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A INFÂNCIA DOS MEUS PAIS x MINHA INFÂNCIA

A INFÂNCIA DOS MEUS PAIS x MINHA INFÂNCIA
Eliziane Schaefer Buch
jun. 27 - 6 min de leitura
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       Meu pai não conheceu seu pai, ele nasceu 3 meses após seu falecimento. Tinha mais 6 irmãos, dos quais 1 irmã. Ele brincou muito com um dos irmãos, o Romeu, passava um rio atrás da casa e tinha muitos pés de frutas. Eles viviam em cima das árvores, nadando e pescando no rio. Meu pai contava que quando minha avó queria bater nele por ter feito alguma coisa, ele corria atrás da casa e subia em alguma árvore, ficava até o anoitecer.

      Também brincava com crianças da vizinhança com carrinhos de lata, esconde-esconde, pega-pega, pernas de pau e bola.

         Ajudava muito a mãe na plantação e no cuidado com os animais, pois somente os 3 filhos mais novos ficaram juntos com a mãe, na colônia, os mais velhos foram morar com parentes em outras cidades para que aprendessem ofícios e também tivessem condições do próprio sustento já que tinham mais de 14 anos.

         A infância da minha mãe foi na cidade, como a vó era costureira, ela ficava sentada ao lado da máquina de costura e fazia roupinhas com os restos de tecido para suas bonequinhas de plástico. Me relatou que tinha uma cômodo com 3 gavetinhas e ela guardava as roupinhas das bonequinhas como se fossem suas roupas, bem dobradinhas.

        Uma história que sei desde menina, é que o sonho dela era ter uma boneca que fechasse os olhos, pois dela tinham olhos pintados. Então, a filha da vizinha ganhou no aniversario uma boneca destas do padrasto. A vó prometeu que lhe daria uma boneca no Natal. Quando chegou o Natal, a vó não foi procurar nas lojas da cidade a boneca que fechava os olhos e comprou uma de porte médio com os olhos pintados.

       A decepção muito grande, ela nunca brincou com a boneca e ainda lhe veio na mente que a vizinha ganhou a boneca do padrasto e ela não ganhou do próprio pai.

         As brincadeiras da época eram esconde-esconde, pular corda amarrada na cerca as vezes, quando estavam em somente 2 meninas, roda ou ciranda era uma das brincadeiras prediletas e assim seguiam as cantigas que marcaram tanto a infância. Adorava ir ao cinema aos domingos à tarde, os 2 irmãos Antero e Arnildo eram mais velhos e acompanhavam, sobrava de troco das entradas o suficiente para comprar 2 sorvetes no final da matiné. Então os meninos revezavam um sorvete e deixavam o outro para ela.

         Uma das coisas que mais marcou a adolescência de minha mãe, foram as noites que passou lendo romances. Não podia ficar com a vela acessa pois o quarto dos pais era na frente, então pegava a lanterna de pescaria do pai e ficava em baixo do acolchoado. Também as viagens de trem uma vez por mês para Lajes-SC apresentar as lições do seu curso de Acordeon.

         A minha infância foi maravilhosa, eu tinha muitos brinquedos, muitas amigas, brinquei de boneca de papel, tinha coleção dos mais variados tamanhos e com muitas outras bonecas até os meus 15 anos, eu adorava. Cuidei muito dos meus irmãos mais novos, tínhamos um quintal enorme, com caixa de areia, casa na árvore, gaiola de passarinho, porquinho da índia, cachorro.

        Brincávamos de carrinho, de boneca, de escola e de loja. Em casa éramos em 4 irmãos, eu única mulher no meio de três irmãos homens, o mais velho sempre muito ciumento e nada amoroso, os mais novos, um deles vivia em casa brincando e o caçula sempre na rua brincando com outras crianças e quando vinha para casa sempre trazia 2 ou 3 amigos.

         Quando eu tinha 15 anos conheci minha meia irmã, mas nunca tivemos contato pois minha mãe não aceitou a convivência. O que sinto muito até hoje, pois eu sempre quis ter uma irmã e muitas vezes precisei dela comigo. Com as constelações inclui ela em meu coração e sempre lembro muito dela, mas logo me vem a frase que devemos respeitar a vontade dos grandes.

         O que temos de semelhante é o relacionamento com os irmãos, tanto meu pai como minha mãe e eu brincávamos com os irmãos, mas a diferença é que eu era a segunda mais velha e meus pais eram os caçulas.

         Na realidade eles eram cuidados e eu cuidei, para mim ficou um sentimento de ser mãe dos meus irmãos, assim eu fiquei por muitos anos de minha vida, até que conheci as constelações sistêmicas e consegui me colocar como irmã, entregando os dois bebes para minha mãe e me libertando, pois meus irmãos me solicitavam para tudo mesmo quando eu já tinha meus próprios filhos.

       Cheguei muitas vezes a trocar até os nomes, quando ia chamar meus filhos, falava sem perceber o nome dos meus irmãos, muitas vezes fiquei até constrangida perante os meus filhos.

         Minhas sobrinhas, filhas dos meus irmãos, são minhas afilhadas e até poucos dias atrás me solicitavam mais do que suas próprias mães, precisei fazer constelação e divórcio energético para seguir minha vida em liberdade e cuidar somente da minha família.    

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