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MINHA MÃE, MEU PAI E EU

MINHA MÃE, MEU PAI E EU
Silvia Prado
set. 12 - 3 min de leitura
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Minha mãe é filha de imigrantes. Vieram para o Brasil somente seus pais e suas duas irmãs pequenas e ela foi a única que nasceu aqui. Assim, não teve avós, tios nem primos, a  família se resumia a apenas cinco pessoas.

Foi uma infância simples, mas sem privações. Não se tinha nada em abundância, mas também não faltava o essencial.

Ela dizia que via as amigas que tinham tios, primos, avós, mas ela não tinha ninguém. Nunca reclamou, apenas comentava, mas acredito que sentia falta e deve haver um vínculo de amor interrompido aí.

Era 6 e 8 anos mais nova que as irmãs. Ela se dava melhor com a mais velha, mas ambas casaram cedo e ela sentiu muito a falta delas em casa.

Minha avó adotou mais uma criança, uma menina, já com 5 anos de idade. Essa irmã adotiva deu muito trabalho desde pequena, nunca foi uma pessoa fácil.

Minha mãe sempre foi muito passiva e aceitava tudo. Desde pequena, minha avó a  criou,  para que ficasse ao seu lado sempre, e assim foi. Ela cresceu, casou e continuou com a minha avó, inclusive morando junto, até que minha avó morreu. Nunca foi livre de verdade, como todas as outras irmãs, que bateram asas e foram viver as próprias vidas.

Acredito que o fato de nunca ter saído de casa atrapalhou o casamento.

Sobre o meu pai, não sei muito. Ele foi o 12º filho e, assim, foi criado também pelos irmãos e irmãs mais velhas. Dizem que foi muito mimado pela minha avó, que fazia tudo por ele. Dizem também que nasceu com alguns problemas de saúde e isso seria um dos motivos de tanto mimo.

Ao contrário da minha mãe, tinha uma família muito grande. Acredito que tinham um bom relacionamento familiar.

A família era simples, mas todos tiveram estudo e se encaminharam na vida, uns melhor, outros nem tanto, mas todos se viraram razoavelmente bem.

Ele trabalhava numa empresa de ônibus e ela era professora. Se conheceram, namoraram por alguns anos, sob os olhos dos meus avós. Minha mãe teve apenas um namorado antes dele, namoro apenas de pegar na mão. Casaram e quatro anos depois nasceu a minha irmã. Mais quatro anos depois e nasci eu.

Quando era bem pequena achava um casamento normal, mas aos poucos fui percebendo que as coisas não iam tão bem assim. Não tinha companheirismo e ela era muito sobrecarregada. E as coisas foram indo, até que o casamento acabou.

Olhando tudo isso, me dei conta de que, por causa da história da minha mãe, eu sempre procurei preservar a minha vida independente. Sempre quis ter, e tenho, a minha casa, para cuidar da minha família do meu jeito. Também procurei um homem diferente do meu pai, que é super companheiro, divide as tarefas e me apóia.

Percebi que a história da nossa família pode nos manter repetindo os mesmos padrões, mas também pode servir para que, olhando e agindo, a gente consiga escrever um novo roteiro, mais leve e mais feliz.

#paiemãe #infância #históriadevida #padrões #imigrantes

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