Aos 29 anos de idade fiquei viúva, sentia uma nuvem tristeza e dor que me envolvia, às vezes até achava que era uma maldição; situações que me impediam de ser feliz e aumentavam uma solidão que não era minha.
Com as constelações tomei conhecimento do que estava acontecendo havia uma lealdade à vida da minha Mãe biológica. Pouco sabia sobre ela, mas o que eu tive acesso à sua vida havia este quadro de solidão e viuvez.
Para minha surpresa, segui os mesmos passos, era nítido o emaranhamento e a disfuncionalidade emocional, pois como adotada carregava uma carência absurda e a procura incessante suprir o vínculo interrompido.
Dias difíceis e uma caminhada regada de lágrimas, julgamentos e afastamento social, pois eu não estava conseguindo conviver com este comportamento em mim, busquei ajuda para me entender.
Dilacerada e chocada por receber este “castigo”, me sentia injustiçada pela vida por não ter uma história melhor.
A minha negação consciente a história da minha Mãe biológica me aproximava inconscientemente a uma lealdade as situações frustrantes, solidão e a repetições de padrões. Foram muitas terapias e constelações para que eu pudesse aceitá-la conscientemente; estava empacada no jogo da vida ainda no primeiro nível, na infância: queria colo, atenção, amor em abundância e tudo mais que eu não tive, principalmente, ela e depois meu esposo.
No mesmo momento, vivenciava um conflito com meus irmãos adotivos que de certo modo não entendiam estas necessidades de viver em paz com a minha história e reconhecê-los como meus familiares também.
Então, decidi ser feliz e procurar cada vez mais me preencher com o que me faltava, independentemente do que meus parentes poderiam pensar, assumi minha identidade emocional, abracei os meus, reconciliei, tomei o que tinha que tomar, ajoelhei e fiquei no meu lugar, consegui me conectar como nunca antes, estava em mim novamente.
A vida romantizada da adolescente se tornou uma vida real, aceitando as imprevisibilidades como algo bom também e uma oportunidade de aprender a amar de novo.
Com um outro olhar entendi que tudo fez sentido e que cada fato vivido concorria para o meu próprio bem, me levando ao amor dos meus antepassados, ao pertencimento, a dissolução das lealdades e ao meu lugar de destino: leveza, serenidade e completude.
Hoje, estou em mim.
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