Meu coração chorou!
São tantos comportamentos inconscientes que temos por lealdade ao sistema que quando eles vem à luz, o pensamento inevitável é: É isto!
Sempre fui muito observadora na perspectiva do comportamento das pessoas, sempre atraiu entendê-los e fazer associações entre pais, filhos, avós: ela se parece com o pai nisto, parece com a mãe naquilo...
É claro que olhar pra fora é mais fácil que olhar pra dentro, mas mesmo assim, apesar de muitos sofrimentos eu questionava muita coisa, porque certas coisas se repetiam, e há 2 anos quando conseguir fazer este movimento interno mais consciente e constante e sempre mais a fundo, fui identificando, tendo clareza de algumas coisas e as constelações veio coroar isto.
Muitas respostas que ainda não tinha encontrado, estou as vendo aqui, com cada aprendizado, partilha, aulas... E sobre o tema lealdade sistêmica sinto, vejo que a estou vivendo. Existem padrões nos relacionamento na minha família, materna e paterna.
Na família da minha mãe, exceto meus avós que ficaram casados 72 anos, lindo, né? Todas as mulheres se separaram, ficaram viúvas ou morreram. Minha mãe falecida (49 anos) tinha o desejo de se casar com meu pai, tentou até o último momento de vida, tinha medo de não ir para céu estava vivendo em pecado!
Na família do meu pai, tive duas tias, uma se casou, teve filhos e se separou e em seguida teve relacionamentos muito difíceis, tanto que acabou morrendo em um homícidio.
A minha outra tia também teve relacionamentos difíceis, e minha vozinha se separou, com muito sofrimento porque mesmo ela tendo um relacionamento a qual ela sofria abuso, violência e inclusive quase ter sido morta pelo meu avô, ela o amava. Lembro dela me ensinado Fascinação da Elis Regina, era pra ele que ela cantava.
Eu ainda não me realizei no amor conjugal, apesar ter tido um relação estável, não me casei de fato, me separei porque pensávamos diferente demais, e ele era muito abusivo verbal e psicologicamente, meu sonho mesmo assim era de casar com ele, só que ele não acreditava nestas coisas, ou não queria, ou não conseguia. Chegou a me pedir em casamento meses antes de nos separarmos, começamos a preparar tudo, a fazermos curso de noivos mas não aconteceu.
Percebo aqui uma lealdade no sistema: se elas não puderam ser felizes eu também não posso, se ela não puderam encontrar um homem que as assumissem, se elas puderam ter um relacionamento duradouro eu também não posso.
Outro padrão acontece na minha linhagem materna, exceto a minha avó, todas as minhas tias, incluindo minha mãe e minhas irmãs tem problemas no sistema reprodutivo: não puderam ter filhos, dificuldade para engravidar, útero infantil, miomas, cistos, abortos. Eu tenho miomas, que através de outras terapias energéticas consegui cessar um sangramento ininterrupto que durou dois anos.
Fico pensando se tem ligação com outro padrão de que todas as mulheres do meu sistema, são o HOMEM da casa, são as que sustentam, tomam as decisões, mais racionais mais do que sensitivas. E com isto gera uma inversão de ordem, não é?
Meu ex companheiro dizia: você é o homem da casa! Mas como soltar o masculino, se não temos uma masculino presente? Vejo agora isto na relação dos meus avós maternos, que apesar de terem vivido 72 anos juntos, os papéis era invertidos, minha vó sempre mais pra frente, toma as decisões, meu avô sempre manso, na dele. E meus avós paternos, principalmente depois da separação minha vó foi arrimo, o sustento da casa.
Faz sentido?
Minhas amadas mulheres fortes e valentes, eu vejo vocês! eu sinto muito por todo sofrimento que passaram, todo abuso, abandono, violência. Sim foi difícil! Agora eu sei! Agora já passou! Agora os homens podem voltar para casa e o feminino pode ficar em paz.
Deixo com vocês o que é de vocês, tomo a vida que foi entregue e vou fazer uma coisa boa com ela, irei honrar todo sacrifício que fizeram para que ela chegasse até a mim.
Pela cura das nossas relações eu agradeço.
Érica.