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IMPLANTES QUE CRIAMOS POR AMOR

IMPLANTES QUE CRIAMOS POR AMOR
Rosane Huergo
mar. 22 - 5 min de leitura
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Uma crença brotou hoje, dos implantes energéticos que carrego no meu corpo, na região do estômago, e que sempre produziram em mim, uma circunferência abdominal imensa, sem explicação.

Foi então que ouvi: “Se eu começar a falar contra os governos e governantes, posso ser denunciada e nem voltar para casa”. Percebi que essa sensação de medo eu tomei da minha mãe. E que por amor a ela, na época da ditadura militar do Brasil, quando meu pai, que era um apaixonado por política, fazia discurso, e falava alto e se inflamava descontroladamente, eu compartilhava da sua agonia.

Então, todo dia que tinha reunião no Sindicato até tarde da noite,  e ele ameaçava comparecer, ela ficava ansiosa, nervosa e sofrendo até que meu pai voltasse para casa. Alguns colegas dele haviam desaparecido subitamente e deixado suas famílias abandonadas. Eu tinha 7 anos de idade, na época, e ficava assistindo o sofrimento dela e a única coisa que podia fazer era compartilhar da sua dor. Eu a via tão desamparada, sozinha e apequenada, que comecei a me achar maior do que ela.

Naquela época, eu ainda não sabia que ela havia casado grávida, e que talvez até me culpasse pela vida desafortunada que estaria levando naquele momento. Eu só queria confortá-la, tirar um pouco do peso que estava carregando, oferecer-lhe a minha amizade e gritar para ela ouvir, que ela não estava sozinha e eu estava ali para ajudá-la.

Hoje ficou claro para mim, que essas memórias ficaram escondidas sob as camadas de gordura do meu abdômen. Enquanto escrevo isso, uma mistura de dor intensa, fome e vazio me tomam. Essa crença parece ser a minha escravidão: não poder ser eu e expressar as minhas paixões do fundo do meu coração, porque se eu fizer isso, estarei contrariando os interesses dos poderosos e posso pagar com a vida por isso. Quem seriam esses poderosos, na verdade? Meus pais? Meus antepassados? Um antepassado leal identificado?

E muitas vezes, eu "como para me dopar" e calar a dor do medo de desaparecer. O glúten tem esse poder em mim. As reações químicas à farinha de trigo, em meu cérebro, me paralisam. E minha mãe sempre fez muitos bolos e pães na minha infância. Será que para se dopar também? Terei herdado isso dela? 

Interessante como todas essas memórias ficaram escondidas e vieram à tona como se eu as estivesse vivendo hoje. Percebo que na minha programação inconsciente, esse espaço-tempo já estava acertado. As lealdades e acordos já estavam fechados. É como se um rasgo tivesse aparecido no meu campo e sido feito por mãos divinas. Meu coração transborda.

Circa 1905. "Martha Harris. Baby being washed." Maybe one (or two) of the Harrises of Harris & Ewing. Harris & Ewing glass negative.

 E desse lugar, digo: Querida Mamãe, eu te amo.

Vejo o seu sofrimento e a sua angústia. É por amor a você, que tenho carregado um peso que não me pertence e que é demais para mim. Sou uma criança ainda. Não escolho mais carregar esse peso tão grande.

Sinto muito.

Quanto sofrimento e medo. Isso não me pertence. A partir de agora, vou olhar mais para mim. E por honra a você, vou fazer o melhor na minha vida. Vou crescer e ser abundante e próspera e feliz.

E é em nome disso, que eu te devolvo agora, o peso que escolheu carregar. Sou grata pela vida que me deu.

Te amo de todo o meu coração!

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Querido Papai, eu vejo você.

Eu vejo a sua intenção em dar voz àqueles que não podem se expressar por si mesmos. Aos indefesos e injustiçados. Eu vejo o seu valor e a sua luz. Reconheço a sua luta para que todos sejam iguais e tenham os mesmos direitos. Tenho compartilhado da sua dor. Esse sentimento reverbera muito em mim.

Eu honro e amo você de todo o meu coração. E te perdoo pela ausência e falta que você nos causou. Tomo de você toda a paixão pela vida que você me deu. Sou grata pelo seu sacrifício e reconheço o seu valor. Sou pequena ainda. Você é o grande. E é em nome desse amor que te devolvo agora todo o peso que tenho carregado, e que não é meu. Tomo de volta a minha própria voz.

E vou fazer o que eu puder de melhor nesse mundo, por amor a você e a mim.

Te honro, Querido Papai, e aos nossos antepassados com amor e gratidão.

 Quanto peso estava preso no meu campo. Agora entendo porque muitas vezes esse peso, intensidade, afastava as pessoas: clientes, dinheiro  da minha vida. Gratidão a mim por permanecer firme!

Basta de auto sabotagens!

 

 

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