As intervenções terapêuticas são possibilidades de ajuda que favorecem a todos nós, no processo de cura. Nas dinâmicas e terapias sistêmicas encontramos percepções, compreensões e soluções para os diversos sintomas ou sofrimentos que vivenciamos no nosso corpo de dor.
Dentre tantas abordagens terapêuticas, as Constelações Sistêmicas, desenvolvidas por Bert Hellinger, ganharam cada vez mais o seu espaço no universo das terapias.
Atualmente, devido aos inúmeros recursos e possibilidades de atendimentos, inclusive no mundo online, as técnicas e recursos para que uma constelação aconteça também têm sido ampliados. E, um dos recursos que muito tem se destacado são as constelações na água.
O método das constelações na água surgiu devido a incessante busca dos terapeutas que trabalham com essa ferramenta, afim de encontrar recursos que realmente toquem “o coração do cliente no atendimento individual”.
Embora a constelação na água tenha vantagem em relação às constelações com os bonecos e objetos de playmobil, devido a fluidez e movimento dos elementos colocados na água, é importante observar que o foco principal não é a ferramenta em si, e sim, ajudar o cliente ou a pessoa que está colocando o tema para ser constelado para que a pessoa possa encontrar a solução e o seu caminho de cura.
Para isso, e conforme a nossa mestra Olinda nos diz: “a hospitalidade e a empatia são fundamentais”, porque, quando a pessoa vem para a terapia ela já tentou diversos recursos, passou por muitas angústias e sofrimentos. Então, cabe ao terapeuta acolher de maneira adequada e sistêmica para que o cliente se sinta acolhido, aceito, amado e respeitado em tudo aquilo que ele traz e apresenta como conteúdo a ser trabalhado.
Durante as aulas deste módulo tivemos vários momentos de vivências sistêmicas com as constelações na água, as quais foram bastante interessantes e riquíssimas em conteúdo.
Em quase todas as constelações apresentadas nos módulos eu “pego carona”, entretanto, uma das constelações que chamou-me bastante a atenção, foi uma constelação em que se trabalhou o sintoma: parkinson.
Percebemos através das falas e condução da Mestra Olinda, a sua amorosidade, modo profissional e ético ao tratar as clientes. Vimos e percebemos também os traumas vivenciados e memorizados pela cliente, bem como o seu profundo sofrimento ao relatar a sua história frente a perda da sua querida mamãe. Foi um longo processo essa sessão terapêutica.
Contudo foi muito emocionante perceber a reação de alegria e participação da cliente ao cantar a música: “...debaixo dos caracóis dos seus cabelos…” Foi visível naquele instante o seu sofrimento ir sendo dissipado e, aos poucos, a paz adentrando em seu coração.
Tudo ali foi realmente muito gratificante.
Sinto que conseguir tocar o coração de uma pessoa e restituir-lhe a serenidade e a paz, é algo sagrado e impagável. E muito faz sentido também aquela canção “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã…” É isso! Constelei junto com todos que se deixaram conduzir e se permitiram ir além da dor.
Gratidão por esse curso tão denso de conteúdo, profundo e cheio de símbolos e significados.
As cores ali tratadas nos mostram o quão precisamos ainda estudar, aprofundar e aprender a enxergar nas entrelinhas: do "além do aparente", do “oculto do aparente”, do “aparente do oculto” e do “oculto do oculto”.
Existem muitos saberes envolvidos. Muitas dimensões a serem apreendidas e decodificadas diante dos sujeitos que chegam a nós e com os quais encontramos em nossa jornada.
Realmente é necessário poesia. É preciso amor para olharmos e acolhermos a dualidade do preto e do branco em nosso coração.
“Ah, agora eu sei” de onde vinha a dualidade destas minhas cores favoritas.
Oxalá possamos usar constantemente esses saberes para tocarmos o coração das pessoas de forma positiva, serena e suave, assim, como a brisa da manhã que começa a surgir em nossa alma.
Afinal, na imensidão do mar somos apenas um grãozinho de areia, ou, uma gotinha de água no oceano da vida.
Atendimento online individual é também uma possibilidade de escuta e cura nas constelações sistêmicas. “É online, mas é real”!
#mod10