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MINHA TRAJETÓRIA

MINHA TRAJETÓRIA
Silvia Prado
set. 11 - 6 min de leitura
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Meu primeiro trabalho, ainda que não remunerado, foi na lanchonete da minha irmã, que ficava junto com a nossa casa. Além de mim, minha mãe e minha avó ajudavam também.

Eu atendia o balcão, cobrava, às vezes ajudava a fazer os lanches. Era divertido. Mas, com o tempo, fui cansando. Queria algo fora de casa.

Aí comecei a trabalhar numa vídeo locadora. Estudava de manhã e trabalhava na parte da tarde e da noite. Trabalhava aos finais de semana também e folgava durante a semana. Embora fosse puxado, era muito gostoso. Éramos um bando de adolescentes e era a maior locadora da cidade. Levávamos os filmes para assistir em casa, antes do lançamento, para poder indicar aos clientes. Conheci bastante gente e foi uma época boa. Mas não aguentei esse ritmo por muito tempo e saí de lá.

Através de uma amiga, consegui um trabalho numa perfumaria, a maior da cidade. Trabalhávamos muito, eram três lojas. Balconista, era de pé o dia todo. Mais uma vez, foi um período bom. Todas jovenzinhas, risada o dia todo. A mais velha de nós tinha 27 anos. Era literalmente o “ganha pouco, mas se diverte”. Trabalhávamos de segunda a sábado, já estava melhor do que no trabalho anterior.

Pouco tempo depois que entrei, fui transferida para o escritório, fazia trabalho de banco, emissão de notas fiscais, coisas assim. Já tinha ficado um pouco melhor.

Saí de lá para trabalhar numa loja de material de construção, na parte de vendas. Já melhor que o trabalho anterior também. Trabalhava sentada, tinha a minha mesa, não era tão pesado como na perfumaria. Foi bom, porém já não era mais aquela diversão que tive nos outros trabalhos. O inconveniente é que era longe de casa, tinha que ir à pé e depender de carona da minha irmã para volta, durante o período de aula, porque nessa época já estava na faculdade.

Trabalhava de sábado também, durante as férias.

Como a distância atrapalhava bastante, ficava corrido e cansativo, aproveitei a oportunidade que surgiu numa administradora de imóveis. Trabalhava na parte administrativa, interna. O escritório ficava a 5 minutos de casa, indo a pé e não trabalhava mais aos sábados. O salário era o mesmo que o anterior, mas era bem melhor por causa da distância e do tempo que tinha mais livre. Quando estava nesse emprego, retribui a minha amiga, que havia me colocado na perfumaria e consegui uma vaga para ela.

E, novamente, essa mesma amiga me abriu uma outra oportunidade, me indicando para trabalhar num Banco.

E lá fui eu, para trabalhar apenas 6 horas por dia, com um salário bem melhor e benefícios eu nunca tinha tido antes. Doce ilusão, porque trabalhar 6 horas em Banco é mais puxado que trabalhar o dia todo nos outros lugares onde passei. Mas, apesar disso, olho com gratidão. O salário era importante para pagar a faculdade e, dessa vez, já tinha uma sobra para as minhas outras despesas.

Além disso, a experiência de trabalhar nesse ambiente foi importante para o meu desenvolvimento profissional.

Já estava quase no meio do segundo ano da faculdade de Direito e uma grande amiga de infância me falou sobre uma vaga de estágio, num órgão público da minha cidade. Me candidatei e deu certo. O lugar era perto de casa e tudo era favorável. O estágio era bem remunerado e fiquei nele até acabar a faculdade. Aprendi demais, como pessoa e como profissional.

Quando o estágio terminou, abriram um concurso para advogado. E eu passei, empatada com mais dois em primeiro lugar. No desempate, o critério era a maior pontuação na prova de Direito e, por um ponto, a vaga ficou comigo.

Resumindo, contando todo o tempo desde o estágio, estou lá há mais de 23 anos.

Durante esse tempo, comprei o meu primeiro carro, me casei, tive minha primeira filha, comprei minha casa, nasceu minha segunda menina.

A história desse meu emprego se mistura com a minha história pessoal. Tenho uma gratidão imensa por tudo que vivi lá, por tantos amigos que fiz, por tudo que pude comprar com o meu trabalho. Mas, já há algum tempo, venho me cansando dessa rotina e procurando algo mais, que me complete, que faça mais sentido que um trabalho meramente burocrático e que me dê mais liberdade.

Também não quero mais trocar meu tempo por dinheiro e venho trabalhando para limpar em mim as memórias de escassez que ainda me mantém atrelada a um emprego público, onde já não me realizo mais.

O caminho do autoconhecimento, do desenvolvimento pessoal e da ajuda, sempre me chamou. Estudei muito, vários cursos, formações, livros, e, nessa busca, conheci as constelações e aqui estou, preparando uma transição de carreira.

Já faço atendimentos como coach e com outras terapias. Também trabalho em paralelo com a minha irmã, que hoje é uma excelente nutricionista. Fazemos grupos de emagrecimento, ela trabalha a alimentação e eu trabalho o comportamento.

Nessas novas atividades, voltei a sentir a alegria e a diversão dos primeiros empregos. Comecei com a minha irmã na lanchonete e hoje trabalhamos em parceria novamente. Enfim, parece um ciclo, que voltou para o começo.

Vejo hoje que tudo contribuiu para o passo seguinte e sei que o meu trabalho como advogada me ajudará muito a ser terapeuta. A firmeza, a assertividade, o amor pelo estudo, o aprendizado com o relacionamento com tantas pessoas diferentes, tudo me preparou e sei que, na hora certa, a chave será girada de vez.

 

Gratidão imensa por tudo que vivi, que me possibilitou ser quem sou hoje.

 

#trabalho #trajetória #currículo #aprendizado #gratidão

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