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MEUS PAIS

MEUS PAIS
Maria Clarete Nunes Costa
jul. 9 - 6 min de leitura
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Meu pai se chama Francisco de Araújo Costa, filho legítimo de Ladislau de Araújo Costa e Ozana de Oliveira Costa, todos naturais de Oeiras – Piauí. Ele nasceu em 10 de janeiro de 1935 e é o filho caçula entre os 5 filhos dos meus avós.

Minha mãe se chama Helena Nunes Costa, filha legítima de Luiz Rodrigues de Souza e Maria Nunes de Souza, ambos naturais de Valença do Piauí e depois radicados em Oeiras – Piauí onde nasceram seus 9 filhos, sendo que minha mãe é a mais velha e teve a incumbência de cuidar de muitos irmãos mais novos.

Meus pais se casaram em 1959 e tiveram uma vida conjugal muito difícil segundo relatos da minha mãe porque meu pai sendo o filho mais novo e o único que ainda morava na casa de seus pais, tinha a incumbência de cuidar deles. Meu avô paterno tinha perdido a visão e minha avó tinha problemas de saúde.

Eles moravam na zona rural e a atividade econômica era a lavoura.

Meu pai não teve oportunidade de estudar porque sempre morou na zona rural e trabalhava na lavoura. Minha mãe estudou até o quinto ano primário e chegou a fazer o curso de Admissão ao ginásio no colégio das freiras em Oeiras, onde aprendeu muitas coisas que foram de muita valia durante sua vida, entre elas, corte e costura, bordados, crochê, tecelagem etc.

Quando casou e foi morar com meu pai na zona rural começou a atividade de fiação e tecelagem de redes e assim meu pai foi mudando a atividade também porque pegava os produtos que minha mãe produzia e ia vender numa feira que tinha em outro Município próximo.

Em pouco mais de 2 anos que eles se casaram eu nasci, dois anos depois minha avó paterna faleceu e dois anos depois meu  avô paterno também faleceu. Quando eu tinha cinco anos, meus pais sentiram a necessidade de mudarem para a cidade visto que eu já estava próximo da idade de frequentar a escola.

Na cidade meu pai conseguiu comprar uma casinha de taipa a qual eu me lembro até hoje e começar a vida financeira colocando um ponto comercial de venda de produtos secos e molhados em frente ao mercado central de Floriano – Piauí.

Como não por acaso, parece que a missão de meus pais foi também um pouco cuidar de seus pais, logo que chegamos em Floriano meu avô materno chegou doente e amputou uma perna e não se sentindo mais em condições de trabalhar, ficou morando muito tempo conosco e muito colaborou na nossa educação, visto que nesta época minha mãe já trabalhava no comércio com meu pai e eu ficava sozinha em casa ainda muito criança cuidando de meus irmãos mais novos.

Minha avó ficou em Oeiras, separada de meu Vô e muitos anos depois veio morar com ele numa casinha que meu pai construiu ao lado da nossa casa.

A juventude de meus pais sempre foi regada a muito trabalho e pouca diversão. Até hoje eles são muito caseiros e não vão nem à igreja apesar de ter uma em frente a casa deles. Me lembro de minha mãe falando de um namorado antes do meu pai, mas meu pai nunca falou se teve outra namorada antes de minha mãe.

Durante toda a minha infância eu ouvi minha mãe reclamar da convivência com meu pai e disse muitas vezes que não se separava por causa de nós, que ao todo somos seis vivos e um aborto que eu ainda me lembro. Isso fez muitos de nós olharem meu pai de maneira diferente por achar que minha mãe sofria por causa dele.

Hoje eu me dou conta que a vida é como tem que ser, que viemos na família certa, no lugar certo  e que tudo tem uma razão de ser.  Hoje eu vejo o quanto a vida de meus pais me deu uma boa base para a vida. Vendo a convivência de meus pais eu me emociono muito porque minha mãe tem Parkinson em estágio bem avançado e meu pai cuida tanto dela, ajuda a levantar para levar ao banheiro pelo menos 2 vezes na noite e nunca o vejo reclamando por isto.

Ao longo do tempo fomos desfazendo a imagem negativa do meu pai, que foi criado ao modo grosseiro dele, mas que hoje demonstra tanta ternura e carinho por cada um de seus filhos.

Entendo por que me tornei uma pessoa tão responsável, legalista e íntegra. Meus pais sempre cobraram muito de mim, sempre diziam que eu como mais velha devia dar exemplo aos mais novos e eu levei isto a sério. Até hoje me vejo muitas vezes, na hora de tomar uma decisão, imaginando o que meus pais iriam pensar.

Hoje eu entendo também porque muitas vezes me pego preocupada com o futuro e não vejo abundância pois na verdade a vida de meus pais foi sempre escassa de recurso durante a minha infância e só na minha juventude a vida deles estava melhor financeiramente.

Hoje eu consigo levar uma vida bacana, sempre com muita responsabilidade e respeito a todos. Meus pais conseguiram dar educação escolarizada a todos os filhos que quiseram.

Hoje eu sou engenheira Civil e Pedagoga de formação, e exerci as duas funções por um tempo e atualmente sou servidora pública sem exercer nenhuma função dentro da minha formação, mas que me deram uma base boa que levo pra vida.

Fui católica por muitos anos e hoje estudo a Doutrina Espírita e sou aberta a novos conhecimentos.

Eu e meu filho caçula gostamos de pesquisar sobre nossa família e temos a nossa árvore familiar, a qual buscamos mais dados e visitamos lugares onde viveram nossos antepassados.

Esta tarefa de conclusão do Módulo 3 foi muito significativa, pois amo falar da minha família e o que ela representa para mim.

Gratidão!

#conclusão#mod03

 

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