Quanta ficha caindo.
Como eu disse, sempre amei estudar, mas tinha que estudar muito para me sair bem e realmente percebia que a vida em família não me deixava em paz. Meu professor dizia que quem tinha dificuldade em memorizar tinha que ler duas, três, quatro vezes e isso acabava comigo porque era o que eu já fazia.
Conseguia me sair bem a muito custo, mas eu sabia que eu poderia ser melhor se minha mente me deixasse em paz. Eu estava mesmo trabalhando para a família. Carregava para escola as minhas irmãs, mãe, madrasta, pai, a louça para lavar, a roupa para passar, a comida por fazer, etc.
Sim, a orfandade de mãe, o amor de graça que perdi quando com 11 meses minha irmã nasceu e depois com 14 anos foi embora. Até há pouco tempo eu a protegia a minha maneira, pois eu queria a sua presença e o seu carinho.
Quanto aprendizado.
Eu vejo a senhora, minha mãe, sei do seu triste caminho, eu sou a senhora, eu sei de toda a sua dor, sou grata pela vida que me deste, sou grata pela vida que tenho, sem a senhora eu não seria como sou.
Hoje eu vejo, concordo, sinto muito e sou grata.