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MEUS PAIS E EU

MEUS PAIS E EU
MIRIAM MAINO FARINA
jul. 9 - 4 min de leitura
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Papai e mamãe casaram-se jovens, pelo menos ao meu ver que casei aos 28 anos. Ele tinha 21 e ela 19 anos e não tiveram relacionamentos sérios antes de se conhecerem. Bem, pelo que sei, papai teve um namoro antes de ficar com mamãe, que não deu certo. Ele tinha comprado de presente uma correntinha que acabou ficando para mamãe, mas ela não gosta de falar sobre isso. Acho que tinha ciúmes.

Papai era o caçula de uma família de 4 filhos, seu pai era metalúrgico e sua mãe dona de casa, seus irmãos eram metalúrgicos também, e sua irmã costureira, mas ele seguiu a profissão de gráfico. Ele adorava o que fazia, era um trabalho minucioso de compor textos usando fontes de letras de tamanhos variados, letrinha por letrinha. Puxa, ele tinha muita paciência!

Ele conta que teve uma infância boa, gostava de brincar na rua com os amigos de bola e correr, mas, na escola, tinha medo de algumas professoras que eram autoritárias e severas demais, dando castigos como a famosa palmatória.

Contava que adorava viajar de trem com seu pai, quando ficava nos ombros dele para ver as cidades por onde passavam. Depois, meu pai se cansava e acabava dormindo no colo do meu avô.

Sempre morou em Campinas, SP. Gostava de contar sobre sua avó paterna que chamava de nona, porque era italiana e veio como imigrante para o Brasil. Ele nos ensinava algumas palavras que aprendeu com ela. Mas, na maioria das vezes, dizia que ela ficava brava e ele não entendia nada do que falava.

Mamãe era a filha mais velha de uma família de 5 filhos.

Conta que teve um irmãozinho que veio antes dela, mas faleceu ainda novinho. Quando ela nasceu, sua mãe ficou muito triste e não a deixava dormir, pois tinha muito medo que ela também morresse dormindo.

Ela morava em Amparo SP, num sítio, e vivia bem com seus pais e irmãos. Moravam próximos aos avós e tios, sendo uma família bem numerosa e bastante religiosa. Porém, quando ela ficou mocinha, seus pais decidiram vir morar em Campinas por ser uma cidade que, apesar de ser do interior de São Paulo também, contava com melhores condições de vida e oportunidades de empregos.

Ao chegarem na cidade grande, perceberam que a vida era diferente. Minha avó gostou, mas meu avô não se conformava. Ele não era dado a horários, gostava da liberdade do sítio, de andar de cavalos, de mais proximidade com a natureza.

Em um dia, minha avó chamou minha mãe de lado e disse que não queria voltar e, se ela ajudasse, elas ficariam ali. Então, como mamãe também não queria voltar, tomou aquilo como um contrato e, a partir dessa conversa, ajudou a minha avó naquilo que foi preciso.

Arrumou um emprego de costureira e era muito atenciosa e caprichosa. Todos gostaram dela. Também conseguiu um emprego ali para uma irmã. A outra irmã começou a trabalhar como vendedora numa grande loja de departamento. A irmã, que ainda era adolescente, só estudava. E seu único irmão entrou no seminário, sendo que, naquela época, era uma coisa boa se ter um padre na família.

Meu avô era carpinteiro e minha avó dona-de-casa.

Minha mãe tomou conta de toda a família, inclusive, depois de casada, ela e meu pai construíram uma casinha nos fundos de nossa casa, para meus avós. Pela vida inteira, mamãe tomou conta de todos, pais e irmãos. Mas, quando casou, meu papai não deixou ela continuar trabalhando, tinha na cabeça que o homem era o provedor da casa.

Hoje me dou conta que também fui muito feliz, tive uma única irmã, e meus pais ficaram casados por mais de 50 anos. Meu pai faleceu em 2015 e minha mãe completa esse ano 83 anos, se Deus quiser!

Eles me ensinaram muitas coisas: o valor da família, a honestidade, a crença num Deus.

O único problema foi ver a minha irmã com depressão a vida toda.

Estou casada há 31 anos e com três filhos lindos que são o maior tesouro da minha vida. Trabalhei desde os 15 anos em serviços de escritório, mas, depois de casada, também me tornei dona-de-casa como mamãe, minhas avós e tias.

O meu filho mais velho se casou esse ano e, espero ser avó em breve.

 

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