Eu não tive contato com meus avós maternos porque eles ficaram no sul do Brasil, quando minha mãe veio para a capital do país.
Visitei meus familiares uma única vez e tive a oportunidade de conhecer minha vó Luzia, mãe de mãe.
Ela me pareceu uma mulher dura, pouco dada a afetos, mas chorou ao rever a filha que não via há 20 anos. O que sei dela, sei pela visão da minha mãe que sempre relatou muitos maus tratos e falta de amor por parte da minha avó, não só com ela mas com todos os filhos.
Minha avó casou grávida, contra sua vontade, e tentou suicídio pela primeira vez aos 14 anos de idade, fato que se repetiu inúmeras vezes no decorrer do casamento.
Ela teve vários filhos, que eram cuidados pelos irmãos mais velhos desde bem novinhos.
Ela infligia muitos castigos físicos aos filhos e os ofendia moralmente de forma contumaz.
Minha relação com minha mãe sempre foi muito conturbada e com o passar dos anos eu fui reparando que ela agia exatamente nos mesmos moldes de minha vó, mesmo tendo reclamado inúmeras vezes do sofrimento que havia passado nos 15 anos que passou morando com os pais, pois nessa idade arrumou um emprego como empregada doméstica e saiu definitivamente da casa deles.
No estudo desse primeiro módulo eu percebi nitidamente a disfuncionalidade em que vivi até o momento e meu grande desafio é trazer consciência para essas questões e poder viver uma vida saudável e positiva.
Estou apenas no começo dessa caminhada, mas com muita vontade de avançar nas minhas questões familiares e ser feliz.