicanálise nos mostrou que é importante trazer à luz o que foi reprimido, mas a observação mostra que quando algo é trazido à luz isso ainda não é a solução. Ainda é necessário um outro passo importante. O passo importante é que a pessoa concorde com o que aconteceu sem lamentação. Temos a necessidade de desviar do terrível como se isso não pudesse existir. Entretanto, é o terrível que, no fim, está na origem de tudo e o sustenta. Apenas aquele que pode concordar com o terrível é totalmente livre. Também os agressores estão ligados a algo que está além deles e que os usa.
  6. A alma precisa saber que está inserida num todo maior e que também o reconheça. Em primeiro lugar, estamos ligados à família à qual pertencemos, então ao clã familiar e ao nosso meio-ambiente. Desse trabalho podemos ver que a alma nos transcende, que estamos em uma alma e não uma alma em nós. Portanto, essa alma maior nos governa para o bom e, quando não entendemos as suas leis ou as desrespeitamos, também para a doença.
  7. O ficar parado perante o mistério é a mais importante fonte de força para o terapeuta: Chegamos, por exemplo, ao limite da morte e sabemos que não temos nenhum poder sobre o que aí acontece e para onde isso conduz. Ou os mistérios de destinos, de relações e vínculos que alguém assume sem o saber, e que foi tomado a serviço por algo que não entende. Isso também é um limite e permaneço parado perante ele. Esse recolher-se e ficar no limite custa muita força, especialmente no início. Este vazio entre nós e o mistério é difícil de suportar. Procuramos explicações para banir a ameaça do mistério. Do respeito frente a esse mistério, algo flui do oculto. Muitas soluções ou palavras que emergem do ficar centrado perante um limite, da escuridão vem algo à luz, algo que ajuda: um próximo passo ou uma solução, seja o que for. Se, nesse momento, reflito... “Posso fazer isso ou não?” - por assim dizer, interrogo o mistério - então ele se afasta imediatamente e fico sem força. A água que flui através da fonte não tem intenções. Não tem nenhuma meta. Contudo, alcança os campos, traz frutos e, no fim, deságua no mar. Portanto, a ausência de intenções é o pressuposto para este trabalho.
  8. Com relação a consciência coletiva inconsciente não temos nenhuma liberdade, a não ser que tenhamos aprendido a entender suas leis. A grandeza humana é algo totalmente diferente. Ela se origina da superação, também, de destinos difíceis. Considerar apenas como negativos os destinos que se originam da atuação da consciência coletiva inconsciente é inaceitável. Para tanto, o resultado é rico demais.
  9. O sentido da vida é a vida em si, nada além disso: A vida, tomada como ela é, tem sentido. Somente quando não nos expomos a ela, tal como ela é, a experimentamos sem sentido. Uma vida plena é aquela na qual me sinto em harmonia com a realidade tal como ela é. A situação tem, em si, a semente para o desenvolvimento. Se vejo isso e me deixo levar pelo movimento que surge, então a minha situação é sempre capaz de se desenvolver. O que é certo se ajusta. Quem está em harmonia não tem medo. Quem está em harmonia tampouco tem desejos. Está em harmonia e, com isso, feliz, seja lá o que for. Por isso, consegue se expor também a uma situação difícil; e quando for uma situação feliz, para ele não é nada diferente de uma situação comum, porque está em harmonia. Para dominar a vida é necessária a coragem de assumir a culpa, isto é, coragem para se desviar daquilo que é predeterminado pela consciência, pois a consciência sempre restringe.
  10. Quem pode se entregar aos movimentos da alma, pode evoluir: É preciso esclarecimento e purificação para perceber os movimentos profundos da alma e segui-los. Quando posso compreender o emaranhamento, por exemplo, com a ajuda das constelações familiares, então posso me libertar disso, mas apenas em parte. O experimentar essa purificação nos faz felizes. Nesse sentido, não nos liberta, mas nos torna maiores.

3 – Considerando a realidade onde vive, o que você aplicou, imediatamente, assim que leu?

Apliquei no meu olhar para a orfandade da minha família materna. Na semana da Páscoa de 2020 perdemos um tio que faleceu por câncer. Agora em 2021, pouco antes da Páscoa, uma irmã dele também encontrou câncer em vários lugares do abdômem. Também muito triste e terminal. Ambos não se casaram e ficaram na casa dos pais até que eles se fossem. Isso me pareceu uma expiação, certamente uma fidelidade cega. Então fui olhar para a morte da minha Bisnona no parto, quando morreram também os dois bebês. A bisa deixo oito filhos órfãos, entre eles a minha Nona, Helena. Posso perceber esta orfandade também na minha mãe e em alguns tios e tias e claro, muito em mim mesma.

A passagem do livro que me fez olhar para isso é “Amor que faz adoecer e amor que cura” (pg 167), no capítulo “O que causa as doenças e o que as cura”. Minha percepção aconteceu por ter crescido vendo o imenso amor que a minha Nona tinha pela mãe e o quanto sua morte prematura a fazia sofrer. E essa orfandade se repetiu, porque minha Nona olhava para a própria mãe mesmo dando a luz a 12 filhos e criando todos. E quando eu era criança minha mãe teve que deixar a mim e a minha irmã com a Nona e passar um ano acompanhando nossa maninha mais nova num tratamento contra a Leucemia, que ela superou, graças a Deus e à consciência da sua alma num corpinho de três anos.

Antes da felicidade, a família, o clã. Este é o emaranhamento do amor cego e inocente que muitos de nós temos. E como é difícil sair dessa inocência, mas é libertador. Quero poder viver lidando com a culpa. 

Eu e meu filho passamos uns dias, antes da Páscoa, na casa que meus nonos moravam. Acendemos velas no jardim para minha bisa e seus bebês e dissemos a eles o quanto fizeram falta e o quanto os amamos cegamente. Dissemos que eles fazem parte, que somos gratos pela vida ao custo que ela teve e que queremos viver um pouco mais, para honra-los e passar nossa vida a diante.

4 – O que você transformou em si mesmo com a leitura deste livro?

Ano passado eu já havia conseguido superar uma raiva que eu sentia do meu pai e nosso relacionamento reviveu. Com a leitura deste livro amor, sinto que dei esse passo em direção a minha mãe. Ainda é bem recente mas sinto em minha alma que este movimento tenha dado mais um passo firme num caminho aberto ano passado, e por isso sou muito, muito, muito grata. Quero crescer e quero poder ser mãe para o meu filho. É este o desejo que mais me motiva.

5 – Quais as mudanças que você se compromete a tornar real a partir desta leitura?

Quero continuar olhando para a vida, encontrar todos os meus que ainda estão excluídos, incluí-los, deixa-los na paz e seguir a minha vida vivendo no essencial.

6 – Se você encontrasse o autor do livro, o que você diria a ele?

Diria que, graças a este encontrar a que ele se expos quando olhou para as constelações, eu posso olhar e enxergar um pouquinho a minha vida e, a partir disso, posso me esforçar para amar de formas funcionais e sair da inocência. Posso crescer e suportar a vida com culpa. Que realmente a vida é o sentido e que ele, querido Hellinger, tem a minha gratidão.

7 – Enumere três pessoas para as quais você sugeriria este livro e justifique.

Sugeri para um rapaz com quem namorei, para que ele consiga perceber o emaranhamento ao qual ele pertence e consiga tomar sua vida. Eu olhei para a parte que me coube nesse relacionamento e cresci mais um pouquinho. Gratidão a ele.

O sugeri também para toda a minha família materna, para que cada um possa ter condição de perceber o quanto amamos e o que o câncer veio nos dizer agora.

 

"A vida é o sentido por si só". Vamos viver, João Vítor. Nós já podemos, meu filhotinho tão amado.

 

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