Eu, desde bem pequena, sentia muita vontade de chorar quando ouvia a história do patinho feio. Conforme fui crescendo eu percebia algumas semelhanças nesse conto com a minha vida e a do patinho.
Por ser a caçula, eu quase sempre usava os livros, roupas, brinquedos que sobravam da minha irmã e também percebia que não era somente em questões materiais, mas sim nas emocionais, eu sempre ficava para depois, eu nunca podia escolher o que fazer.
Até que lá pelos meus 13 ou 14 anos minha mãe falou que eu não deveria ter nascido, que havia tentado um aborto mal sucedido.
Me senti como o patinho feio, triste, excluído e abandonado. Tive que nascer e renascer varias vezes e sempre buscando o amor da minha família.
Hoje posso falar que entendo esse amor na forma que eles conseguiram e puderam dar. Na verdade, eu fui em busca de várias outras formas de se ter uma família. E o patinho feio, que não era feio, encontro por esse mundo a fora, em várias famílias e consegui entender que essa é uma família universal.
O cisne hoje cuida do patinho feio quando ele quer ressurgir na dor, ele diz para ele:
"Está tudo bem patinho. Hoje você cresceu e se transformou em um belo cisne, e não se preocupe; sou eu quem cuida de você agora".
O belo cisne teve e tem como sintoma dessa rejeição muitos problemas renal, muitas pedras nos rins, mas ele sabe que hoje pode expelir uma a uma com amor e gratidão pela jornada maravilhosa de superação que é sua vida.
E como fala muito bem Cora Coralina: "Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores".
Gratidão!
#mod06#vida