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MINHAS PROFISSÕES E O DINHEIRO

MINHAS PROFISSÕES E O DINHEIRO
Sarah Borges
jul. 25 - 8 min de leitura
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Minha história profissional retrata o acúmulo de títulos acadêmicos desproporcional à minha conquista financeira. Fui a primeira da minha geração a me formar e isso deu muito orgulho para toda a minha família servindo até de referência para irmãos e primos.

Até aqui tudo muito bem. Minha primeira formação foi em odontologia o que me oportunizou dois empregos públicos, com certa estabilidade e muita acomodação profissional. Meus pais foram funcionários públicos e eu sempre repeti que não seria, mas por lealdade sistêmica, apesar de ter escolhido ser profissional liberal acabei prestando concurso público para a área da saúde.

Quando estava no quarto ano de faculdade meu pai teve sua profissão interrompida com a falência da Caixa Econômica do Estado de Goiás. Vinda de uma família pacata e sem grandes ambições, vi a segurança da nossa família desmoronar na minha frente.

Este fato trouxe vários desdobramentos na minha carreira.

O fato de vivenciar esta quebra financeira me fez temer o futuro e sempre esperar por uma interrupção que leve à escassez vivenciada por várias gerações.

Por medo de algo muito ruim acontecer e interromper minha profissão, comecei o curso de direito com muita energia e determinação. Com a formação jurídica poderia prestar novos concursos e encontrar a tão sonhada segurança financeira que tanto assolou meu sistema familiar com frequentes episódios de quebra financeira.

Na metade da faculdade de direito apresentei hipotireoidismo e vi meu entusiasmo se esvaziar concluindo o curso com muita dificuldade, só por obrigação e nunca consegui trabalhar na área. Com o movimento das constelações percebo claramente que a minha lealdade se constitui em fator de impeditivo para que eu acesse o fluxo da abundância financeira, reproduzindo o movimento de estagnação.

Seguindo a tradição dos meus pais, me mantenho presa no serviço público, sem perspectiva de crescimento, porém com o meu sustento garantido. Meu sentimento é de estar numa prisão, onde o acesso é limitado e tenho apenas o básico para continuar viva. Que o fruto do trabalho não me satisfaz e não tenho como mudar essa situação, esse sentimento.

A única opção é esperar o tempo passar até que chegue a aposentadoria sem nenhuma ilusão.

Durante anos a fio fui para o trabalho sem nenhum estímulo, como um zumbi, sem alegria, sem estímulo e com muita raiva de estar naquela vida e esperando alguém me tirar dali. Depois que eu tive meus filhos sentia muita culpa e tristeza de sair de perto deles e ficar horas num trabalho que eu não gostava, mas que eu precisava para me sentir segura.

Isso me lembra muito como minha mãe reclamava de ir para o trabalho, que ganhava pouco, que o dinheiro dela nunca dava para pagar as contas.

Meu pai sempre foi muito controlado com dinheiro e tinha medo dele acabar. Sempre que eu ia pedir alguma coisa ele dizia que o dinheiro ia acabar antes do fim do mês. Eu criança amava tanto os meus pais que queria salvá-los a todo custo. Queria muito fazer tudo direito para que eles não sentissem mais medo ou preocupações.

Sempre me agarrei ao pouco, mas seguro não me permitindo ousar, empreender, por medo de tudo acabar.

Compreendo claramente que trabalhar o financeiro e a sua relação com problemas repetitivos, perdas de emprego, falências, o seu mau uso e a não permanência dele requer uma reconciliação com a história familiar. Poder olhar para tudo isso com amor e entender que tudo foi como foi e que quando isso toca o coração e promove a possibilidade de reconstruir com um novo caminho.

Ao trabalhar meu olhar para a relação com os pais e de todos os antepassados, para a história deles com amor e respeito, honrando o destino e deixando com eles o que pertence a eles é o primeiro passo para que o equilíbrio se restabeleça e que a vida possa finalmente fluir e florescer.

Dentro deste contexto tenho encontrado na terapia sistêmica a correção para os meus emaranhados profissionais e financeiros o que tem me dado muita energia para renascer e reconstruir minha carreia com equilíbrio e satisfação.

Lembrando que a vida chega até nós pelos pais e é através deles que aprendemos a olhar o mundo a nos relacionar com a vida, as nossas escolhas profissionais e a relação com o dinheiro sofre muita interferência da relação dos pais com os avós ou bisavô principalmente do lado paterno.

É importante observar qual o papel do dinheiro neste sistema. O fato de haver escassez de dinheiro nesta história familiar pode haver uma tendência de membros das próximas gerações honrarem essa história repetindo o padrão.

Segundo a teoria das constelações, é através da mão do PAI que o filho vai para a vida para produzir e ganhar seu sustento. É o pai quem passa ao filho o poder de ganhar dinheiro.

A mãe quando nos dá a vida, nos dá o “servir a vida”, ela nos mostra a nossa missão. Por isso Bert associa a mãe à carreira, porém é através da mão no pai que o filho vai para a vida. E que seria isso: é a energia paterna que faz com que o filho, “saia de casa e vá conquistar a sua vida independente”.

Segundo Bert, “Somente na mão do pai a criança ganha um caminho para o mundo. As mães não podem fazê-lo. O amor dele não é cuidadoso nesta forma como é o amor da mãe.

O Pai representa o espírito.

Por isso o olhar do pai vai para a amplitude.

Enquanto a mãe se move dentro de uma área limitada, o pai nos leva para além desses limites para uma amplitude diferente. ”

Isso nos mostra que somente pela mão do pai o filho estará pronto para ganhar o seu novo caminho, e ter prosperidade, pois o dinheiro é uma energia. Um filho bem resolvido com os pais, tem facilidade para tratar com o dinheiro, um filho mal resolvido, não sabe também dizer “não”, e por isso, tem problemas e acaba sendo “dependente” e não consegue sair do círculo materno.

É necessário observar também que em situações em que a mãe cria uma espécie de laço e impede que o filho sozinho tenha sua independência. A mãe de certa maneira acorrenta o filho em “sua saia” impedindo que esse filho tenha maturidade e se torne infinitamente dependente dela, e isso pode até criar dependência química ou até mesmo alimentar.

Aceitar o que foi como foi torna possível retomar a energia da prosperidade. Independente do que esses pais fizeram, naquela ocasião, foi a melhor opção para a eles. Não devemos julgar nossos pais e nem mesmo condenar. Um filho bem resolvido com seus pais, pode caminhar sozinho, pois ele for carrega em seu coração a sua origem.

Ao ter a força dos pais em mim, tenho força para me impor e também a energia do dinheiro ressoa em mim, pois tenho a capacidade de exercer o “servir a vida” que é a minha carreira que minha mãe me deu ao nascer e posso ser remunerado por isso, e aí vem a prosperidade.

Por isso, que ao tomar de coração os pais em meu coração tudo flui, inclusive o dinheiro. Todos têm direito ao dinheiro e à abundância, há abundância para todos, mas quando estamos amarrados em dívidas sistêmicas não conseguimos fazer nossa vida fluir.

O dinheiro está para nos servir e não para nós servirmos a ele.

#mod05

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